MATO GROSSO
Frigorífico do Araguaia tem plano de recuperação judicial homologado e assegura investimento para expandir vendas para todo país
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Grupo Nova Carne negociou passivo de R$ 18 milhões e emprega atualmente mais de uma centena de trabalhadores em Nova Xavantina
O juiz da 4ª Vara Cível de Rondonópolis, Renan Carlos Leão Pereira do Nascimento homologou, na última semana de agosto, o plano de recuperação judicial do Grupo Nova Carne, com dispensa da realização da Assembleia Geral de Credores (AGC) com a apresentação do Termo de Adesão Coletivo Majoritário (TACOM), que comprova a aprovação dos credores, observado o quórum previsto na Lei de Recuperação Judicial. A planta fica localizada em Nova Xavantina, no Vale do Araguaia.
Com a reestruturação, a empresa, que tem passivo estimado em R$ 18 milhões, terá carência de oito meses para iniciar o pagamento aos credores e prazo para quitar as dívidas em 48 meses.
O Grupo Nova Carne reúne cinco empresas: Vale Do Araguaia Carne, Centro Oeste Comércio Atacadista De Carne Ltda, Frigorífico Nova Carne Eireli e Carne Brasil Atacado Ltda.
Em sua decisão, o magistrado ressaltou que o plano de recuperação cumpre com o que determina a lei e foi aprovado pela maioria dos credores da empresa. “O plano de recuperação judicial apresentado aparenta ser viável e consistente; e não se destaca a presença de qualquer vício que possa invalidar o negócio jurídico. Posto isso, dispenso a realização da AGC e homologo o plano de recuperação contido no Termo de Ajuste celebrado entre as recuperandas e a maioria dos seus credores”, diz trecho da decisão. O juiz relembrou ainda que a empresa chegou a ter falência decretada, em março deste ano. Porém a defesa da empresa recorreu, e a decisão foi revertida pela desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho.
“O Tribunal entendeu que fechar empresas não resolve, mas a recuperação judicial sim, pois oferece reestruturação para continuidade da atividade. Isso reforça que a empresa tem total condição de superar esse momento de crise, quitar seus débitos e manter mais de uma centena de postos de trabalho, e se manter movimentando a economia do município”, defendeu o advogado da causa e sócio da ERS, Allison Sousa.
A capacidade de investimento, da empresa, ganha novo fôlego agora. De acordo com o diretor presidente do Grupo Nova Carne Ltda, Carlos José Sávio de Carvalho, o frigorífico tem capacidade para abater 280 cabeças por dia, em dois turnos. No total o grupo emprega 111 trabalhadores de forma direta e 28 terceirizados, e mais de 300 de forma indireta na cidade. O que corresponde a 20% da atividade econômica da região.
“Hoje o frigorífico está passando por um processo de certificação junto ao Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) e ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para receber o certificado do selo SISBI, Sistema Brasileiro de Inspeção, para comercialização dos produtos do frigorífico em todo território nacional. Isso movimentará ainda mais o negócio, aumentando as receitas e consequentemente pode gerar mais emprego e renda para a região”, pontuou.
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Setor agropecuário apoia veto ao PLC 18/24
Aprovado recentemente na Assembleia Legislativa, o PLC 18/24 vem causando um grande debate na sociedade em virtude de uma potencial autorização de abertura de áreas que ele poderia vir a promover, caso sancionado. Como a proposta legislativa atua diretamente nos trabalhos do setor agropecuário, de pronto criou-se a equivocada ideia de que a proposta tenha sido oriunda dos produtores rurais.
Há, por isso mesmo, a necessidade de se lançar algumas luzes sobre o tema. Inicialmente, é preciso dizer que, de fato, há muito tempo o setor agropecuário vem solicitando normas mais claras e justas no que diz respeito ao tipo de vegetação. Os critérios atuais deixam mais margens para dúvidas que para certezas, e isso gera insegurança jurídica para o produtor e para o corpo técnico da Secretaria de Meio Ambiente. Assim, é imperioso que se tenham normas mais claras.
Desta forma, quando a Assembleia Legislativa resolveu fazer os estudos para que se criasse um substitutivo integral ao projeto original, de autoria do Governo, e enfrentar esse problema, para o setor foi, sim, uma medida de interesse. É de suma importância que o assunto seja discutido, de fato, e a Casa de Leis é o local primordial para o debate acontecer.
O setor agropecuário reconhece todo o trabalho realizado pelo Deputado Nininho e de seu esforço no sentido de buscar regras mais claras, mas também reconhece que a redação final do projeto o tornou inexequível em termos ambientais, motivo pelo qual concordou plenamente com a sugestão de veto tratada em reunião com o governador do Estado. Aliás, não apenas o setor agropecuário concordou com a necessidade do veto, mas até mesmo o Deputado Nininho, autor do texto aprovado, juntamente com outros representantes da Assembleia Legislativa anuíram com ele.
É de suma importância ressaltar que o setor agropecuário tem muito interesse em participar da construção de normas que promovam o desenvolvimento sustentável de nosso Estado. Mas, repetimos, é fundamental que existam normas claras e que promovam segurança jurídica para os produtores e técnicos.
Por concordar com isso é que o governador Mauro Mendes determinou que seja criada uma comissão a ser coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente, para que se estude uma redação que guarde respeito ao Código Florestal Nacional, inclusive com a decisão mais recente do STF sobre alguns dispositivos que estavam suspensos desde a publicação da lei, e que agora foram declarados constitucionais.
Ressaltamos a importância da ALMT em colocar esse tema em debate. A provocação foi feita. O Governo acertou em vetar e o setor agropecuário o apoia nesse veto. Agora é hora de a sociedade buscar entender, de fato, a questão e fazer o debate. E que seja um debate técnico, justo e que prime pela sustentabilidade aliada à produção.
Artigo de posicionamento sobre o veto do PLC 18/24 do Fórum Agro MT, Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Organização das Cooperativas do Brasil – Mato Grosso (OCB/MT), Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir).