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Brasil e Senegal ampliam cooperação em defesa e agropecuária

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Considerado um dos países politicamente mais estáveis da África Ocidental, com sucessão de governos civis e democracia vigente desde a década de 1960, o Senegal tem também uma das economias mais emergentes da região, e vive longo ciclo de crescimento. A localização geográfica privilegiada, na porção mais oeste da costa africana, mais próximo das Américas e da Europa, também colocam o país em boas condições para trocas comerciais.

Por causa disso, a nação africana, que também é sede regional de alguns dos principais organismos das Nações Unidas, tem sido foco importante de atenção diplomática do governo brasileiro, que busca recuperar espaço perdido nos últimos anos.

“Brasil e Senegal compartilham uma longa história de cooperação e amizade, marcada por compromisso mútuo com o desenvolvimento sustentável, a democracia e a promoção da paz. Nos últimos anos, temos fortalecido nossos laços por meio de iniciativas significativas em áreas como educação, saúde, agricultura e energia”, afirmou o embaixador do Brasil no país africano, Bruno Cobuccio, em conversa com a Agência Brasil na capital senegalesa, durante o 9º Fórum Internacional de Dacar sobre Segurança e Paz na África.

Exportação de zebu

Na área comercial, as principais trocas envolvem produtos agrícolas e da pecuária. Em maio deste ano, por exemplo, o governo do Senegal importou cerca de 300 touros Guzerá, uma subespécie da raça Zebu, para promover o melhoramento genético do gado do país, como forma de desenvolver a pecuária ainda incipiente. Os animais foram embarcados em dois voos especiais, saindo de Campinas com destino a Dacar. A agropecuária no Senegal representa cerca de 15% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços) do país.

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Além disso, acordos de cooperação na área agrícola com pequenos produtores para utilização na merenda escolar, inspirados na experiência brasileira, vêm sendo feitos há vários anos com sucesso no país, segundo relatórios enviados pela embaixada ao governo brasileiro e ao Congresso Nacional.

Outros programas de cooperação envolviam ações de promoção cultural entre os países e de ensino do português, mas foram descontinuados nos últimos anos por falta de recursos do governo brasileiro. Já o programa permanente que abre vagas para estrangeiros em cursos de graduação e pós-graduação do Brasil costuma contemplar alunos senegaleses anualmente. 

Cooperação militar

Outro ponto de atenção prioritária do Brasil na região se dá em matéria de defesa e cooperação na área militar. A atuação de grupos extremistas armados, que se multiplicou nos últimos anos a partir da Guerra na Líbia – que desestabilizou o Norte africano -, intensificou a diplomacia por meio dos canais militares.

“A questão do avanço do jihadismo é problema que afeta praticamente todos os países do Sahel, e o Brasil entende que deve manter o acompanhamento disso, contribuir de alguma forma com a parte de formação, e a cooperação está aberta”, afirmou Rafael Frischgesell, adido militar da Embaixada do Brasil no país.     

“Nós temos um acordo de cooperação com o Senegal, assinado em 2010, que já temos mais de 150 senegaleses, que foram formados, ou estão em formação no Brasil, em diversos níveis da formação militar”, acrescentou o oficial.

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Exercícios militares anuais, coordenados entre as Marinhas do Brasil, da França, dos Estados Unidos e de diversos países da costa oeste da África também fortaleceram a vigilância marítima, especialmente no Golfo da Guiné, região que viu os ataques piratas explodirem há poucos anos, especialmente com saque de combustível e impactos relevantes no comércio marítimo.

No setor de indústria da Defesa, o governo brasileiro assinou, este ano, durante a Laad, mais importante feira de segurança e defesa da América Latina, acordo de cooperação com o Benin, que posssibilita a realização de negócios diretamente entre governos, como venda de equipamentos militares brasileiros. “A boa notícia é que o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] vai dar suporte ao financiamento desses negócios que estão por vir”, destacou Frischgesell.

Aviões militares brasileiros fabricados pela Embraer, como o Super Tucano, já operam em Burkina Faso, Mali e Mauritânia. Nesse último país, inclusive, há um escritório de manutenção da estatal brasileira.

Além da formação militar e dos treinamentos conjuntos com países africanos, o Brasil tem um Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), de sensoriamento remoto, que também pode servir de referência nesse tipo de cooperação.

*O repórter viajou à convite da Embaixada do Senegal e da African Communications Network (agência de notícias não governamental).

Fonte: EBC Internacional

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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