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Influência de China e Rússia incentiva Europa a buscar América Latina

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A integração entre a América Latina e Caribe e a Europa ganhou novo impulso nesta semana com a Cúpula entre os países da União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) realizada em Bruxelas, na Bélgica. O último encontro entre os dois blocos regionais havia sido há oito anos, em 2015.  

Para o Observatório de Política Externa e da Inserção Internacional do Brasil (Opeb) da Universidade Federal do ABC, a cúpula deste ano foi motivada, entre outros fatores, pela guerra na Ucrânia e pela crescente influência chinesa no continente latino-americano e caribenho. Pelo lado da Celac, a maior integração com o continente europeu é importante para promover a industrialização de matérias-primas, agregando valor às exportações da região, avalia o pesquisador do Observatório da Federal do ABC Bruno Fabricio Alcebino da Silva.    

O especialista destaca que a guerra no leste europeu revelou a vulnerabilidade do continente em relação à Rússia, levando a União Europeia “a acelerar processos de inserção internacional em regiões onde havia perdido terreno, renovando o interesse em estabelecer uma nova agenda com a América Latina”. Para o especialista em relações internacionais, a crescente influência econômica da China na América Latina também estimulou o reagrupamento dos continentes em torno da cúpula.  

“A Cúpula Celac-União Europeia pode refletir a crescente importância de uma ordem mundial multipolar, na qual os países e regiões buscam diversificar seus parceiros e fortalecer relações fora de seus blocos regionais tradicionais”, explica o pesquisador, para quem a cúpula pode institucionalizar as relações entre os blocos por meio de encontros regulares.  

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Nova ordem mundial  

O pesquisador Bruno Fabricio Alcebino da Silva destaca que o mundo vive um momento histórico em que potências emergentes, como China e Rússia, estão competindo pela influência global com potências tradicionais, como Estados Unidos e União Europeia, o que abre oportunidades para o Brasil e demais países latino-americanos.  

“O Brasil pode explorar sua posição como uma economia emergente, com recursos naturais abundantes e uma população diversificada, para atrair investimentos estrangeiros, expandir o comércio e promover a cooperação em áreas-chave, como tecnologia, energia e infraestrutura”, opinou.  

Bruno acrescentou que é importante os países atuarem em bloco, como estão fazendo por meio da Celac, uma vez que “fortalece a posição e a influência dos países latino-americanos diante das potências globais”.  

Recursos naturais  

Um dos interesses europeus no continente latino-americano e caribenho são os ricos recursos naturais da região. Os pacotes bilionários dos europeus anunciados na cúpula, ou mesmo antes dela, procuram diversificar as fontes de energia da Europa, avaliou Bruno Fabrício.  

“A disponibilidade de recursos naturais nos países latinos de fato é muito atraente para eles. O lítio, mineral abundante no continente, é essencial para a produção de componentes eletrônicos e as fontes de energia presentes na região latina despertam forte interesse, como a energia eólica, solar e o despontar do hidrogênio verde. Sem falar da extração de petróleo com o pré-sal e do gás natural em grande quantidade e baixo valor como podemos observar com o Gasbol (parceria entre Brasil e Bolívia)”, explicou. 

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Industrialização

No programa Conversa com o Presidente desta terça-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera a comitiva brasileira em Bruxelas, destacou a mudança de postura dos países da Celac no encontro desta semana. Lula afirmou que hoje as nações latino-americanas e caribenhas não se contentam mais em exportar matérias-primas, como lítio, bauxita, minério de ferro ou urânio.  

“Esses países não podem exportar minério, eles precisam fazer a transformação (dos minerais) no seu país para poder ter indústria, para poder gerar emprego, para poder melhorar a capacidade de rentabilidade do país”, afirmou o presidente Lula.  

“Agora, qual é o nosso discurso na União Europeia? Então, agora nós queremos que vocês (europeus) financiem a construção das fábricas que nós precisamos para fazer esse processo de transformação”, completou Lula, que defendeu que os países mais pobres e que têm minérios usem esse momento histórico para conquistar concessões mais robustas dos países mais desenvolvidos.  

Fonte: EBC Internacional

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Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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