MATO GROSSO
Legalização acende alerta na segurança; turismo vê oportunidade
MATO GROSSO
A legalização dos jogos de azar, prevista em texto-base aprovado pela Câmara dos Deputados, acende um alerta na área de segurança diante do risco de aumento de práticas de lavagem de dinheiro.
Superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, o delegado Sergio Mori afirmou que é necessário que a legislação seja acompanhada por mecanismos eficazes de controle e fiscalização.
“Esse assunto é bem complexo para nós que estamos na execução das políticas de segurança. É obvio que existe temor de que grupos que lidam com o ilícito tomem conta da atividade. Por isso, é importante que haja mecanismos de controle para evitar o crime de lavagem de dinheiro”, disse em entrevista ao MidiaNews.
A proposta busca regulamentar jogos de cassino, bingo, jogo do bicho, turfe [corrida de cavalo] e apostas online.
O texto-base foi aprovado por 246 votos favoráveis, contra 202 contrários, e seguirá para o Senado.
Pela legislação, Mato Grosso poderá ter dois cassinos, 143 bingos e cinco autorizações para o jogo do bicho.
De acordo com o projeto, as atividades deverão ser reguladas e fiscalizadas pelo Ministério da Economia, que, para isso, poderá firmar acordos com órgãos federais, estaduais ou municipais.
Segundo o texto, fica proibido o pagamento das apostas em cédulas ou moedas.
O projeto impede que entrem na atividade pessoas que tenham condenações por improbidade administrativa, sonegação fiscal, prevaricação, corrupção, peculato ou qualquer ilícito penal que vede o acesso a cargos públicos.
Mori defende uma discussão mais aprofundada sobre o tema, e afirma que uma legalização dos jogos sem considerar a fiscalização é preocupante.
“Nossa parte nós vamos executar… Continuar executando as políticas públicas que forem determinadas pelos representantes do povo e sempre atento a isso, para coibir os eventuais desvios”, disse.
O ex-juiz federal Julier Sebastião é contrário à legalização. Julier foi responsável pela prisão do maior bicheiro de Mato Grosso, o ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, na Operação Arca de Noé.
Para ele, a legalização pode representar o fortalecimento de uma estrutura e de grupos que hoje são ilegais. O ex-juiz afirmou que os bicheiros sempre agiram por meio do suborno, e ressalta que eles poderiam colocar “laranjas” à frente dos negócios, simulando idoneidade.
“Ou seja, na prática está se legalizando algo que é criminoso atualmente. Então, vai beneficiar, obviamente, aqueles que já dominam as organizações da jogatina no País e isso inclui o João Arcanjo”, afirmou.
“Esses grupos que já existem é que vão controlar a jogatina e, obviamente, agora ao invés de ser organizações criminosas, vão ser organizações, pelo menos dentro do espírito que foi aprovado pela Câmara, ‘legais’, o que é um absurdo”, acrescentou.
Apoiadores do projeto defendem que a legalização geraria milhares de empregos e bilhões de reais em receita. Julier, por outro lado, afirma que esse argumento é “confete”.
O projeto pode agregar muito para o turismo em Mato Grosso. Qualquer área que for montado [cassinos], vai ajudar na movimentação dos serviços.
“Na verdade são atividades que pouco engrandecem o País porque não geram emprego e não vão gerar nada também para o erário. Dizem que vão taxar, não sei o que… Mas isso é tudo só confete perto do que representa isso… de você legalizar a estrutura daqueles que já dominam a jogatina no País”, disse.
“Nesse momento, é absolutamente inadequada essa discussão. Totalmente descompromissada com o que o País precisa, que é superar esse momento de crise sanitária e econômica. Ou seja, fazer crescimento econômico, gerar emprego para população e superar os efeitos maléficos que a pandemia insiste em nos deixar e nos abater”, acrescentou.
Secretário adjunto de Estado de Turismo, Jefferson Preza Moreno diz que apoia o projeto de lei, como forma de fomentar o turismo em Mato Grosso.
Por outro lado defendeu que seja estruturado de forma correta, garantindo a fiscalização.
“O projeto pode agregar muito para o turismo em Mato Grosso. Qualquer área que for montado [cassinos], vai ajudar na movimentação dos serviços. Pode ser na Capital, no Araguaia, no Pantanal, no Cerrado. Onde montar eu tenho certeza que haverá público para conhecer e aproveitar as belezas que nós temos no Estado”, disse.
O ex-senador Blairo Maggi (PP) também defende a legalização do projeto no País. Inclusive quando esteve no Senado, Blairo apresentou um substitutivo ao projeto para que os cassinos funcionassem junto a complexos turísticos construídos especificamente para esse fim, juntamente com hotéis e restaurantes.
Sócio proprietário do Resort Malai Manso, ele negou, entretanto, que tenha pretensões de abrir um cassino no local.
“Não acho que o Malai tenha vocação para isso”, resumiu.
FONTE/ REPOST: THAIZA ASSUNÇÃO – OLHAR DIRETO


MATO GROSSO
Sebrae/MT promove AI Tour para capacitar líderes e empreendedores em Inteligência Artificial

O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT) e a plataforma StartSe promovem a AI Tour, uma jornada prática de capacitação voltada para líderes e empreendedores interessados em aplicar a Inteligência Artificial (IA) em seus negócios. O evento conta com imersões sobre ferramentas como ChatGPT, Gemini, Leonardo AI e Promptly, abordando fundamentos, boas práticas e aplicações reais para acelerar estratégias e otimizar processos. A Inteligência Artificial é uma das prioridades da instituição.
De acordo com o diretor técnico do Sebrae/MT, André Schelini, a iniciativa realizada entre os dias 28 e 29 de agosto representa uma oportunidade única para que empresários adquiram diferenciais competitivos. “O objetivo é preparar gestores para atuar com inovação, otimizando processos e garantindo maior competitividade e vantagens estratégicas para seus negócios”, destacou. Entre os principais benefícios estão a redução de custos, aumento da produtividade e a automatização de tarefas, liberando gestores para decisões mais estratégicas.
A capacitação permite que os participantes compreendam o impacto da IA na gestão operacional, aprendam a criar agentes autônomos, desenvolvam projetos com o AI Canvas e descubram como proteger modelos de IA. Segundo o gerente de Inovação do Sebrae/MT, Lucas Moreira, a metodologia foi pensada para gerar resultados imediatos. “Será uma imersão prática e de alto impacto, com aplicações que empresários poderão implementar já durante a jornada”, afirma.
Assessoria especializada
Além do AI Tour, o Sebrae/MT mantém outras iniciativas de apoio à transformação digital dos pequenos negócios. Em Cuiabá, a Sala de Inteligência Artificial, instalada na Agência Sebrae Cuiabá, no Goiabeiras Shopping, oferece atendimento especializado, consultorias e acesso a tecnologias aplicáveis ao dia a dia das empresas. A estrutura faz parte da estratégia de inovação do Sebrae, que busca democratizar o acesso às ferramentas digitais e estimular uma cultura de experimentação entre empreendedores.
O Sebrae/MT já capacitou 199 professores e atendeu cerca de 1.600 clientes em ações voltadas ao uso da Inteligência Artificial em diferentes áreas de negócios. Até o momento, foram realizadas 10 palestras sobre IA aplicada ao marketing digital, vendas, atendimento e gestão, que reuniram aproximadamente 1.000 participantes, além de cinco workshops voltados ao aumento de vendas no ambiente digital e à gestão multissetorial, com mais de 100 empreendedores.
A programação segue até novembro, com a oferta de 13 novos workshops multissetoriais que devem envolver cerca de 300 pessoas.
Fenômeno em expansão
Conforme aponta pesquisa do Setor de Inteligência de Dados do Sebrae/MT, 17% dos empreendimentos em Mato Grosso já utilizam alguma solução baseada em IA, principalmente em áreas de impacto rápido e mensurável. O atendimento ao cliente lidera as aplicações, com 85% das empresas usuárias automatizando interações, seguido pela gestão financeira (56%) e pelo marketing com análise de dados (54%). Outras áreas, como controle de qualidade (25%), automação de processos (19%) e desenvolvimento de produtos (15%), também começam a ganhar espaço.
O estudo também identificou as principais barreiras para a popularização da tecnologia. A falta de conhecimento técnico foi apontada por 67% dos empresários, seguida da resistência à mudança (55%), da ausência de dados para treinar sistemas (52%) e dos altos custos (42%). Essas dificuldades são mais frequentes em setores como logística, recursos humanos e qualidade, que, apesar do alto potencial de ganhos, ainda são pouco explorados.
Outro desafio está na qualificação. Apesar de metade dos empresários se declarar otimista com o futuro da IA, apenas 6% afirmam ter uma estratégia definida para adotá-la, e 26% pretendem investir em treinamentos. Para enfrentar esse cenário, o Sebrae/MT tem ampliado sua oferta de capacitações, consultorias e soluções práticas.
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