MATO GROSSO
Alunos da UFMT reclamam de falta de estrutura para retorno de aulas
MATO GROSSO
Os estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) organizarão um debate na tarde deste sábado (12) para discutir a falta de estrutura dos Campus para receber alunos e servidores no retorno às aulas presenciais, ainda sem data prevista.
O discente de filosofia e representante do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), Wesley Snipes, contou ao MidiaNews que a ideia de realizar o debate surgiu de uma urgência dos próprios estudantes que estão, em sua maioria, insatisfeitos com as aulas online.
Os alunos, segundo Wesley, estão ansiosos para voltar a ter aulas presenciais. No entanto, encontram a barreira da falta de informações da reitoria e uma universidade que aparenta não ter manutenção em seus blocos desde abril de 2020, quando as atividades foram suspensas devido à pandemia.
Falando especificamente do Campus de Cuiabá, o estudante conta que durante o tempo sem aulas houve vários relatos de furtos, sendo um deles no bloco de medicina, onde um assaltante levou vários equipamentos de um laboratório.
A situação, que se tornou cotidiana, levantou a insatisfação dos alunos pelo ao descuido com a instituição e trouxe a tona o questionamento em relação ao amparo de medidas de biossegurança no Campus.
“Geralmente quando a gente ficava no processo de férias que durava um mês e voltávamos os ares da sala já davam problemas, imagina um ano e oito meses de pausa. O que vamos ter de realidade?”, questiona.

O Restaurante Universitário está passando por obras sem previsão de término
Wesley afirma que a reitoria garantiu que iria distribuir kits de máscaras para aqueles estudantes em vulnerabilidade, porém, o estudante destacou a importância de conseguir o material para todos os que pretendem frequentar as aulas presenciais.
Apesar das afirmações, o representante do Consepe diz que o reitorado não deu retorno sobre estoques de máscaras, álcool e outros materiais de higiene.
A UFMT ainda não confirmou uma data de retorno para as aulas, porém, em uma reunião em outubro de 2021, o Consepe estabeleceu como previsão o dia 11 de abril de 2022.
Dessa forma, caso a data permaneça, a universidade tem dois meses para concluir todos os preparativos para receber mais de 20 mil pessoas, entre estudantes, servidores e técnicos que atuam no Campus Cuiabá.
Obras e abandono
A reportagem esteve nos blocos da universidade que, em sua maioria, estavam fechados e vigiados pelos seguranças da instituição. Aqueles em que teve livre acesso, apesar de vazios, ainda estavam tenda a manutenção da limpeza.
O Restaurante Universitário (RU), que antes da pandemia era o local onde centenas de estudantes passavam todos os dias, hoje também se encontra deserto. Os únicos vistos são os construtores que atualmente trabalham para reformar o espaço.
A praça do RU, outro ponto de encontros dos alunos, também mostra alguns traços de falta de manutenção, principalmente pela grama alta e a sujeira que se acumula no chafariz com a água parada.
Para Wesley, a obra da universidade deveria ter começado muito antes para poder já estar acabada com a proximidade do retorno às aulas, agora, a falta do restaurante universitário é outro ponto que preocupa os estudantes que querem voltar ao presencial.
“Um ano e oito meses não era tempo suficiente para ter feito tudo isso e deixado ‘nos conformes’? Mas a reitoria teve outras prioridades”, afirma.
Mesmo com quase dois anos de pausa nas atividades da universidade, o representante do Consepe afirma que ele e outros integrantes da União Estadual do Estudantes (UEE) sempre estiveram em peso tentando receber informações da reitoria. Porém, a comunicação era ignorada.

Wesley Snipes é representante do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe)
“Nós provocamos a reitoria através de ofícios, perguntando quais eram as ações da reitoria obteve neste momento e de lá para cá, mas infelizmente nós não recebemos essa manifestação”, explica.
União dos estudantes
O debate que ocorre às 15h deste sábado promete mobilizar 24 Centros Acadêmicos dos cursos da universidade e mais 12 atléticas. Segundo Wesley, a expectativa é que cerca de 300 a 400 pessoas participem da reunião no RU.
Com esta organização, os estudantes esperam chamar a atenção da reitoria para os problemas detectados no Campus e também para discutir uma forma segura de garantir que as aulas presenciais retornem o mais rápido possível.
A principal reclamação dos estudantes é em relação à didática, que ficou prejudicada pela falta de contato direto com os professores. Além disso, a falta de aulas práticas também é algo que vem dificultando a formação dos estudantes.
“Então, necessitamos disso principalmente porque a galera está se formando, quem entrou nas aulas práticas há um ano e oito meses já está saindo e sem essa experiência”, explica.
“A decisão sobre o retorno tem que ser uma decisão epidemiológica, então essa estrutura tem que estar pronta para o retorno hoje, semana que vem ou mês que vem. E hoje, se nós fossemos retornar, não teria como”, finaliza.
VEJA FOTOS:
FONTE/REPOST: Vitória Gomes – MIDIA NEWS


MATO GROSSO
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.
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