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Segunda etapa da Festa Literária das Periferias começa amanhã no RJ

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Começa amanhã (5) a segunda etapa da 12ª edição da Festa Literária das Periferias (Flup), batizada de Maré de Periferias. O evento reúne até o dia 11 e recebe escritores como Conceição Evaristo, Jarid Arraes, Anielle Franco e Marcelino Freire na Casa de Cultura da Maré, no complexo de favelas da Zona Norte da cidade.

A primeira etapa ocorreu em fevereiro, com debates no Museu de Arte do Rio (MAR) e no Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), localizado na Gamboa, ambos na região da Pequena África. Com homenagem a Lima Barreto, Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga e Josephine Baker, o evento celebrou os 100 anos de modernismo negro.

Agora, a Flup volta para a premissa de promover a cultura realizada nas periferias e sobre as periferias, território tradicionalmente excluído dos calendários de eventos culturais. A abertura será ao meio dia, com uma revoada de balões na Biblioteca Lima Barreto. Às 18h30 será feita uma saudação aos orixás, seguida pelas boas-vindas com Eliana Sousa, da Redes da Maré, e Dani Salles, da Flup.

Às 19h ocorre o lançamento do livro Pai Santana – o Orixá do Futebol, do produtor cultural Ecio Salles, um dos criadores da Flup, que morreu em 2019. O livro conta a trajetória de Pai Santana, massagista e personalidade icônica dos times cariocas. O diretor da Rebento Editora, Sérgio Pugliese, explicou que a obra foi concluída após a morte de Salles, como forma de honrar uma de suas paixões.

“Ele tinha me falado do livro, que já tinha várias entrevistas feitas. Mas tem essas coisas do destino e o Ecio partiu inesperadamente. Depois eu conversei com a Dani, a mulher dele, e ela me passou os arquivos achando que o livro tivesse pronto e o livro estava pela metade. Mas como o Ecio era um realizador, a gente falou ‘esse livro vai sair de qualquer jeito!’ E aí eu pedi ajuda aos universitários, né? E está aqui, finalizado, com os pesquisadores, e estamos comemorando mais um projeto dele realizado”.

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As mesas de debate receberam o nome de Quilombo do Lima, em referência a Lima Barreto, autor homenageado nesta edição no centenário de sua morte. Também há programação musical e a exposição Escutatórias Afetivas por um Museu da Sororidade.

Batalha de poesia

Outro destaque da programação da Flup são as competições do Slam BR, o maior evento nacional de poesia falada, que tradicionalmente é feito em São Paulo. Na disputa, se apresentam artistas de várias partes do país, que criam rimas sobre temas diversas. A abertura do Slam Br será na terça-feira (6), às 19h, seguida das primeiras chaves classificatórias. A final será na sexta-feira (9), às 20h.

A Flup também vai sediar no sábado (10) a final do Slam Coalkan, primeira batalha de poesia indígena mundial da história, que reúne poetas das três Américas, celebrando as vozes dos povos originários. Além da final do Slam Colegial da Maré, na quarta-feira (7) às 15h, e o Slam Abya Yala, apelidada pela organização de “Copa América” de poetry slam.

Abya Yala é a denominação histórica do continente americano na língua do povo Kuna, originário da Serra Nevada, no norte da Colômbia, que vive atualmente na costa caribenha do Panamá, após conseguirem em 1930 a autonomia da comarca de Kuna Yala. A expressão significa terra madura, terra viva ou terra em florescimento e tem sido utilizada, desde 2004, como sinônimo de América para construir um sentimento continental de unidade e pertencimento, bem como a descolonização do pensamento.

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Escuta

Como primeira atividade desta etapa da Flup, foi realizado hoje (4) no Museu de Arte do Rio (MAR), o Dia da Escuta. De acordo com a idealizadora do evento, a feminista, jornalista, ambientalista e vice-prefeita de Paris Audrey Pulvar, o objetivo é ser um espaço para uma escuta sem julgamentos e com acolhimento das mulheres vítimas de violência.

“Todos os dias, desde sempre, vítimas ou sobreviventes de violência sexual e de gênero se manifestam. Seja para um pai, um ente querido, um colega, um professor, um padre, um policial, um jornalista… Seja com palavras, desenhos, assumindo comportamentos arriscados, promovendo automutilação, caindo em crises de depressão ou atitudes enganosas de supercompensação. Todos os dias, as vítimas se manifestam, porém, não são ouvidas. Por isso, o evento vai para além da fala. É preciso liberar a escuta”, disse Audrey.

As mesas de debate contaram com a participação da figurinista Su Tonani, que denunciou o assédio sexual sofrido na Rede Globo, a assistente social Rafa Albergaria, a primeira deputada transexual da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e roteirista Dani Balbi e da diretora Paula Sacchetta, com exibição do seu documentário Precisamos falar de assédio.

 A programação completa está neste site . A Flup terá um espaço com telão para a transmissão ao vivo dos próximos jogos do Brasil na Copa do Mundo, nesta segunda-feira (5) e, se a seleção brasileira ganhar da Coréia do Sul na partida das oitavas de final, também na sexta-feira (9).

Edição: Fábio Massalli

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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