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Inadimplência em Mato Grosso registra maior queda mensal do ano, aponta CDL Cuiabá
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O número de consumidores com dívidas atrasadas em Mato Grosso teve a maior queda mensal de 2024. De acordo com levantamento no Núcleo de Inteligência de Mercado da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a inadimplência caiu 3,2% em maio no comparativo com o mês anterior.
Em relação ao mesmo período de 2023, o indicador praticamente se manteve em patamar de estabilidade (-0,02%).
O levantamento aponta que 4 em cada 10 consumidores têm dívidas de até R$ 1 mil e pouco mais de 38% estão inadimplentes entre um e três anos. Cada devedor tem, em média, duas contas atrasadas. Já o valor médio dos passivos é de R$ 5.076,06.
Cerca de metade (49%) dos débitos da população com as finanças no vermelho são com bancos e demais instituições financeiras. Em segundo lugar aparecem as dívidas com o comércio (26,8%) e água e luz (10,9%).
Quanto à faixa etária, a maior parte dos endividados (26,7%) tem entre 30 e 39 anos, seguido pelo grupo entre 40 e 49 anos (21,7%). Em relação ao gênero, 53,82% são homens, enquanto 46,18% são mulheres. Ao todo, mais de 1,1 milhão de pessoas estão em situação de inadimplência em Mato Grosso.
Na visão do superintendente da CDL Cuiabá, Fábio Granja, apesar do contingente elevado de devedores em atraso, a queda do indicador mostra relativa estabilidade no cenário estadual. Ele também avalia que a informalidade é um dos principais desafios no combate à inadimplência. “Muitas pessoas estão fora do mercado de trabalho formal, o que resulta em rendas instáveis e dificuldades para honrar compromissos financeiros regulares”.
O gestor destaca que uma parte das empresas tem disponibilizado negociações vantajosas para facilitar a regularização de dívidas dos consumidores. No caso dos aposentados, o adiantamento do 13º salário tanto em abril quanto maio, possibilitou o pagamento de pendências.
“Fomentar o empreendedorismo e criar oportunidade de geração de renda continuam sendo estratégias essenciais para reduzir a dependência das famílias em relação à informalidade”.
Sobre a CDL Cuiabá – Com 51 anos de história, a instituição conta com 9 mil empresas associadas e visa unir forças para transformar Cuiabá no melhor lugar para empreender e morar. A entidade também produz soluções e serviços de economia operacional em contas de energia e telefone, segurança em transações on-line com a certificação digital, inteligência para concessão e retomada de crédito com segurança e recuperação de dívidas com o SPC Brasil.
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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.