O governador em exercício de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), que decretou situação de emergência ambiental no estado por causa das queimadas no Pantanal, disse que vai visitar a região nesta quarta-feira (15) junto com a secretária de Estado de Meio Ambiente, Maurren Lazzaretti, e o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, para verificar as ações de combate ao fogo e avaliar o que pode ser feito para minimizar os danos.
“Decretei emergência porque realmente, da maneira que o fogo está se alastrando, tem muita preocupação. Aumenta muito os danos que o incêndio está causando. Marcamos uma visita in loco ao Pantanal, amanhã cedo, para ver como está se desenvolvendo o combate e ver o que podemos fazer. O presidente do Ibama também está por aqui. Vamos ver o que podemos fazer além do que já está sendo feito”, disse Pivetta em entrevista à imprensa nesta terça-feira (14).
Pivetta reconheceu que o cenário é grave, mas não comparável ao de 2020, quando o Pantanal registrou o maior número de queimadas desde o início do monitoramento, em 1998, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Naquele ano, foram registrados 22.116 focos de incêndio, que afetaram cerca de 30% do bioma e causaram a morte de milhões de animais.
“Dois anos atrás foi um episódio que dificilmente vai se repetir. Mas já é um episódio grave, que está causando bastante dano. Estamos agindo com todas as forças que nós temos. O pantanal é imenso, cheio de dificuldades de acesso, é uma tarefa difícil”, afirmou.
O Ibama, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema/MT), Defesa Civil estadual e o Corpo de Bombeiros (CBMT) estão definindo, conjuntamente, o Plano de Trabalho para as Ações no Pantanal. Após a reunião, o grupo de trabalho se desloca para o Porto Jofre, em Poconé (MT).
As ações estão sendo colocadas em prática um dia após o Governo Federal definir o aporte emergencial de alguns ministérios para o combate aos incêndios florestais que atingem o Pantanal do estado de Mato Grosso (MT).
Os detalhes foram acertados nesta segunda (13), durante reunião interministerial coordenada pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva. Os ministros Waldez Góes, da Integração e do Desenvolvimento Regional, e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, participaram da reunião.
As chamas se concentram no Parque Nacional (Parna) do Pantanal, na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Dorochê, nos parque estaduais Encontro das Águas e Rio Negro, e em propriedades particulares. A preocupação é com o avanço de incêndios para a região norte do Mato Grosso do Sul (MS).
Serão acrescidos à estrutura de enfrentamento dois helicópteros para transporte de brigadistas, quatro pás carregadeiras, seis barcos e kits de internet satelital.
O reforço divulgado hoje se soma ao anunciado neste sábado (11), quando foi confirmado o envio de mais 43 brigadistas e aeronaves para o combate a incêndios que atingem o norte do Pantanal. Desde o domingo (12), Ibama e ICMBio contam com 90 brigadistas e quatro aeronaves na região. O aporte dobrou o efetivo, que ainda conta com mais 209 servidores federais atuando neste e em outros locais do bioma, totalizando 299 no bioma.
No Parna do Pantanal há seis brigadistas com embarcação e equipamentos de combate; na Serra do Amolar, junto com a Brigada Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e brigadistas voluntários locais, há mais quatro com equipamentos de combate e uma UTV.
No Parque Estadual Rio Negro há 15 brigadistas da pronto emprego de Corumbá (MS) com equipamentos e ABTF e outros 20 brigadistas Terenas em áreas sensíveis e incêndio e na proteção de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPNs).
Em todo o Pantanal são 256 brigadistas, sendo 171 do Ibama. Em todo o país são 3.534 brigadistas, aumento de 12,3% em relação a 2022. Neste ano, Ibama e ICMBio já combateram 87 incêndios, sendo 37 em terras indígenas; quatro em unidades de conservação federais; 17 em assentamentos e 29 em áreas privadas.