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‘Minhas atitudes definem o ser humano que eu sou’, diz João Paulo Pacífico, milionário que pede mais impostos para ricos
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“Nesses últimos anos, a narrativa meritocrática vem ganhando um espaço cada vez mais forte de individualização do indivíduo, e isso que me incomoda muito. Aquelas listas das pessoas mais ricas do mundo são uma babaquice. Eu não quero ser um daqueles”.
Quem diz isso é João Paulo Pacífico, o único brasileiro de um grupo de milionários de diversos países a assinar um abaixo-assinado entregue ao Fórum Econômico Mundial com um pedido inusitado: serem mais taxados. Ao menos 250 pessoas questionam a diferença tributária que existe entre pobres e os chamados super ricos.
“Nosso pedido é simples: pedimos que nos taxem, os mais ricos da sociedade. Isto não irá alterar fundamentalmente o nosso nível de vida, privar os nossos filhos ou prejudicar o crescimento econômico dos nossos países. Mas transformará a riqueza privada extrema e improdutiva em um investimento para o nosso futuro democrático comum”, diz a carta do movimento “Proud to pay more” (Orgulho de pagar mais, em português).
Paulo fez carreira no mercado financeiro, depois empreendeu e montou sua própria securitizadora, a Gaia, que chegou a ter mais de R$ 16 bilhões sob gestão. Passados alguns anos, depois de ter contato com o terceiro setor, decidiu criar uma vertical de impacto social e se desfez da outra parte, que, em suas palavras, já não fazia mais sentido com o que ele pensava.
“A Gaia começou a se envolver em operações financeiras que causassem impacto. Então, fizemos uma primeira operação para financiar a reforma de casas na favela. Depois, fomos expandindo, até que encontramos o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra] e o trabalho da reforma agrária”, diz.
Em entrevista exclusiva a Época NEGÓCIOS, ele, que é escritor, ativista, conselheiro do Greenpeace e acumula mais de 500 mil seguidores nas redes sociais, dá detalhes de sua abrupta mudança, em meados de 2015, quando largou o mercado financeiro tradicional e se viu nos assentamentos de sem-terra. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
Época NEGÓCIOS – Como foi sua trajetória no mercado financeiro?
João Paulo Pacífico – Eu fiz engenharia, mas trabalho há 24 anos no mercado financeiro, desde 1999. Em 2009, eu estava incomodado com a falta de humanidade no mercado financeiro porque, no meio da crise, as pessoas demitiram as outras sem dó. Então, resolvi empreender. Saí de um banco, sem dinheiro e com poucas economias, pensando em criar uma empresa mais humana.
Eu fundei a securitizadora Gaia, que, em 2014, virou uma empresa com selo B, certificação internacional de empresas que querem fazer um mundo melhor. Nesse mesmo ano, também montamos a ONG Gaia Mais, que tem dois programas: um para crianças com altíssima vulnerabilidade social e outro para atuar com professores da rede pública.
Eu separei a Gaia em dois grandes negócios, um de impacto e outro de não impacto social, e depois vendi o tradicional para ficar só com o que era de impacto. Quem comprou a outra parte foi a securitizadora OPEA, que é do fundo norte-americano Jaguar Growth Partners, mas, contratualmente, sou proibido de falar o valor da venda.
Em que momento você foi parar nos assentamentos do MST?
A Gaia começou a se envolver em operações financeiras que causassem impacto. Então, fizemos uma primeira operação para financiar a reforma de casas na favela. Depois, fomos expandindo, até que encontramos o MST e o trabalho da reforma agrária. Fomos com eles para a bolsa de valores, com uma primeira emissão [de títulos], fizemos uma segunda e, desde então, continuo muito próximo. Nos últimos dois dias, coincidentemente, eu estava no Paraná, visitando assentamentos que receberam recursos para produção de alimentos, como arroz e açúcar.


BRASIL
Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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