BRASIL
Condenados a serviços comunitários poderão atuar em museu no Rio
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O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) prevê estabelecer um convênio com o Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (https://pretosnovos.com.br/), na Gamboa, na zona portuária da cidade, para que condenados a prestar serviços comunitários trabalhem no sítio histórico e arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos.
Após visitar nesta semana o centro de preservação do patrimônio material e imaterial africano e afro-brasileiro, o presidente do TJRJ, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, informou que o tribunal vai elaborar documento para formalizar convênio com o instituto.
“Muita gente é apenada com prestação de serviços à comunidade. A proposta é indicar o Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos como local onde eles [condenados] possam, de alguma forma, contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Nós vamos fazer convênio para formalizar essa parceria”, disse o magistrado.
Ele destacou ser essencial o desenvolvimento do instituto, pois ali há o resgate da história da cidade do Rio e do país. “Não é uma página bonita da nossa história, mas é fundamental conhecermos quem somos. É um ambiente emocionante. É impossível ficar insensível ao que se vê aqui”, completou.
A presidente do instituto, Merced Guimarães dos Anjos, disse que a instituição já tem uma parceria com a 9ª Vara Federal do Rio para receber os condenados com prestação de serviços comunitários. “A gente os capacita para receber os visitantes. Temos um número pequeno de apenados no instituto para prestar serviços”, afirmou.
Segundo o TJRJ, a visita também teve simbolismo histórico do diálogo entre as instituições, pois o Arquivo do Judiciário do Estado do Rio e o Museu da Justiça guardam centenas de processos do período da escravidão no Brasil. Entre os documentos estão cartas de alforrias, certidões de compra de escravos, pedidos de autorização de casamentos de escravos aos seus senhores e documentos de compra de liberdade pelos próprios escravos, entre outros.
Instituto de Pesquisa
O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos foi inaugurado em maio de 2005 e está localizado sobre o antigo cemitério destinado a negros capturados e trazidos da África para servirem de escravos no Brasil.
O achado arqueológico foi identificado de forma surpreendente, em 1996, durante uma reforma que os donos do casarão, Petrúcio e Maria de La Merced, promoveram no imóvel. Na ocasião, durante a sondagem do solo, foram descobertos fragmentos de objetos e de ossos humanos. O achado foi comunicado aos órgãos responsáveis, que enviaram especialistas à área. Após pesquisas, os profissionais confirmaram a descoberta.
O cemitério destinava-se ao sepultamento dos pretos novos, isto é, dos escravos que morriam após a entrada dos navios na Baía de Guanabara ou imediatamente depois do desembarque, antes de serem vendidos. Ele funcionou de 1772 a 1830, no Valongo, faixa do litoral carioca que ia da Prainha à Gamboa.
O instituto visa desenvolver pesquisas, estudos e investigações que objetivem a preservação do patrimônio material e imaterial africano e afro-brasileiro, cuja conservação e proteção sejam de interesse público, com ênfase no sítio histórico e arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos, com a finalidade de valorizar a memória e a identidade cultural brasileira.
Edição: Kleber Sampaio
Fonte: EBC Geral


BRASIL
Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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