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Clube de futebol de várzea fundando em 1913 é despejado em São Paulo

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O Santa Marina Atlético Clube, agremiação de futebol de várzea que funciona desde 1913 na zona oeste paulistana, sofreu nesta quarta-feira (14) uma ação de reintegração de posse. A direção do clube aceitou desocupar voluntariamente a sede, no bairro da Água Branca, após uma reunião de cerca de uma hora com os oficiais de justiça.

A multinacional francesa Saint Gobain, fabricante de materiais para construção civil, disputa a área desde 2018. O imóvel, que inclui uma quadra de futebol de salão e um campo para a prática do esporte, no entanto, está sendo avaliado como possível parte do patrimônio cultural da cidade pelo Departamento do Patrimônio Histórico do município. Por isso, apesar do encerramento das atividades, a empresa deve preservar o local e os objetos que contam a história do clube.

Após a reunião, o dirigente da agremiação, Francisco Ingegnere, disse, emocionado, ter convicção na retomada da sede do clube. “Nós vamos reverter essa situação”, declarou, cercado de fotos e troféus que contam a história do Santa Marina.

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Francisco trabalhou e morou na vila operária mantida pela vidraçaria Santa Marina no local. A empresa foi incorporada pela Saint Gobain em 1960. Parte da antiga fábrica foi tombada em 2009 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).

Aulas para jovens

A irmã do dirigente, que também faz parte da direção do clube, Rose Ingegnere, lamentou que a decisão judicial tenha impedido a continuidade das atividades esportivas. “O que incomoda a eles ficarmos aqui, continuar com as atividades? A gente nunca pediu nada para eles [Saint Gobain]”, questionou.

O Santa Marina oferece aulas gratuitas de futebol de campo e salão para cerca de 200 jovens com idades entre 5 e 15 anos, alguns em situação de desproteção social. Entre eles, está Juan Conceição, que chegou aos 6 anos de idade ao clube e hoje, com 15 anos, está abalado com o fechamento. “Meu pai me trouxe uma vez para ver um jogo. Eu gostei, gostei do professor, e quis ficar aqui. Isso significa um sonho para mim. Nunca treinei em outro lugar, só aqui. Já ganhei muitos campeonatos. É difícil para mim”, disse.

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Porém, a luta para manter a história e as atividades vai continuar, garante o advogado do clube, Caio Marcelo Dias, que desde 2017 tenta garantir a posse da área. “Nós perdemos uma batalha, não a guerra. Claro que a gente vai tentar manejar alguns recursos processuais para tentar voltar com as atividades”, afirmou.

Segundo ele, a decisão não permite nenhuma mudança no imóvel até a apreciação dos órgãos responsáveis pela proteção do patrimônio histórico e cultural. “Eles não podem fazer nada absolutamente na estrutura do clube, tudo tem que ser preservado, até que haja uma decisão definitiva dos órgãos municipais e estaduais.”

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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