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Chanceler brasileiro participa de reunião bilateral na Colômbia
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O ministro das Relações Exteriores Carlos França reuniu-se neste sábado (6), em Bogotá, capital da Colômbia, como seu homólogo no país, o chanceler designado Álvaro Leyva Durán. De acordo com o Palácio do Itamaraty, ambos conversaram sobre os principais temas da agenda bilateral e assuntos relativos ao quadro regional e mundial.

“O chanceler [Carlos França] enfatizou a importância das relações entre os dois países e a expectativa de aprofundar ainda mais a integração econômica, aproximação empresarial, cooperação em energia verde, meio ambiente, segurança e defesa. O ministro propôs, durante o encontro, a criação do Conselho Empresarial Brasil – Colômbia. Também defendeu o reforço da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA)”, informou o Itamaraty, em postagem nas redes sociais.
Na reunião, Carlos França apresentou a candidatura do professor Leonardo Caldeira Brant ao cargo de juiz da Corte Internacional de Justiça, na vaga decorrente do falecimento do professor Antônio Cançado Trindade.
Além de se reunir com o chanceler colombiano, o ministro Carlos França também se encontrou com especialistas de Brasil e Colômbia na área de segurança e defesa, duas das agendas mais importantes entre os dois países.
O Palácio do Itamaraty ainda defendeu o Acordo de Paz celebrado pela Colômbia com as guerrilhas rurais do país. “O Brasil apoia a implementação do Acordo de Paz celebrado em 2016 na Colômbia. Desde 2006, militares brasileiros têm contribuído para a destruição de minas terrestres no país vizinho e participaram diretamente da certificação de mais de 8 mil desminadores”, publicou a pasta.
Neste domingo (7), o chanceler brasileiro participa da posse do novo presidente colombiano, Gustavo Petro, o primeiro governante de esquerda eleito para comandar o país vizinho. Designado pelo presidente Jair Bolsonaro, o ministro Carlos França será o principal representante do governo do Brasil no evento.
Parceria
Brasil e Colômbia compartilham mais de 1,6 mil quilômetros de fronteira na Floresta Amazônica. O país vizinho possui mais de 50,8 milhões de habitantes e é a terceira maior economia da América do Sul, atrás de Brasil e Argentina.
Segundo Itamaraty, Brasil e Colômbia são parceiros relevantes em temas como comércio, investimentos, cooperação amazônica, saúde, energia, segurança e defesa. A Colômbia é um dos maiores parceiros comerciais do Brasil na América Latina e está entre os principais destinos de investimentos de empresas brasileiras.
A corrente de comércio (importações + exportações) entre os dois países teve seu melhor desempenho histórico em 2021, chegando a US$ 5,36 bilhões. Nos primeiros seis meses de 2022, o fluxo bilateral atingiu US$ 3,28 bilhões, com crescimento de 35,6% em relação ao mesmo período de 2021.
Edição: Fábio Massalli
Fonte: EBC Internacional
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.