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Em 15 anos, Fiocruz mobiliza R$ 800 milhões para viabilizar projetos
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O Escritório de Captação de Recursos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), dedicado a construir pontes entre os projetos desenvolvidos pela instituição com diferentes atores da sociedade que podem se tornar parceiros de investimentos, mobilizou desde sua criação, em 2008, R$ 800 milhões para viabilização de cerca de 120 projetos. O escritório nasceu de uma tese sobre mecanismos alternativos de sustentabilidade dentro de uma instituição de ciência e tecnologia pública, explicou nesta quarta-feira (19) à Agência Brasil o gerente-geral do Escritório de Captação de Recursos, Luis Donadio.

“Com o tempo, essas parcerias foram ganhando diferentes contornos”. No início, o escritório trabalhava mais com ações voltadas para a cultura científica e projetos sociais. “Depois, a gente começou a trazer projetos de educação, projetos mais na área tecnológica, de desenvolvimento de novas tecnologias para servir ao Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica Donadio.
Na pandemia da covid-19, foi criado o programa Unidos contra a Covid, que mobilizou volume de recursos da ordem de R$ 550 milhões, que possibilitaram iniciativas como a construção da fábrica de produção de ingrediente farmacêutico ativo (IFA), elemento fundamental na formulação de um fármaco; implantação de um barco ambulatório e de cinco usinas de oxigênio na Região Amazônica; implantação de duas centrais de processamento de testes, sendo uma no Rio de Janeiro e outra na cidade de Euzébio (CE).
“Vários projetos e programas que deixaram legados para o SUS e isso também, naturalmente, trouxe outro patamar para a relação da parceria público-privada e da percepção da sociedade em seu conceito mais amplo, envolvendo empresas, fundações, indivíduos, de que é possível apoiar projetos importantes que estão sendo realizados por instituições públicas, como a própria Fiocruz, universidades e outros institutos de ciência e tecnologia em projetos que, se apoiados, vão ter mais força”.
Acesso
A atuação central da Fiocruz é no fortalecimento do SUS, explicou Luis Donadio. O gerente-geral afirmou que a Fiocruz é uma instituição de ciência e tecnologia em saúde, “mas a nossa compreensão na promoção da saúde na Fundação é baseada nos determinantes sociais da saúde, seguindo conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS) que entende a promoção da saúde como acesso a diversos fatores, entre os quais cultura, educação, comunicação”. Por isso, a Fiocruz acaba tendo uma atuação bastante diversificada quando se fala dos programas que a instituição desenvolve.
A linha central é saúde, mas a Fiocruz desenvolve ações de cultura científica, como o Museu da Vida, que oferece espetáculos teatrais e oficinas audiovisuais. “A gente entende que a promoção da cultura científica é acesso à saúde”. Donadio lembrou que a Fiocruz é a instituição não universitária que mais forma quadros para a área da saúde. “Muita gente se forma ali. A gente tem fortes programas educacionais”.
O Escritório de Captação de Recursos está comemorando 47 parcerias celebradas em 2022 que estão viabilizando 13 projetos, em 2023. A unidade da Fiocruz está buscando construir parcerias para 15 novos projetos nas áreas cultural, social e de tecnologias para o SUS, para execução a partir de 2024.
Seminário
O Escritório de Captação de Recursos da Fiocruz promove no próximo dia 25 o seminário Parceria que Dá Certo: Público e Privado no Fortalecimento da Saúde, Ciência e Cultura, que será realizado no auditório do Centro de Documentação em História da Saúde da instituição, no Rio de Janeiro. O evento é gratuito e aberto para profissionais das áreas de governança ambiental social e corporativa (ESG), saúde, terceiro setor, universidades, institutos de pesquisa e demais interessados no tema. A inscrição pode ser feita pela plataforma Sympla até o dia 24. Quem se inscrever receberá na véspera do seminário, por e-mail, o link para a transmissão do evento.
Luis Donadio afirmou que o seminário vai celebrar com os parceiros que apoiaram projetos da Fiocruz no ano passado, porque entende a importância de fazer o reconhecimento e o agradecimento e mostrar aos apoiadores o estágio de cada um daqueles projetos. Outro objetivo é fomentar a cultura, junto às instituições de ciência e tecnologia principalmente, de construir mecanismos que conversem com os potenciais financiadores do mercado. “A gente quer, com esse seminário, trazer discussões sobre fundo patrimonial, blended finance (arranjo financeiro que combina recursos públicos, privados e filantrópicos), programas de doação de indivíduos que poderiam estar sendo aplicados em universidades, institutos de pesquisa”.
Participação social
Donadio avalia que o Brasil não tem uma cultura tão forte de participação social apoiando projetos importantes para o país e que são desenvolvidos por instituições públicas. Ele explica que 80% da ciência básica produzida no Brasil é feita em universidades e institutos de ciência e tecnologia. “E muito desse conhecimento não consegue sair da bancada nem completar uma fase pré-clinica, por coisas muito básicas como aquisição de insumos, manutenção de um pesquisador visitante”. Ele não entende que isso é uma lógica substitutiva da responsabilidade do governo na manutenção e no investimento do setor público, mas constitui um instrumento complementar diante de um recurso orçamentário curto. Nesse caso, a saída é buscar essas alternativas de maneira organizada, planejada e profissional. Como a Fiocruz desenvolveu essa experiência ao longo dos últimos 15 anos, Luis Donadio entende que isso é algo para ser compartilhado com outras instituições que realizam trabalhos tão importantes quanto, mas que não têm isso estruturado na sua operação.
Olhando para a cultura de doação mais ampla, verifica-se que o Brasil está entre os 20 países do ranking de principais nações solidárias e de participação filantrópica, segundo o relatório anual World Giving Index 2022, produzido pela organização Charities Aid Foundatio’n (CAF), representada no Brasil pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis).
Donadio ressaltou que falta no Brasil uma cultura institucional nas instituições públicas e universitárias de pesquisa para trabalhar esse contexto de parcerias que, se forem estimuladas e chamadas, participam das iniciativas.
O seminário acontecerá presencialmente, das 8h30 às16h30, e também será transmitido pela internet, reunindo diversos especialistas e instituições em três painéis ao longo do dia, que debaterão a A economia criativa como força de desenvolvimento socioeconômico nas periferias; Fundos patrimoniais, funcionam no Brasil?; e O ESG no fortalecimento da Saúde e da Pesquisa no país.
Fonte: EBC GERAL
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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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