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Vizinhos de jovem morto por PM receberam ameaças, relata advogado

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Vizinhos do ajudante de pedreiro Matias Menezes Caviquiole, morto por um policial militar no último domingo (5), no Morro do Piolho, no bairro Capão Redondo, zona sul de São Paulo, relataram que no mesmo dia do crime foram intimidados por colegas do PM. A informação é do advogado José Luiz de Oliveira Junior, que representa a família do ajudante de pedreiro. O jovem, de 24 anos, foi morto na rua em que residia, com um tiro no peito, e o agente de segurança alega que o disparo foi acidental.

Imagens que circulam na internet mostram o jovem rendido quando foi atingido por um tiro. Segundo o advogado, os vizinhos têm receio de se identificar, por conta da situação, com medo de sofrer represálias dos agentes do Estado.

“Foram às casas, perguntando onde tinha câmeras, tocaram campainhas. Fizeram um verdadeiro terror ali na rua. Periferia, né”, disse Oliveira Junior em entrevista à Agência Brasil. “Foi uma outra equipe de policiais para fazer esse ‘arredondamento’, vamos dizer assim”, completou.

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Até o momento da entrevista, Oliveira Junior ainda não havia conseguido ter acesso a diversas informações sobre o caso, já que o processo corre em segredo de Justiça. Um vídeo que circula pela internet, desde o dia do homicídio, mostra vizinhos tentando inibir excessos por parte do policial. Nas imagens, Caviquiole aparece rendido, com os braços para o alto. Segundos depois, escuta-se o som de disparo.

Uma versão do policial, repercutida pela imprensa, é a de que a vítima teria mexido em seu cassetete, o que teria motivado o saque da arma para se defender. Perguntado sobre esse aspecto, José Luiz de Oliveira Junior nega tal possibilidade. “Com relação a tomar o cassetete, as imagens são claras. Até quando as pessoas vão morrer mediante esse tipo de alegação?”, questiona.

O advogado comentou, ainda, que tem esperanças de conseguir processar o Estado com a ajuda do Ministério Público. Procurado pela Agência Brasil, o órgão disse que o inquérito policial ainda não foi relatado e, portanto, não tem condições de responder aos questionamentos da reportagem.

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O policial chegou a ser detido e levado para o Presídio Militar Romão Gomes, mais conhecido como Presídio Barro Branco, na Vila Albertina, que fica na zona norte da capital paulista. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que policiais militares teriam abordado uma dupla flagrada em uma motocicleta sem placa, quando outro homem interveio e tentou soltar os suspeitos. “O PM fazia a abordagem quando houve um disparo de arma de fogo, e o homem foi atingido”, disse a pasta, em nota divulgada após ocorrido. O resgate teria sido acionado pelo policial, mas o homem morreu no local.

O PM que fez o disparo prestou depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), e o delegado, após analisar as imagens, instaurou inquérito para apurar o crime de homicídio culposo, por concluir que o disparo foi acidental e não houve intenção de matar. Paralelamente, um inquérito policial militar fará apuração para levantar as circunstâncias do caso.

A Agência Brasil também tentou contato com a SSP e aguarda retorno.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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