Search
Close this search box.
CUIABÁ

BRASIL

Mostra de Tiradentes debate cinema em novas bases

Publicados

BRASIL

A Mostra de Cinema de Tiradentes, responsável por abrir anualmente o calendário audiovisual brasileiro, dá início nesta noite (20) a uma edição que marca o retorno do modelo presencial, após duas edições online em decorrência da pandemia da covid-19.

O reencontro físico com o público será também uma oportunidade para se discutir o cenário atual do cinema nacional e apontar caminhos. O diagnóstico realizado pela curadoria aponta para um setor fragilizado, que demanda um “esforço coletivo para erigir bases novas e reforçar as estruturas resistentes”.

Para contribuir com o debate em torno desse quadro, a temática “Cinema Mutirão” orientará a programação. Sem deixar de lado as discussões sobre os filmes e as práticas profissionais, os curadores pretendem fazer desta edição um espaço de convocação coletiva com vistas à construção e reconstrução das estruturas institucionais e das políticas de fomento e incentivo. Eles apontam que o setor precisa lidar com desafios diversos como a redução de público nas salas de cinema, a consolidação da hegemonia dos oligopólios dos streamings e com cortes de financiamento para pesquisas.

“Por um lado, uma crise econômica; por outro, um projeto político federal de tentativa de desmobilização, neutralização e corte de políticas públicas. Entre uma coisa e outra, a pandemia. Esse cenário que se efetivou catastrófico não impediu a permanência de uma resiliência que buscou alternativas à sua sobrevivência, que procurou não abrir mão das suas conquistas anteriores, ainda que insuficientes ou ameaçadas”, diz o texto assinado pelos curadores Francis Vogner, Camila Vieira e Lila Foster.

Leia Também:  Exposição RJ é Solo Preto e Indígena ocupa Palácio Tiradentes na terça

Organizado pela Universo Produção desde 1998, a Mostra de Tiradentes chega agora à sua 26ª edição. Sua criação foi pensando com o objetivo de colaborar com o chamado “cinema de retomada”, expressão usada na historiografia para se referir ao reaquecimento da produção nacional, ocorrido na segunda metade da década de 1990.

Com o privilégio de ser o primeiro evento do calendário anual do audiovisual brasileiro, suas discussões acabam influenciando outros festivais ao longo do ano.

Com o tempo, a mostra também foi construindo sua vocação de apoio à produção independente. A Mostra Aurora, ponto alto da programação, abre espaço para trabalhos inéditos de diretores que tenham até três longas-metragens no currículo. Essa categoria específica para a valorização de novos cineastas surgiu em 2008, na 10ª edição. De lá pra cá, ela se firmou como uma das mais importantes vitrines do evento.

Nesta edição, serão exibidos ao todo 134 filmes, entre pré-estreias e mostras temáticas. Para os organizadores, o volume de trabalhos mostra a força da cinematografia brasileira contemporânea mesmo em um momento de crise no setor. Os títulos são provenientes de 19 estados. A programação, disponível no portal do evento, inclui ainda oficinas, apresentações artísticas, shows e lançamento de livros. As atividades se encerram no dia 28 de janeiro.

Leia Também:  Defesa Civil alerta para chuvas intensas em SP no carnaval

A cerimônia de abertura terá início às 20h30. Os cineastas homenageados desta edição, Ary Rosa e Glenda Nicácio, receberão o troféu Barroco. Mineiros radicados em Cachoeira (BA) e fundadores da produtora Rosza Filmes, eles têm uma trajetória profissional que se entrelaça com a história da Mostra de Tiradentes. Em 2018, Café com Canela, o primeiro longa-metragem da dupla, foi escolhido para abrir a programação do evento e teve boa recepção da crítica, levantando ainda o debate da inclusão ao trabalhar com um elenco composto 100% por atores negros.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Geral

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

BRASIL

Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

Publicados

em

A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

Leia Também:  Juíza decreta prisão temporária de suspeito em caso de desaparecimento

“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

Leia Também:  Defesa Civil alerta para chuvas intensas em SP no carnaval

Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA