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Rio ganha centro internacional de estudos sobre clima
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Foi inaugurado nesta terça-feira (14) o Climate Hub, centro dedicado a pesquisas sobre mudanças climáticas. Localizado no Museu do Amanhã, na região portuária da capital fluminense, o centro é uma parceria da Universidade de Columbia, dos Estados Unidos, com a prefeitura do Rio de Janeiro. Esse é o décimo escritório global da universidade norte-americana em todo o mundo e funcionará dentro do Columbia Global Center Rio.
O Climate Hub Rio irá oferecer bolsas de estudos para pesquisadores e cientistas brasileiros desenvolverem projetos no país e também na universidade, em Nova York. Um dos objetivos é atrair talentos relacionados aos estudos sobre impacto das mudanças climáticas no Brasil e promover a colaboração e divulgação dos trabalhos na comunidade científica e entre líderes globais.
O diretor do Columbia Global Center Rio, Thomas Trebat, destacou que o enfrentamento das crises climáticas exige parceria e cooperação entre os povos. “Estamos todos juntos nisso, cidadãos de todas as partes do mundo. É o Brasil se engajando novamente nas questões climáticas”, disse o diretor.
O embaixador e assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, ressaltou que o meio ambiente e o clima são temas centrais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E citou como exemplos da retomada desse debate no país a reativação do Fundo Amazônia e a possibilidade de o Brasil sediar a COP30, conferência das Nações Unidas sobre o clima.
Conforme o diplomata, o debate sobre as mudanças climáticas envolve ainda questões sociais. “É um tema de grande transversalidade e está presente em tudo, até na questão da guerra e paz, porque gera conflitos migratórios”.
A secretária Nacional de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Ana Toni, que representou a ministra Marina Silva, disse que dentro da transição climática a pasta irá trabalhar com a construção de planos setoriais, adaptação focada no bem-estar social, incorporação de oceanos e áreas costeiras no debate e criação de uma autoridade de segurança climática e de um Conselho Nacional de Mudanças do Clima.
“Vamos começar pelo tema do desmatamento, que é a nossa maior emissão, mas os temas de agricultura, energia, transporte não podem esperar. Ao contrário, terão de ser acelerados para que a gente atinja a nossa meta e possa fazer essa contribuição ao mundo. Sempre assegurando que a gente tenha um modelo de desenvolvimento que seja de baixo carbono, economicamente próspero e socialmente justo”.
Já a comunicadora indígena e ativista ambiental Samela Sateré Mawé defendeu um olhar atento para os territórios indígenas e as unidades de conservação, áreas que concentram a preservação da biodiversidade. Ela lembrou que os povos indígenas e suas terras são alvos constantes de violência e violações, como desmatamento, queimadas, caça e pesca ilegais e tráfico de drogas.
Marielle Franco
Os presentes prestaram homenagem a vereadora Marielle Franco. O assassinato da parlamentar e do motorista Anderson Gomes completa cinco anos nesta terça-feira (14) e segue sem resposta sobre o mandante do crime.
Edição: Carolina Pimentel
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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