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Morre cineasta Geraldo Sarno aos 83 anos no Rio de Janeiro

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O diretor e roteirista baiano Geraldo Sarno, que morreu ontem à noite (23) aos 83 anos, estava internado no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, na zona sul do Rio. Em nota, a unidade lamentou a morte do cineasta e disse que a pedido da família não podia divulgar mais informações sobre o falecimento.

“O Hospital Copa D’Or lamenta a morte do paciente Fidélis Geraldo Sarno na noite desta terça-feira (22) e se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda. O hospital também informa que não tem autorização da família para divulgar mais detalhes”, relatou.

Conforme o projeto Memória do Cinema Documentário Brasileiro: histórias de vida do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getulio Vargas (FGV), que fez uma entrevista com ele no dia 28 de agosto de 2015, Sarno nasceu em Poções, na Bahia, em 6 de março de 1938. Ele era filho de comerciantes italianos e no meio do sertão convivia com uma comunidade de imigrantes.

“Então, meu hábito de a minha infância foi falar italiano, em casa, dialeto calabrês e trequinês, Trecchina era a cidade da minha mãe, e da porta para fora, o sertão, da porta para fora, o sertão com a garotada e tal”, disse na entrevista ao projeto do Centro de Pesquisa.

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Segundo o CPDOC, o interesse do artista pelo cinema surgiu nas sessões que frequentava nas três salas de cinema de sua cidade, onde também ia o diretor Glauber Rocha, levado pela mãe Lúcia Rocha. Mãe e filho moravam em uma cidade próxima. Mas foi durante uma viagem a Cuba, para onde foi em 1962, indicado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), que resolveu estudar a arte durante um ano. Mesmo recém formado em Direito e aprovado em primeiro lugar no concurso público para oficial judiciário do Tribunal Regional do Trabalho de Salvador, o diretor e roteirista quis continuar em Cuba para estudar cinema.

Os seus primeiros filmes, Viramundo (1965) e Auto da Vitória (1966) serviram de inspiração para trabalhar temas da cultura popular do sertão nordestino, o que também está presente em trabalhos seguintes com o Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP), como Os Imaginários (1970), e ao Instituto Nacional de Cinema, como O Engenho (1970), sob produção de Thomas Farkas.

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Nos anos 1970, a partir dos filmes-verbetes, como ficaram conhecidos, entrou na reflexão sobre a cultura negra do litoral, com Iaô (1976) e na ficção, com o filme Coronel Delmiro Gouveia (1978). Nos anos 90 começou a ministrar cursos de cinema e realizou uma série de documentários.

Sarno atuou ainda, de acordo com o CPDOC, no mercado editorial, publicando Glauber Rocha e o Cinema Latino-americano (1994) e Cadernos do Sertão (2006). “É reconhecido como um diretor que aborda a cultura popular, a história nacional e suas problemáticas de uma maneira reflexiva e emblemática”, informou o projeto da FGV.

O cineasta recebeu em 2008 o prêmio de melhor direção no Festival de Brasília, com o filme Tudo Isto me Parece um Sonho, que conta a história do general pernambucano Ignácio Abreu e Lima. Ao lado de Simon Bolívar, o general participou de batalhas a favor da libertação da Colômbia, Venezuela e Peru da Coroa Espanhola no século 19.

Edição: Valéria Aguiar

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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