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Moradores buscam desaparecidos em Petrópolis; mortes chegam a 58
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Em meio a catástrofe causada pelas chuvas em Petrópolis, na região serrana do estado do Rio de Janeiro, moradores buscam, por conta própria, familiares desaparecidos. Ouvidos pela Agência Brasil, eles relataram que passaram a última madrugada com enxadas e até mesmo com as próprias mãos, buscando sobreviventes no meio dos escombros. O número de mortos agora é de 58.
“Estou procurando meu pai e minha mãe”, disse Danter Menezes que, desde às 3h da madrugada de hoje (16), está com o irmão, Simon Menezes, no local onde era a casa dos pais, no Morro da Oficina, no bairro Alto da Serra. “Tenho certeza que estão aqui, eles estavam na sala, os móveis todos estão aqui, achei os documentos deles”, contou.
A região foi uma das mais atingidas. Somente ali, de acordo com os moradores, mais de 50 casas vieram abaixo com os deslizamentos de terra. Danter não mora no local. Assim que soube da tragédia, tentou contato com os pais, mas não conseguiu falar com eles e foi imediatamente para lá.
A casa do irmão, que fica na mesma área, também corre risco de desabamento. “Vou levar meu irmão, sobrinho e cunhada para minha casa. Eles moram naquela casa que está rachada e com risco de cair”, explicou Danter.
José Costa reside em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, e, assim que soube do desastre, foi para Petrópolis para ajudar o filho, Marcelo Castro, que teve a casa levada pelas chuvas. Eles também buscam por conta própria a esposa de Marcelo, que estava em casa quando ocorreu o deslizamento de terra.
“Ele ligou para mim e eu vim porque numa hora dessas é difícil. Tentamos [escavar] beirando a casa, tirando o que tinha que tirar de barro”, relatou José.
Sozinho, Paulo Eckardt procura a mãe, Antonieta, 99 anos, que estava em casa quando tudo desabou. Ele tentou chegar ao local ontem, mas não conseguiu. “Ela está dentro do quarto, debaixo daquela barreira. Tem que esperar agora para tirar o corpo”, disse com muita tristeza. Ele morava com a mãe e não tem esperanças de que ela esteja viva. “O rapaz falou que [ela] está soterrada. Não tem como. Não tem chance [de alguém] estar vivo, é terra pura, sem chance, ainda mais com a idade que ela tem”.
Hoje, as ruas de Petrópolis estão cobertas de lama. O terreno acidentado dos morros e a terra ainda muito molhada dificultam o trabalho de buscas. O Corpo de Bombeiros não dá conta de todo o trabalho. A população ajuda na procura de sobreviventes e por corpos. O trabalho é lento, pois as vítimas podem estar vivas em meio aos escombros, em espaços com ar. A escavação é feita devagar. Bombeiros contam que estão exaustos. Alguns estão em ação há dois dias, emendado jornadas de trabalho.
Com o tempo nublado, muitas pessoas estão também deixando as casas com medo de novas chuvas e deslizamentos. Muitos estão nas ruas com malas e bolsas. A comunicação na cidade foi prejudicada, faltam luz e internet em muitos locais. Como há muitos fios soltos nas ruas, para que não haja acidentes a energia foi desligada em algumas localidades.
Vítimas
Até o momento, há a confirmação de 58 mortos em razão das enchentes e do mau tempo que castigaram Petrópolis, segundo a Defesa Civil Estadual. Os bombeiros seguem nos trabalhos de busca por desaparecidos, uma vez que vários deslizamentos de terra e alagamentos foram registrados na cidade.
A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio montaram forças-tarefas para ajudar na identificação de cadáveres e na busca por desaparecidos. Uma estrutura foi erguida ao lado do Posto Regional de Polícia Técnica Científica (PRPTC) de Petrópolis para preservar os corpos.
O secretário estadual de Defesa Civil do Rio de Janeiro, Leandro Monteiro, pediu que as pessoas façam doações de água mineral aos quartéis dos bombeiros, para que possam ser entregues em Petrópolis.
Há ainda vários pontos que estão recebendo donativos, como a Câmara Municipal de Petrópolis, que está aceitando alimentos não perecíveis, água, roupas limpas para todas as idades, produtos de higiene pessoal, produtos de limpeza, roupas íntimas e roupa de cama, entre outros.
*Colaborou Mariana Tokarnia.
Edição: Kleber Sampaio


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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