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Quadrilha é presa por golpes pelo WhatsApp

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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Militar de Minas Gerais realizaram hoje (6) a Operação Camaleão com o objetivo de desarticular uma quadrilha especializada em um golpe que têm se tornado comum no país. Usando fotos e informações pessoais das vítimas, os criminosos criam novas contas no aplicativo WhatsApp para pedir dinheiro a familiares e amigos. Apesar de usarem números de celulares diferentes, a tática é eficaz e permite que eles fizessem vítimas diariamente.

Foram presas preventivamente sete pessoas, todas abordados em casa, em Cuiabá ou em cidades do entorno. A operação, que contou com o apoio do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e das polícias Civil e Militar do mesmo estado, cumpriu 12 mandados de busca e apreensão.

Segundo Mauro Ellovitch, promotor de Justiça à frente da Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos do MPMG, os dados usados pelos golpistas são obtidos a partir de fontes não oficiais. Ele disse que podem ter sido até mesmo comprados na dark web, servidores de rede disponíveis na internet que são acessíveis somente por meio de ferramentas específicas que garantem um elevado nível de anonimato.

“Eles utilizavam esses dados para ludibriar familiares e cometer estelionato. O integrante dessa organização pegava os dados de uma pessoa e se fazia passar por ela para ludibriar uma mãe, um pai. Alegavam que precisaram trocar o número de telefone e solicitavam dinheiro, principalmente por meio de uma transferência PIX”, explicou Ellovitch.

O promotor disse que, nessa modalidade de crime, não há hackeamento ou clonagem do celular da vítima. Por essa razão, os usuários do WhatsApp não devem confiar apenas na foto do perfil e devem sempre desconfiar se houver pedido de transferência de dinheiro a partir de um número do telefone diferente do conhecido. Apenas na casa de um dos presos, foram apreendidos 58 chips de celular.

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As investigações de inteligência, que estavam em curso desde o ano passado, revelaram que a quadrilha atuava de forma estruturada e constante, com claras divisões de funções. “Havia um núcleo operacional responsável por obter os dados, habilitar os chips e abordar as vítimas. E havia um outro núcleo, responsável por disponibilizar contas e chaves PIX para serem utilizadas nos crimes e depois retirar o dinheiro dessas contas de modo a evitar bloqueios”, disse Ellovitch.

Estimativas apontam que R$ 10 mil por dia útil era movimentado pela organização. Considerando o tempo de atuação, foi pedido o bloqueio judicial de R$ 1,8 milhão para fins de ressarcimento das vítimas e reparação dos danos causados.

Os presos serão denunciados de acordo com a função que desempenhavam na quadrilha. Entre os crimes identificados, estão organização criminosa, estelionato mediante fraude eletrônica, falsa identidade e lavagem de dinheiro. As penas para os que estiverem envolvidos em todos eles podem superar 30 anos de reclusão.

Segundo o MPMG e a PMMG, trata-se de uma ação pioneira no país. “Isso pode se ampliar, e deve se ampliar ainda mais. Acreditamos que seja o primeiro exemplo a ser seguido em todo o país, para que façamos um combate mais direto a essa modalidade criminosa”, disse a major Layla Brunnela, porta-voz da PMMG.

Ela disse que quase todo mundo conhece alguém que já foi alvo de uma tentativa desse tipo de golpe, e orienta que as vítimas registrem os casos e apresentem detalhes que possam ajudar em novas operações de sucesso. Inclusive os prints da tela do celular, com o conteúdo da conversa, são materiais considerados importantes, recomendou.

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Investigação

As investigações do MPMG foram estimuladas pela representação de aproximadamente 40 vítimas que residem em cidades mineiras. Os trabalhos mostraram, no entanto, que a quadrilha estava sediada em Mato Grosso e tentou dar o golpe em pessoas de, pelo menos, outros 15 estados. Ainda assim, o caso deverá ser julgado na Justiça mineira.

“Crimes de estelionato mediante depósito têm a competência fixada no domicílio da vítima, inclusive para facilitar o acesso à Justiça. Como as vítimas que nos procuraram eram do estado de Minas Gerais, a competência do julgamento desse caso é do estado de Minas Gerais, ainda que os autores do crime sejam de outras comarcas”, explicou Mauro Ellovitch.

Novas denúncias envolvendo esse tipo de golpe também podem acabar sendo encaminhados à Justiça mineira. “Em caso de crimes conexos, a competência é fixada por prevenção”, disse o promotor.

Apesar do protagonismo do MPMG e da PMMG na investigação, o promotor ressalta que a execução da operação só foi possível pela cooperação dos promotores e policiais de Mato Grosso. O promotor reitera que tudo começa com a disposição das vítimas em denunciar.

“É trabalhoso, mas é uma investigação possível. No imaginário das pessoas, há essa ideia de que é impossível apurar esse tipo de crime e que não vai dar em nada. Mas com um trabalho de investigação técnico e dedicado, podemos identificar os rastros digitais que esse tipo de golpe deixa”, disse Ellovitch.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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