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Prefeitura do Rio publica edital para compra de ônibus novos do BRT
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O edital de licitação para a compra de novos ônibus para do sistema BRT da cidade do Rio de Janeiro foi publicado hoje (14) no Diário Oficial do Município pela Secretaria Municipal de Transportes (SMTR). A previsão é de que com a aquisição, que faz parte do projeto de requalificação de todo este serviço, a partir do segundo semestre comece a substituição gradual da frota antiga para atingir a expansão do sistema até 2023.
Atualmente os usuários do Transporte Rápido por Ônibus, o BRT na sigla em inglês, enfrentam problemas com a lotação acima da capacidade e falta de ônibus em diversas linhas que atendem bairros das zonas Oeste e Norte da capital. Com a compra dos novos veículos, a intenção é aumentar a qualidade no serviço prestado e reduzir os intervalos de circulação, uma vez que haverá maior oferta de ônibus.
A publicação desta segunda-feira é referente à primeira das duas licitações que serão realizadas pela Prefeitura do Rio. O recebimento de propostas desta primeira etapa, que prevê a compra de 307 veículos articulados, de 18, 21 e 23 metros, está programado para março. Os veículos terão que ser entregues a partir de outubro deste ano. A segunda fase da licitação, vai ocorrer no segundo semestre deste ano e a previsão é a compra de 250 veículos, com entrega para o segundo semestre de 2023. Neste caso, são de modelos básicos e de 21 metros. Ao todo, as duas etapas de licitação preveem a aquisição de 557 ônibus.
Mudanças
Os ônibus que serão adquiridos virão com alterações, comparados com os que circulam atualmente. De acordo com a SMTR, na busca de melhor qualidade do serviço, os novos veículos do Sistema BRT “terão portas mais robustas e resistentes e cabine de segregação do condutor, para garantir a segurança do funcionário, seguindo práticas já existentes em outras cidades do mundo e proporcionando mais segurança às viagens”.
Com o apoio do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Rio de Janeiro (COMDEF-RIO), a SMTR considerou diferentes formas de ampliar a acessibilidade dos usuários, como destinar mais um espaço de cadeirante nos veículos articulados. “Todos os ônibus ainda contarão com equipamentos e sistemas embarcados como telemetria, GPS e videomonitoramento, que permitirão mais segurança, melhor informação aos usuários e melhor gestão da frota”, completou a secretaria.
Operação
Além da licitação para a compra dos ônibus, a SMTR vai publicar, em março, o edital de licitação para a concessão da operação do BRT. A entrega das propostas está prevista para maio. Quem vencer será responsável pela circulação dos ônibus nos corredores, pela manutenção dos veículos e pela gestão das garagens. Enquanto o vencedor não assumir a operação, a Prefeitura do Rio continuará à frente dos serviços do BRT, por meio da empresa pública Mobi Rio.
A secretaria informou que durante uma audiência pública virtual marcada para a próxima sexta-feira (18), das 11h às 13h, serão apresentadas as condições técnicas que vão orientar o processo de licitação. Os interessados em participar podem se inscrever no site da SMTR.
Conforme a pasta, o novo formato da concorrência, que separa a compra e a operação dos veículos, “já foi testado com sucesso em outras cidades do mundo e possibilitará o aperfeiçoamento do serviço, com maior controle pelo poder público, redução dos riscos de descontinuidade e mais flexibilidade em relação à disponibilidade da frota”.
Para a secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio, o processo representa uma mudança no transporte público da capital. “As duas licitações representam um marco na modernização do BRT e na transformação do sistema de transporte público coletivo da cidade do Rio de Janeiro”, explicou.
Edição: Valéria Aguiar


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.