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Setor de serviços em São Paulo cresceu 17% em 2021
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O faturamento do setor de serviços na cidade de São Paulo cresceu 17,5% no ano passado em comparação ao ano de 2020. É o que mostra a Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços, divulgada hoje (15) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A pesquisa utiliza informações baseadas nos dados de arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) da cidade de São Paulo.
Uma das explicações para o crescimento é o fato do ano de 2020 ter sido fortemente impactado pela pandemia de covid-19, sem crescimento, e de 2021 ter marcado o início de recuperação para alguns setores. Segundo a Fecomercio, as atividades mais impactadas pela pandemia são as que dependem da maior circulação de pessoas, tais como o turismo, o lazer e alguns segmentos da indústria, que foram afetados pelo desabastecimento das cadeias produtivas.
Dezembro
Considerando-se apenas o mês de dezembro, as atividades do setor cresceram 9,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, com faturamento de R$ 60,3 bilhões.
Do 13 segmentos que compõem o indicador, apenas dois apresentaram queda em faturamento no mês de dezembro: agenciamento, corretagem e intermediação (-1,2%) e serviços bancários, financeiros e securitários (-8,9%). Já os serviços de turismo, hospedagem, eventos e assemelhados cresceram 78,7% em dezembro.
Para a FecomercioSP, o cenário para este ano ainda é de incertezas, não somente pela pandemia, mas por causa da alta dos juros, pela inflação elevada e pela instabilidade política.
Edição: Maria Claudia


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.