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Número de mortos em Petrópolis chega a 152
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Até a noite de ontem (19), as equipes de resgate que atuam em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, retiraram 24 pessoas com vida dos deslizamentos e enchentes que afetam a cidade desde terça-feira (15), quando um temporal caiu na região. A cidade foi novamente atingida por chuvas fortes na quinta-feira (17). O número de mortos subiu para 152 e ainda há 165 pessoas desaparecidas, segundo a Polícia Civil do estado.
As equipes da Defesa Civil mantiveram as buscas durante toda a noite, mesmo com a chuva forte a moderada. Desde terça-feira foram registrados mais de 800 chamados, sendo a maioria por deslizamentos, que afetaram casas e vias públicas em diferentes pontos da cidade. Cerca de 800 pessoas estão sendo atendidas pela Assistência Social, em 20 pontos de apoio montados para acolher os moradores de área de risco.
Cães farejadores
Cães farejadores da Guarda Civil Municipal de Petrópolis e de outras corporações, de diversos estados do país que enviaram ajuda à cidade, estão auxiliando nas buscas pelos corpos das vítimas dos deslizamentos de terra. São 35 cães atuando em locais como o Alto da Serra, Rua Teresa, Sargento Boening, Caxambu e Cremerie.
A expectativa é que hoje (20) o número de animais atuando nos trabalhos de busca e resgate suba para 45. Eles foram enviados de estados e municípios como Teresópolis, Magé, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina. Também são aguardados quatro cães da Argentina e mais animais enviados pelo governo de Goiás e do Rio Grande do Sul.
De acordo com o responsável técnico e operacional do Grupamento de Operações com Cães de Petrópolis, Leandro Lopes, os cães tiveram uma participação importante no resgate de dezenas de corpos.
“Para que possamos dar mais velocidade e dinâmica ao trabalho, a partir do momento que fazemos a detecção e o animal dá o sinal de positivo, já partimos para outro ponto enquanto os bombeiros iniciam as escavações no local indicado. Por isso, não temos ainda um levantamento de quantas vítimas foram encontradas com vida ou não”.
Limpeza
A prefeitura de Petrópolis realiza hoje uma megaoperação para limpeza das ruas, com o apoio das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói. Serão mais de dois mil homens e mulheres atuando em diversos pontos da cidade, além de máquinas e caminhões, na primeira ação da Frente Nacional dos Prefeitos.
A Companhia de Limpeza Urbana da capital (Comlurb) enviou 15 caminhões basculantes de grande porte, dois menores, sete pás mecânicas e quatro caminhões pipa, além de duas vans equipadas com moto bomba e itens para remoção de galhos, caminhão de apoio e cinco vans de poda de árvore, com 50 motosserras.
Ontem, o trabalho de limpeza contou com mais de mil pessoas, concentradas nas ruas do Centro Histórico, Bingen, Coronel Veiga e Washington Luiz. As equipes atuam também em regiões como Centro, Quitandinha, Alto da Serra, Chácara Flora e Corrêas. De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes, metade das cerca de 20 vias fundamentais para a mobilidade urbana do município atingidas após as chuvas já foram desobstruídas.
As empresas de ônibus de Petrópolis estão restabelecendo gradualmente a operação das linhas. Ontem (19), os ônibus permaneceram operando com redução de horários e de frota.
A prefeitura de Petrópolis pede que os moradores evitem sair de casa, para agilizar as ações de limpeza com menos pessoas circulando pela cidade.
Ações do estado
A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro (SES) enviou ontem quatro motolâncias do grupamento de motociclistas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da capital para atuar nas ações de socorro em locais de difícil acesso em Petrópolis. Outras quatro chegam hoje ao município.
Segundo o governo do estado, os agentes atendem a demanda espontânea da população e alcançam locais onde outros veículos ainda não conseguem chegar, por causa da dificuldade de mobilidade e obstrução das vias após os deslizamentos de terra.
Equipes da Vigilância Sanitária Estadual estiveram nos abrigos que acolhem as vítimas para reforçar a orientação a respeito dos protocolos de segurança e contaminação por covid-19.
O Detran também está atuando na cidade, para a emissão de identidades e segunda via de carteiras de habilitação. Já foram entregues 54 documentos, com cerca de 300 atendimentos aos moradores sem documentação civil ou segunda via de CNH.
O programa RJ para Todos, da Secretaria de Governo, já atendeu 2.810 petropolitanos no Colégio Estadual Rui Barbosa. Entre as ações oferecidas estão a expedição de carteira de trabalho digital, banco de empregos e orientação jurídica.
Comerciantes
Para fazer um diagnóstico sobre os prejuízos financeiros sofridos pelos comerciantes de Petrópolis, a prefeitura lançou um formulário on-line. O questionário pode ser preenchido pelo link. É necessário informar dados como razão social, CNPJ, telefone, e-mail, endereço, atividade econômica e quantidade de colaboradores, além dos prejuízos sofridos e estimativa de custo para retomar a atividade.
Segundo o secretário de Fazenda, Paulo Roberto Patuléa, equipes multidisciplinares também irão colher informações presencialmente.
“Vamos ter que reconstruir a cidade. Por isso, vamos manter um diálogo com os empresários de Petrópolis, que são os que geram emprego e renda para a nossa cidade, para buscar a melhor forma para ajudá-los e juntos reerguermos a cidade. Quero destacar também que os empresários de Petrópolis também estão se mobilizando para as doações para aqueles que mais precisam”.
Edição: Claudia Felczak


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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