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Ministro defende trabalho conjunto para combater criminalidade no Rio
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O combate ao crime organizado no Rio de Janeiro é um trabalho que tem que ser realizado em conjunto pelos governos estadual e federal, mas precisa contar com a atuação do Poder Judiciário. A declaração é do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para quem “infelizmente o Rio de Janeiro, hoje, faz parte, se não for o coração desse problema [crime organizado]”. Torres disse que desde a sua posse no ministério já esteve várias vezes com o governador do estado, Cláudio Castro, e que não tem, como o gestor máximo de segurança pública no Brasil, “não tratar o estado como um caso especial”.
“Um caso a parte, que precisa ser conversado entre os poderes, governo estadual e federal. Esse problema aqui no Rio de Janeiro é crônico e precisamos começar a tratar isso de uma forma séria e organizada em conjunto. Sozinho, o governo do estado não resolve. O governo federal não pode intervir. A gente tem que buscar uma saída para isso, junto com o Judiciário, junto com o Ministério Público”, defendeu hoje (14), ao discursar na posse do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, delegado Ivo Roberto Costa da Silva.
Torres disse que o novo superintendente tem um desafio muito grande e uma responsabilidade gigantesca, de um problema crônico, pela frente. “Agradeço ao senhor por ter topado esse desafio, porque aqui, realmente, a prioridade é máxima, e a nossa urgência é máxima em todos os aspectos”, disse. O ministro também agradeceu o trabalho do superintendente que deixou o cargo, Tácio Muzzi de Carvalho, pelo “belíssimo” trabalho realizado.
O ministro concordou com a crítica do diretor-geral da PF, Márcio Nunes de Oliveira, que em discurso anterior, sem nominar quais seriam, afirmou ter comunidades no estado onde a polícia não pode entrar por causa de decisões judiciais tomadas por pessoas que não conhecem a realidade local. “Foi colocado aqui decisões judiciais de pessoas que não sabem o que é uma comunidade e não sabem a realidade do Rio de Janeiro. Decisões governamentais que ao longo da história complicaram o estado do Rio de Janeiro, transformaram a nossa cidade, talvez a cidade mais bela do país, em uma cidade extremamente complicada de se viver e se morar, onde o caos muitas vezes está instalado e a gente não sabe até quando isso vai permanecer da forma que está”, disse.
Torres defendeu a ocupação dos espaços pelo poder público para afastar a atuação do crime organizado. “O estado precisa voltar a mandar em todo o Rio de janeiro e não apenas em parte dele. Nós não podemos ficar sem acesso a espaços do Rio de Janeiro. Nós não podemos submeter a população de qualquer área do país ao controle, que não seja o controle do Estado. Isso muito nos preocupa. É um assunto de prioridade para a nossa nação, para o país”, disse.
Índices
De acordo com o ministro da Justiça, em 1 ano e 2 meses em que está à frente da pasta houve avanço na redução da criminalidade, resultado de uma atuação integrada da segurança pública. “Os números estão avançando, diminuímos em 7% os homicídios, 4 mil vidas poupadas no ano passado no Brasil, excelente, mas 4 mil vidas de quantas se perderam? É tudo isso que a gente tem que pensar. É tudo isso que a gente tem que trabalhar”.
Milícia
Torres revelou que ontem (13) à noite assistiu a pré-estreia do documentário Brasil Paralelo. “Quando a gente senta à frente de uma tela gigantesca para ver aquelas imagens da criminalidade no Brasil, e em especial, da criminalidade do Rio de Janeiro, a gente vê o tamanho da responsabilidade de todos nos. E quando eu digo de todos nós, é de todos nós mesmo, policiais, todos nós procuradores, juízes, militares, enfim todos. A milícia no Brasil continua sendo um dos principais problemas que assolam a nossa sociedade. Infelizmente o estado do Rio de Janeiro se destaca nisso”.
O ministro anunciou que na semana que vem vai ocorrer um encontro em Brasília com ministros da Justiça e Segurança Pública de países sul-americanos para discutir o problema da criminalidade organizada na região. “Nós precisamos discutir estratégias. Os problemas são comuns, são problemas conjuntos. O crime há muito extrapolou as fronteiras dos seus países e isso muito me preocupa. Infelizmente, o Rio de Janeiro hoje faz parte, se não for o coração, desse problema”, disse.
“O que acontece hoje no Rio de Janeiro, que vem se reestruturando ao longo dos anos, é reflexo em todo o Brasil, e o pior, é reflexo em toda a América do Sul”, disse.
O novo superintendente da PF no Rio de Janeiro, Ivo Roberto Costa da Silva, também defendeu a necessidade de concentrar esforços no combate ao crime organizado, “que a cada dia age com mais violência, utilizando verdadeiras armas de guerra para a manutenção de territórios dominados. O combate incansável ao tráfico de drogas, ao tráfico de armas, à lavagem de dinheiro, sempre com o foco na descapitalização financeira desses grupos criminosos, se mostra como meio mais eficiente para combater essas estruturas do crime organizada. Aliado a isso, a união de esforços e o trabalho integrado das forças de segurança pública, surgem como importante ferramenta para se atingir os objetivos pretendidos”.
Corrupção
O delegado defendeu o combate à corrupção, e lembrou a declaração do ex-deputado Ulisses Guimarães na promulgação da Constituição Federal de 1988. “A corrupção é o cupim da República. República suja pela corrupção impune, tomba nas mãos de demagogos que a pretexto de salvá-la, a tiranizam. Não roubar, não deixar roubar, por na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública”.
Edição: Fernando Fraga


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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