MATO GROSSO
Professora da Seduc dá dicas para estudantes tirarem boas notas no Enem
MATO GROSSO
A preparação dos alunos da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2023) começa a se intensificar com a entrada do terceiro bimestre. No Estado, mais de 15 mil alunos do 3º ano do Ensino Médio e do 2º ano da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que participam do Pré-Enem Digit@l MT, farão a prova.
“A partir de agora as coisas se afunilam e é preciso reforçar a rotina de estudos para acertar a maioria das questões”, ressalta a professora Gláucia Ribeiro, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Formada em Letras, e com mestrado em Ensino na área de Linguagens, Gláucia foi corretora de redação do Enem por 5 anos. Com vasta experiência, ela observa que, devido ao sistema de Teoria de Resposta ao Item (TRI), o que determina a pontuação na prova não é a quantidade de acertos, mas sim quais questões o aluno acertou.
Gláucia aponta que, para garantir 700 pontos ou mais na nota do Enem, o estudante deve focar em garantir a coerência nos seus acertos. “É preciso ler e compreender corretamente o que está sendo pedido. Compreender essa relação significa acertar não apenas as questões fáceis e médias, mas também as difíceis”, diz.
Durante os plantões tira dúvidas, online e nos aulões presenciais, promovidos pelas 14 Diretorias Regionais de Educação (DREs), os professores do Pré-Enem Digit@l MT ensinam os participantes a provar que estão preparados, mostrando a coerência pedagógica, ou seja, sabendo como as provas do Enem são montadas e entendendo quais perguntas devem ser respondidas primeiro. “Por esse sistema não há chance para quem opta pelo chute”, explica Gláucia.
Para que o candidato faça a prova com total segurança, a professora dá dicas: “Recomendo que o estudante resolva questões de edições passadas. Escolha uma disciplina por vez e vá resolvendo a prova seguindo a sequência apresentada. Caso tenha muita dificuldade, vá para uma questão de menor complexidade e só depois volte para as mais difíceis”.
Outra recomendação da professora, é que o estudante participe dos simulados realizados pelo Pré-Enem Digit@l MT. Segundo ela, “além de ser uma técnica de estudo, as simulações ensinam como se portar diante de exames e concursos desta natureza. Outra possibilidade é conferir o gabarito e verificar seu rendimento”.
Quanto à redação, a professora diz que é preciso construir repertório para elaborar um bom texto, considerando que a redação representa 20% da nota. “Leia, assista e ouça notícias e atualidades. Conhecer as principais ideias dos maiores pensadores da história também contribui muito”, pontua.
Por fim, cuidar da saúde mental e física até a realização das provas também é fundamental. “É importante administrar a ansiedade e se manter estável emocionalmente. Alimentação balanceada, atividade física regular e sono de qualidade ajudam muito”, argumenta.
As provas
O Enem é composto por 45 questões divididas em quatro áreas já conhecidas: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e Matemática e suas Tecnologias. Em cada uma delas são feitas 25% de questões de grau fácil, 50% de questões de grau médio e 25% de questões de grau difícil.
O resultado do Enem é base dos processos seletivos para o segundo semestre de 2023 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Na rede Estadual de Ensino existem mais de 32 mil estudantes matriculados no 3º ano do Ensino Médio e outros 9 mil do 2º ano da EJA, além dos que concluíram os cursos em anos anteriores e que também podem participar das provas.


MATO GROSSO
Decisão do STJ obriga juízes do TJMT analisar essencialidade de grãos em RJ de produtores rurais

O ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), deu provimento ao recurso especial interposto por produtores rurais, e reformou acórdão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), obrigando os juízes a realizar novo julgamento sobre extraconcursalidade dos créditos e da essencialidade dos grãos no processo de recuperacional.
Os produtores entraram com recurso após o Juízo da 4ª Vara Cível da Comarca de Rondonópolis deferir a recuperação judicial dos recorrentes, mas considerar que o crédito executado era de natureza extraconcursal, pois decorria de contrato de Barter com emissão de Cédula de Produto Rural (CPR), não se submetendo aos efeitos da recuperação. Porém, no julgamento, o Tribunal afastou a essencialidade dos grãos sem justificar as razões de tal medida.
Em sua decisão, o ministro destacou que o acórdão do TJMT se limitou a afirmar a extraconcursalidade do crédito com base na natureza da CPR, proveniente de contrato de Barter, porém, sem discorrer sobre a exceção prevista no artigo 11 da Lei 8.929/1994.
“Assim, não há elementos no acórdão que possam subsidiar, de forma concreta, a extraconcursalidade atribuída à CPR, muito menos a não essencialidade dos grãos para garantir o cumprimento do plano de recuperação”, diz trecho da decisão.
Operação Barter é uma operação financeira entre produtor rural e empresas de produtos utilizados no agronegócio, uma modalidade de crédito em que o pagamento ocorre de uma forma diferente do crédito convencional. Por meio de um acordo realizado antes da colheita, o produtor adquire insumos agrícolas e realiza o pagamento com os produtos que ele cultiva em sua lavoura. Isso quer dizer que não é preciso fazer o pagamento antecipado em dinheiro.
De acordo com o advogado do Grupo ERS e especialista em recuperação judicial, Allison Giuliano Franco e Sousa, a decisão traz mais segurança jurídica aos produtores rurais.
“Em um período em que os pedidos de recuperação judicial no campo crescem a cada novo levantamento divulgado, temos uma sinalização de um ministro do STJ que diz que o argumento dos produtores rurais para ficarem com os grãos, pois são bens essenciais para a manutenção da atividade é o suficiente. Com a decisão, o STJ obriga os juízes a se manifestarem sobre a essencialidade dos contratos de Barter, não podendo serem retirados imediatamente da recuperação judicial, isso traz mais segurança jurídica aos produtores”, explicou.
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