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“Zé Celso foi o encenador mais transgressor da cena”, diz dramaturga

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“Zé Celso foi o encenador mais transgressor e mais disruptivo da cena brasileira. Da ditadura à abertura, encenou espetáculos de grande magnitude, sob a beleza arquitetônica do Oficina de Lina Bo Bardi. Imprimiu uma marca indelével de um teatro orgiástico e transgressor em muitos artistas e coletivos brasileiros”. Foi assim que a jornalista, dramaturga, professora e coordenadora de Dramaturgia da SP Escola de Teatro, Marici Salomão, definiu o diretor, ator e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, que faleceu hoje (6), em São Paulo.

Marici contou à reportagem da Agência Brasil que conheceu Zé Celso quando era repórter colaboradora do Caderno 2 do jornal O Estado de S.Paulo e cobriu os ensaios da primeira montagem da peça Os Sertões, baseada no livro de Euclides da Cunha e que narra a Guerra de Canudos, movimento liderado por Antônio Conselheiro. Fazem parte dessa epopeia musical A terra (2002), O homem – parte 1 – do pré-homem à re-volta (2003), O homem – parte 2 – da re-volta ao trans-homem (2003), A luta – parte 1 (2005) e A luta – parte 2 (2006).

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“No Oficina, fiquei esperando por cerca de meia hora na cabine técnica. Quando desci, Zé e o elenco formavam um círculo em torno da cadeira em que eu sentaria. Encaravam-me. Logo percebi que quem chegava não era a Marici, mas uma personagem euclidiana, diante de Conselheiro e seu bando. Eu estava em Canudos e transportada a um universo outro. Essa era a força do Zé, romper com o lugar comum”, relatou a jornalista e dramaturga.

O Teatro Oficina Uzyna Uzona é um grupo fundado pelo diretor em 1958 e uma das companhias mais longevas do Brasil, tendo também uma grande  atuação políica. Desde 1961, o grupo ocupa um prédio localizado no bairro do Bixiga, no centro da capital paulista, projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi e que foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

“Zé Celso não morreu”

Segundo Marici, Zé Celso não morreu. Ele permanecerá vivo “em muitas frentes de beleza, resistência e arte”.

“Zé Celso era irreverente, provocador, catalisador, militante e um grande brasilianista. Isso sempre sobreviverá no imaginário que edificou com seus inúmeros artistas no Oficina, de Hamlet a O Rei da Vela, passando pelos Sertões e tantos outros acontecimentos teatrais. A luta à frente do Oficina agora é de seus discípulos”, acrescentou Marici.

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Zé Celso tinha 86 anos e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas, na capital paulista, desde terça-feira (4) após um incêndio ter atingido o apartamento em que morava em São Paulo. O fundador do Teatro Oficina teve 53% de seu corpo queimado.

O mais longevo dramaturgo em atividade, Zé Celso Martinez deixa o legado de uma arte que revolucionou a política e os costumes. 

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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