MATO GROSSO
Grupo Martelli entra com pedido de recuperação judicial com dívida de R$ 244 milhões
MATO GROSSO
Após três quebras de safras causadas por questões climáticas e doenças que acometeram as lavouras de soja, o Grupo Martelli, que possui três mil hectares de terras próprias e mais 2,8 mil hectares de terras arrendadas para cultivar soja, milho e algodão, entrou com pedido de recuperação judicial com dívidas declaradas de R$ 244 milhões. Em decisão preliminar, a juíza da 1ª Vara Regional e Especializada em Recuperação Judicial e Falência de Cuiabá, Anglizey Solivan de Oliveira, nomeou para realização da Verificação Prévia, a empresa FAF Administração Judicial e Consultoria, antes de deferir o pedido de processamento da Recuperação Judicial.
No pedido, o grupo formado pelo produtor rural Altivir José Martelli e seus filhos Willian Paulo Martelli e André Luiz Martelli, que possuem atividades em Nova Maringá e São José do Rio Claro, alegam que a crise se agravou a partir de 2020, com o surgimento da doença conhecida como anomalia da soja, que ocasionou a perda de quase 30% da produção naquele ano.
Além disso, nas duas safras seguintes, com a instabilidade do mercado durante a pandemia, e o alto custo de produção, além da escassez de chuva no início da plantação e excesso durante a colheita, houve perda de peso e qualidade da produção.
Allison Sousa, da ERS Advocacia, escritório responsável pelo pedido de recuperação judicial do grupo, detalha que o efeito cascata da quebra da safra, além de todos os outros fatores que afetaram o grupo, tornaram necessário a guarida do Poder Judiciário para estancar a crise financeira do grupo e ingressar em um cenário mais equilibrado de negociação com os credores.
A defesa do grupo afirma que a projeção do lucro da produção, por si não permitirá o reequilíbrio natural das dívidas, devendo haver desmobilização para equacionar o passivo com os credores em um ambiente negocial mais equilibrado.
“Atualmente, mesmo com todas as dificuldades no cenário econômico, o Grupo se encontra em plena atividade, com mais de 50 funcionários diretos e inúmeros indiretos, gerando empregos e renda, porém com descasamento entre patrimônio e caixa. O grupo necessita o amparo da Lei de Recuperações Judiciais para se manter no mercado, e alavancar sua atividade novamente dentro de um cenário mais estável e regularizado, equilibrando seu passivo circulante com ativo”, ponderou Allison Sousa.
*Recuperação judicial em Mato Grosso*
De acordo com informação da ERS, o escritório percebeu um aumento considerável no número de recuperações judiciais de empresas relacionadas ao agronegócio. Em 2023, e com a quebra de safra já dada como certa de 20% a 30%, para o próximo ano, essa tendência é aumentar.
Empréstimo DIP
Allison pontua ainda que com as alterações na lei, várias casas especializadas estão financiando produtores quando eles buscam a recuperação judicial. Essa modalidade de financiamento, chamada DIP, dá senioridade ao crédito novo, permitindo que seja mais barato ao produtor.


MATO GROSSO
Débora Guerra defende saúde como eixo da sustentabilidade na Amazônia: “A formação médica precisa estar enraizada no território”

Com a proximidade da COP 30, a Amazônia se torna, mais do que nunca, protagonista nos debates globais sobre clima, sustentabilidade e justiça social. Para Débora Guerra, CEO da Trivento Educação, instituição presente há mais de oito anos em Altamira (PA), esse cenário exige um novo olhar sobre a formação médica. “A saúde precisa ser compreendida como parte do ecossistema amazônico, e não apenas como um serviço”, afirma.
Débora destaca que a Trivento atua com um currículo médico voltado para as especificidades da região. “Trabalhamos com temas como doenças tropicais, saúde indígena, medicina de emergência e telemedicina. A ideia é que o estudante compreenda a realidade da Amazônia e atue dentro dela, criando vínculos com a população e enfrentando os desafios locais com conhecimento e sensibilidade cultural”, ressalta.
Para além da formação acadêmica, a proposta da Trivento busca consolidar programas de residência e estágios na própria região, incentivando os futuros médicos a permanecerem no território após a graduação. “A carência de profissionais especializados é um problema histórico em cidades como Altamira e em todo o Xingu. Formar médicos que compreendam as condições de vida locais é estratégico para transformar esse cenário”, enfatiza Guerra.
Débora também defende o incentivo à interdisciplinaridade e ao trabalho em rede, fundamentais para o atendimento em áreas de difícil acesso. “O médico amazônico muitas vezes atua em contextos extremos, com poucos recursos e em articulação com equipes multiprofissionais. Por isso, nossa formação é integral, adaptada às realidades e aliada a políticas de valorização profissional”, explica.
Em diálogo com a COP 30, Débora propõe uma agenda que reconheça a saúde como parte essencial das dinâmicas socioambientais. “A saúde é determinante e consequência do meio ambiente. A degradação ambiental impacta diretamente a vida de indígenas, ribeirinhos e populações vulneráveis”, diz. A proposta da Trivento inclui investir em pesquisas interdisciplinares, com base científica robusta, e defender políticas públicas que integrem saúde, meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Entre as propostas, estão a ampliação do uso de energias renováveis, a telemedicina como ponte entre Altamira e grandes centros médicos, e modelos de atenção primária que respeitem o contexto cultural e territorial. “Não é apenas sobre levar atendimento, mas sobre como esse atendimento se dá, com respeito ao modo de vida local e menor impacto ambiental”, ressalta.
Débora reforça que a Amazônia precisa ser ouvida nos fóruns multilaterais. “A perspectiva amazônica tem que ser reconhecida como central no debate global sobre saúde e clima. E isso só é possível com protagonismo das comunidades locais, que carregam saberes fundamentais para a construção de soluções sustentáveis”, pontua.
A formação médica contextualizada é um passo decisivo rumo a um futuro em que saúde, ambiente e justiça social caminhem juntos. “A Amazônia não é um obstáculo, é uma potência. E formar médicos que enxerguem isso é transformar o cuidado em instrumento de desenvolvimento”, finaliza.
-
MATO GROSSO5 dias atrás
TNT é nomeada patrocinadora oficial da NBA no Brasil para aprofundar engajamento dos fãs
-
MATO GROSSO5 dias atrás
Sintap-MT segue atuante no caso da fraude dos consignados envolvendo a Capital Consig
-
MATO GROSSO5 dias atrás
Leilão da Imcopa: Justiça lança edital de oferta pública por ativos da empresa
-
MATO GROSSO3 dias atrás
Sintap-MT enaltece atuação dos servidores do INDEA-MT em conquista histórica: Mato Grosso é declarado livre de febre aftosa sem vacinação
-
ARTIGOS5 dias atrás
A alma de uma escola
-
MATO GROSSO9 horas atrás
Delegado matogrossense expôs MC e deu início a movimento que culminou em sua prisão
-
MATO GROSSO7 horas atrás
Débora Guerra defende saúde como eixo da sustentabilidade na Amazônia: “A formação médica precisa estar enraizada no território”
-
CUIABÁ5 horas atrás
Vereador Alex Rodrigues promove café da manhã com foco no futuro da política mato-grossense ao lado da deputada Janaína Riva