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Cidade do Samba é coberta por retratos de mães de todo o país

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A Cidade do Samba Joãozinho Trinta, que fica na Gamboa, região portuária do Rio de Janeiro, está sendo “envelopada” com pôsteres, colados segundo a técnica lambe-lambe, que retratam 1,7 mil mães de todo o país, entre as quais, as matriarcas das 12 escolas de samba do Grupo Especial. Elas posaram para os fotógrafos Beatriz Gimenez, cria do Morro do Pinto, e Douglas Dobby, do Morro da Providência.

A exposição Inside Out – Mãe, Um Retrato foi idealizada pela co-diretora do centro comunitário Casa Amarela Providência, a francesa Nina Soutoul, que se baseou em sua própria experiência como mãe de Zion, hoje com 2 anos e meio.

Nina diz que passou por uma depressão pós-parto durante a pandemia de covid-19 e que isso a motivou a criar um projeto para rnostrar “o trabalho invisível” das mães, que enfrentam desafios e dificuldades, muitas vezes desconhecidos pela sociedade. “Minha ideia era retratar a realidade dessas mulheres, vendo que a minha experiência, mesmo sendo desafiadora para mim, não era das piores. Foi muito importante para mim percorrer os estados do Brasil, junto com organizações de outras mulheres e mães, fotografar mães parceiras, mães quilombolas, mães pretas, mães periféricas, mães indígenas.”

A convocação das mães foi resultado de um trabalho boca a boca e de outro por meio das redes sociais. Em cada estado, foi feito um chamado focando na necessidade de retratos de mães. As mulheres interessadas organizavam, elas mesmas, as sessões de fotografia. “Foi tudo em parceria com mães e mulheres, sem nenhum outro apoio”, disse Nina.

Ambiente cultural

Cada retrato representa um pouco da vida da mãe, por meio da arte da fotografia. A exposição é realizada pela primeira vez na Cidade do Samba, espaço que tem 17 anos de existência.

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Segundo o diretor de Marketing da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Gabriel David, a Cidade do Samba é mais do que um espaço para os barracões das escolas. “Queremos torná-la cada vez mais um ambiente cultural”, disse Davi. Para ele, a exposição reforça a iniciativa, além de fazer uma merecida homenagem às mulheres das agremiações, que são tão importantes para o carnaval. As colagens foram iniciadas no dia 16 deste mês e têm previsão devem ser encerradas na próxima semana.

Com esse rico material nas mãos, Nina Soutoul e Verônica Linder realizaram um documentário, que deve estrear até o fim deste ano. As fotografias da mostra Inside Out – Mãe, Um Retrato ficarão coladas até o segundo semestre, quando terá início a nova edição do Rua Walls, parceiro da exposição e responsável pelas conversas com a Liesa para liberação do espaço e também pela produção das colagens.

Depois de preencher com murais os dois lados de um trecho de 1,5 quilômetro da Avenida Rodrigues Alves, em 2020 e 2021, o Rua Walls prepara-se para colorir toda a fachada da Cidade do Samba. A ação contará com a participação de 20 artistas, que vão colorir com murais os cerca de 20 mil metros quadrados das edificações.

JR

A exposição Inside Out – Mãe, um retrato constitui uma etapa do projeto internacional Inside Out, criado pelo fotógrafo francês JR em 2011, com o objetivo de dar visibilidade para o trabalho incansável das mães no mundo, bem como discutir a saúde mental das mulheres brasileiras na maternidade, com foco nos desafios e impactos gerados pela pandemia. Esta é a primeira vez que o projeto ocorre no Brasil.

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“Sinto-me inspirado pelas mães de diferentes localidades e realidades, que usaram o projeto como estratégia de mobilização e conexão. Por trás de cada retrato, há uma história única, que levanta a questão de como a nossa sociedade precisa dar mais apoio às mães”, afirmou JR.

Usando sua própria prática artística como inspiração, JR criou uma plataforma participativa que ajuda indivíduos e comunidades a transmitir mensagem usando retratos em preto e branco em grande escala, colados como lambe-lambe em espaços públicos. Por meio dessas ações, comunidades ao redor do mundo despertaram conversas e colaborações. Nos últimos 11 anos, mais de 400 mil pessoas de 138 países participaram do projeto Inside Out.

No Dia das Mães, a exposição Inside Out – Mãe, Um Retrato ganhará uma projeção especial no prédio anexo do Copacabana Palace Hotel. A ação está programada para o período de 11 a 14 de maio e haverá programação especial para a data, que será divulgada em breve.

A Casa Amarela é um centro de educação, arte e apoio social no Morro da Providência, que visa a colaborar no desenvolvimento humano e territorial pela educação, arte e cultura, contribuindo para a redução do impacto social causado e mantido pela desassistência do estado na comunidade. A Casa, fundada em 2009 pelo artista francês JR e o fotógrafo brasileiro Maurício Hora, potencializa projetos locais e dá continuidade ao legado da dupla.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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