MATO GROSSO
Mulheres expandem negócios com linha de crédito oferecida pelo Governo de MT
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Filhos costumam gerar grandes empreendedoras. É que a maioria das mulheres empreende por necessidade de cuidar dos filhos e ajudar no sustento da família. Mas abrir um negócio próprio exige coragem e determinação, como aconteceu com Danilla Belizário Sales, 37 anos, que deixou a profissão de bióloga para se tornar uma Cake Designer.
Há seis anos ela empreende no mundo dos bolos artísticos e personalizados, produtos 100% artesanais comercializados no bairro Jardim Europa, na Capital. Ela tinha um emprego fixo em um hospital, mas não tinha com quem deixar o filho e o salário não compensava. Após se demitir, enfrentou um quadro de depressão e por recomendação médica procurou algo novo para fazer.
“Eu nunca fui de cozinhar muito, só sabia fazer brigadeiro e bolo de cenoura, mas quando comecei o curso percebi que tinha habilidade com as mãos para modelar, trabalhar com os bicos e fui me empolgando. A partir daí comecei a estudar e treinar mais, testar receitas e as encomendas começaram a surgir”.
Danilla não parou mais, saiu da cozinha de casa e construiu a própria loja, a Nilla Sales Confeitaria. A partir da linha de crédito Mulher Empreendedora, pretende dar um importante passo e expandir o negócio: trocar a fachada, fazer uma pequena reforma, comprar materiais para o estoque e realizar o sonho de abrir uma pequena confeitaria. “Hoje só estou atendendo com hora marcada, mas sempre quis, desde que comecei, atender o público externo”.
A empreendedora, mãe de dois meninos de 9 anos e 1 ano e 9 meses, vende em média 60 bolos personalizados por mês, 40 bolos simples, doces tradicionais, mini cupcakes, brownie, pirulitos de chocolates personalizados e pipoca gourmet de leite ninho. Para Danilla, as mulheres são capazes de realizar tudo que têm vontade. “Aprendi, com a minha trajetória, a não ter medo de recomeçar, só você sabe o que é melhor para você, então lute”.
Os pequenos negócios são parte importante do empreendedorismo feminino. Neurilene Lima da Silva, 35 anos, de Campo Verde (a 130 km ao sul de Cuiabá), reinventou-se abrindo uma loja de roupas infantil, a Bambino Kids. Com a pandemia, o que poderia ser o fim de um sonho se tornou uma oportunidade. Ela fechou a loja no centro da cidade e expandiu as vendas online. Assim, pode ficar mais próxima aos filhos, de 4 e 10 anos.
Segundo ela, o mercado de roupa infantil tem crescido e o foco da loja é roupa para o primeiro ano de vida do bebê, até os 18 anos de idade. Um serviço que incrementou as vendas foi o sistema delivery de roupas. “Faço as malas de roupas, deixo na casa das clientes e depois vou buscar. Isso facilita muito, porque de modo geral, nós mulheres nunca temos tempo”.
O anúncio da linha de crédito para mulheres empreendedoras do Governo de Mato Grosso foi a oportunidade de melhorar o negócio, ela vai comprar mais mercadorias e com isso aumentar as vendas. “Pode parecer pouco, mas, é um dinheiro muito bem-vindo e que a partir dele eu consigo fazer muito”.
Política Pública
A primeira-dama do Estado de Mato Grosso, Virginia Mendes, explica que a proposta do programa voltado para mulheres empreendedoras é de fato pretender gerar impacto social ao oferecer mais oportunidades para que elas abram seu próprio negócio ou fortaleçam a empresa.
“O crédito ofertado a elas abre um novo caminho para que elas possam dar seus primeiros passos como empreendedoras. A maioria busca empreender porque é chefe de família e precisa sustentar o lar, mas, poucas delas têm acesso a crédito, e vejo que elas precisam desse apoio”, explica.
Outro exemplo de mulher forte que empreende na política de Mato Grosso há dois mandatos, é a deputada estadual Janaina Riva, que vem trabalhando para garantir e ampliar os direitos das mulheres e avançar com as políticas públicas.
Para a parlamentar, o programa de crédito para mulheres empreendedoras é uma ferramenta necessária para que a mulher possa ser protagonista da sua história, e autossuficiente.
“Muitas pessoas não conectam o fato da dependência financeira feminina, com os casos de violência contra a mulher, e de feminicídio, mas um problema está intrinsecamente ligado ao outro. Muitas mulheres permanecem em relacionamentos abusivos por dependência financeira de seus parceiros”.
Crédito para mulheres
O empreendedorismo feminino vem se destacando em Mato Grosso. De todas as operações de crédito realizadas pelo Desenvolve MT, 50,47% são destinadas a mulheres. De 2020 para 2021, houve um aumento na tomada de crédito por elas em 315%, no interior do Estado, e 206%, em Cuiabá. As principais áreas de atuação das mulheres que procuram crédito na agência são os setores de alimentação, serviço de beleza, confecção e comércio.
Dados do Sebrae Mato Grosso divulgados em março deste ano também mostram que mais da metade dos novos negócios são abertos por mulheres, especialmente no setor de comércio (49%), seguido do setor de serviços (44%). As donas de negócios no Estado têm entre 36 a 45 anos (36,32%).
Perfil – Em relação ao grau de escolaridade, 32,07% possuem ensino médio e 31% ensino superior completo. E 70% das mulheres empreendedoras estão casadas ou união estável, 7 em cada 10 mulheres têm o seu negócio como principal fonte de renda; 8 em cada 10 mulheres possuem filhos. Mas, um dos principais desafios para 21,07% delas ainda é o acesso ao crédito, e 40% já recorreram a algum tipo de empréstimo para investir em seus negócios.
Para a diretora de Crédito e Desenvolvimento da Desenvolve MT, Anne Cristine Siqueira, apesar das dificuldades impostas pela pandemia, o número de mulheres empreendedoras cresceu. “Esses números deixam evidentes o quanto o dia internacional da mulher deve ir além das homenagens, pois demonstram o quanto elas são capazes de investir em suas ideias e de assumir o papel de protagonistas na economia do Estado”, destaca Anne Cristine.
No final do ano passado, o Governo de Mato Grosso destinou R$ 50 milhões para o programa social Mulheres Empreendedoras. Uma linha de crédito para incentivar mulheres de todas as idades que estejam à frente de seus negócios e que desejam investir e melhorar o seu empreendimento, gerando emprego e renda.


MATO GROSSO
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.
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