MUNDO
Premiê da Eslováquia corre risco de morte após atentado a tiro
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O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, sofreu ferimentos e corre risco de morte, após ser baleado e ferido em uma tentativa de assassinato nesta quarta-feira (15), informou o gabinete do governo.

Fico, de 59 anos, foi levado às pressas para o hospital na cidade central de Handlova, depois de realizar uma reunião do governo lá, e estava sendo transportado de helicóptero para a cidade de Banska Bystrica para tratamento urgente, segundo o governo.
Uma testemunha da Reuters ouviu vários tiros após a reunião em Handlova, a nordeste da capital Bratislava. A polícia deteve um homem e os agentes de segurança empurraram alguém para dentro de um carro e foram embora, disse a testemunha.
“Uma tentativa de assassinato contra o primeiro-ministro Robert Fico foi realizada hoje na reunião externa do governo em Handlova”, disse o gabinete do governo em um comunicado.
“No momento, ele está sendo transportado de helicóptero para Banska Bystrica, porque levaria muito tempo para Bratislava, tendo em vista a necessidade de uma intervenção aguda.”
Os serviços de emergência disseram que receberam informações sobre um homem que estava baleado em Handlova pouco depois das 14h30 (9h30 de Brasília) e enviaram um helicóptero de emergência para um paciente de 59 anos.
A emissora TA3 informou que quatro tiros foram disparados e que o primeiro-ministro de esquerda havia sido atingido no abdômen.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, condenou o ataque, que também chocou a União Europeia e os aliados dos países membros da Otan na Europa Central.
“Tais atos de violência não têm lugar em nossa sociedade e minam a democracia, nosso bem comum mais precioso. Meus pensamentos estão com o primeiro-ministro Fico e sua família”, disse von der Leyen.
Reeleição
O governo eslovaco estava reunido em Handlova, 190 km a nordeste de Bratislava, como parte de uma turnê pelas regiões do país após chegar ao poder no final do ano passado.
Fico se tornou primeiro-ministro pela quarta vez no ano passado, depois de mudar as engrenagens políticas para atrair um eleitorado em transformação.
Em uma carreira de três décadas, Fico tem transitado entre a corrente pró-europeia e posições nacionalistas contrárias às políticas da União Europeia e dos Estados Unidos. Ele também demonstrou disposição para mudar de rumo, dependendo da opinião pública ou de mudanças na realidade política.
Após o ataque a tiros, o maior partido de oposição da Eslováquia cancelou um protesto planejado contra reformas da emissora pública do governo, marcado para a noite de quarta-feira.
A presidente da Eslováquia, Zuzana Caputova, escreveu no X: “totalmente chocada com o ataque brutal de hoje contra o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que eu condeno nos termos mais fortes possíveis”.
“Desejo a ele muita força neste momento crítico e uma recuperação rápida.”
O chanceler alemão Olaf Scholz também expressou choque, acrescentando no X: “A notícia da covarde tentativa de assassinato do primeiro-ministro eslovaco Fico me choca profundamente. A violência não deve ter lugar na política europeia”.
*Reportagem adicional de Radovan Stoklasa, Jason Hovet e Jan Lopatka
Fonte: EBC Internacional
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.