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Iphan retomará escavação em sítio arqueológico paulistano após chuvas
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O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou que as escavações no Sítio Arqueológico Saracura só serão retomadas após o período de chuvas, que vai até o fim de março.
Localizadas na área da Estação 14 Bis, que vai integrar a futura Linha 6 Laranja do Metrô de São Paulo, as escavações no Sítio Saracura foram suspensas por causa das chuvas que atingiram a capital paulista na última terça-feira (7).
Segundo o Iphan, o que motivou a decisão foi o fato de parte do sítio situada na área da futura estação ter ficado alagada. “Tão logo se inteirou da situação, a equipe técnica do instituto foi ao local, na quarta-feira (8), e constatou que a medida era essencial para garantir a conservação do sítio arqueológico”, explica o Iphan em nota.
A área inundada já foi drenada e as escavações arqueológicas poderão ser retomadas após o período de chuvas intensas. Apesar de terem sido instaladas barreiras de rochas para contenção e bombeamento das águas pluviais, estas não foram suficientes para conter o volume de chuva, acrescenta a nota. As escavações ocorriam a uma altura de 2,5 metros, distante da parte mais densa do sítio arqueológico, que se situa a 5 metros e permanece soterrada, e segura, à espera de pesquisas, completa o texto do Iphan, autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura.
Realizado pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos, o monitoramento arqueológico foi requisitado preventivamente pelo Iphan em etapa de reabertura de processo do licenciamento ambiental em 2021. Como consequência de tais estudos, esta memória do Bixiga, bairro tradicional da capital, foi descoberta.
No caso da área da Estação 14 Bis, os vestígios identificados até o momento remetem à população urbana residente na cidade em meados do século 20. Contudo, os achados ainda estão sendo estudados e pode haver novas descobertas.
De acordo com o Iphan, foram resgatados pedaços de louça e fragmentos de vidro e de material construtivo, dentre outros tipos de material. A pesquisa indica possibilidade de que o material provenientes do sítio possa pertencer ao quilombo urbano Saracura.
Para apurar essa hipótese, o Iphan pediu a complementação dos estudos em andamento, de modo a incluir o Movimento Civil Mobiliza Saracura Vai-Vai, que defende o legado do quilombo que existia na região. O movimento também acompanhou o Iphan em vistoria feita na área.
Para garantir pesquisas e estudos sobre esse legado, o Iphan registrou, em 2022, o Saracura/14 Bis como sítio arqueológico que compõe o patrimônio cultural brasileiro.
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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