MUNDO
Ativistas reivindicam protagonismo em carta a líderes do Mercosul
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Ativistas de movimentos populares assumiram o protagonismo e ocuparam, nesta terça-feira (5), o palco do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, para a leitura da carta final da Cúpula Social do Mercosul. O documento, que reúne demandas sociais e propostas de políticas públicas, será entregue aos presidentes dos países que fazem parte do bloco econômico. Na carta, ganham realce a defesa e fortalecimento da democracia, a integração regional, o respeito às minorias, o combate a discriminações, o desenvolvimento sustentável, a preservação do meio ambiente, a agricultura familiar e o combate à fome.
“Reivindicamos que, no âmbito do Mercosul, se fortaleçam instrumentos para garantia e proteção dos direitos humanos como um princípio inviolável dos governos e atores diversos. Precisamos avançar no Mercosul que caminha em rumo à consolidação da integração regional com aprofundamento democrático e compromisso com enfrentamento às mudanças climáticas e à ‘financeirização’ da natureza. O combate à fome e a garantia da soberania alimentar. A superação das desigualdades raciais, étnicas, econômicas e de gênero, e que afetam as dissidências sexuais”, diz trecho do documento.
Políticas de reparação para a população negra e defesa de povos indígenas e originários também foram assuntos destacados nos dois dias de encontros e mesas de discussão. Os ativistas criticaram ainda o acordo de livre comércio que está sendo discutido entre o Mercosul e a União Europeia. Rebatem ainda que os termos negociados colocam em risco “a sabedoria de nossos povos e territórios”.
A carta elaborada pelos representantes da sociedade civil será entregue aos presidentes dos países integrantes do Mercosul no mesmo espaço, na quinta-feira (7).
Participação social
A representante da União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro), Mariana Duarte, foi uma das mulheres que leram o texto no palco. Ela defende que não existe transformação em uma sociedade sem a participação de movimentos sociais.
“Eu espero que o chefe de Estado receba o documento, leia e construa os próximos caminhos do Mercosul em cima do que o movimento social está propondo”, disse a ativista, que também é vice-presidente do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, que viajou de Salvador para o Rio de Janeiro para o encontro.
O conjunto de discussões desta semana simboliza uma retomada, avaliam os ativistas. Havia 7 anos que a Cúpula Social do Mercosul não era realizada de forma presencial. Entre os participantes desta edição, um sentimento presente foi o de celebrar a retomada da participação social e insistir na sua institucionalização, para que seja uma prática duradoura.
A uruguaia Eugenia Godoy participou do encontro representando o Movimento de Participação Popular (MPP), organização fundada no país vizinho no fim da década de 90 pelo então militante José Mujica, que viria a ser presidente do Uruguai (2010-2015).
Para ela, as reivindicações das pessoas e dos coletivos de organizações sociais não podem ficar em reuniões esporádicas apenas. “É preciso um espaço constante para que as demandas sejam escutadas”, reivindicou.
O secretário Nacional de Participação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Renato Simões, ressaltou a iniciativa de retorno da Cúpula Social durante a presidência pro tempore do Brasil no Mercosul.
“É a participação social que consolida e expande direitos. Os direitos nascem da participação dos sem direito. Como é que se estabelece um direito? Ele se estabelece a partir do momento que a luta de quem não tem esse direito ganha um patamar universal de reconhecimento”, afirmou.
Reunião de líderes
Após o encerramento da Cúpula Social, o Museu do Amanhã passou por uma varredura de segurança para receber autoridades nos próximos dias. Na quarta-feira (6) acontecerá reuniões de ministros das Relações Exteriores e da Fazenda. Na quinta-feira (7) é a vez do encontro entre os presidentes.
Entre os assuntos que devem ocupar a agenda dos líderes estão as negociações do acordo de comércio com a União Europeia e a concretização de um tratado com Singapura.
Outro ponto de atenção é que será o último encontro do Mercosul antes da mudança de governo na Argentina. O presidente eleito, Javier Milei, tomará posse no domingo (10). Milei defendeu a saída da Argentina do bloco durante a campanha, mas recuou da ideia e passou a defender apenas mudanças.
Mercosul
O Mercosul é um processo de integração regional iniciado em 1991, formado inicialmente pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Nas décadas seguintes foram aprovados os ingressos da Venezuela e Bolívia. Desde 2017, a Venezuela está suspensa pelo não cumprimento de cláusulas democráticas do bloco. A Bolívia ainda não concluiu o processo de ingresso, mas já teve a chancela dos parlamentos dos demais países. São países associados Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname.
O bloco abrange uma área de 14.869.775 quilômetros quadrados – o Brasil detém 57% – e uma população de 295 milhões de habitantes, sendo mais de 200 milhões de brasileiros.
Fonte: EBC Internacional


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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