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APELIDO DE PABLO ESCOBAR

Polícia quer descobrir quem é “El Patrón” em esquema na gestão Roberto Dorner

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MATO GROSSO

A Polícia Judiciário Civil pretende descobrir quem é o “El Patrón” citado nas conversas entre integrantes do esquema que teria provocado fraudes de R$ 87 milhões nas contas do município de Sinop.

O esquema, que ocorreu durante a gestão do prefeito Roberto Dorner (Republicanos), foi descoberto pela Operação Cartão-Postal. “El Patrón” seria o responsável por receber propina dos empresários. O suposto líder do esquema também é classificado como “A pessoa” nas conversas interceptadas pela polícia.

As investigações da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) apontam também para o envolvimento do procurador-geral do município, Ivan Schneider, no esquema. Ele chegou a fazer uma ameaça velada para o empresário que delatou as fraudes e foi estopim para a operação. O assessor jurídico da prefeitura não foi exonerado e continua no cargo.

Segundo as investigações da Deccor, Ivan estaria associado com os articuladores do esquema, a dupla de advogados Hugo Florêncio de Castilho e Jefferson Geraldo Teixeira, que fazem referência ao líder da organização como “El patrón” – o patrão, do espanhol para português.

“El patrón” também era uma alcunha designada ao traficante colombiano Pablo Escobar.

A investigação da Deccor aponta que o esquema gira em torno do contrato com o Instituto de Gestão de Políticas Públicas (IGPP), que foi contratada para fazer a gestão da Saúde do município.

A Deccor aponta que, apesar da IGPP ter o nome de uma mulher como sócia e presidente, os reais donos eram os advogados Hugo e Jefferson. Os dois foram presos, de forma preventiva, durante a deflagração da operação da Deccor na manhã desta quinta-feira (19).

A operação surgiu depois da delação do empresário e médico Luiz Vagner Silveira Golembiouski, que é sócio-administrador da empresa Med Clin Serviços Médicos Ltda. A empresa foi contratada pela IGPP para fornecer profissionais de saúde para as unidades de saúde de Sinop.

No relatório da investigação, a primeira menção a “el patrón” se deu durante cobrança de pagamentos ao líder de esquema, em dezembro do ano passado.

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Após a IGPP receber recursos da Prefeitura de Sinop e pagar a Med Clin, Hugo liga para Luiz Vagner pelo WhatsApp e cobra R$ 87 mil do empresário para “el patrón”. O advogado disse que o pagamento era urgente e precisava ser feito em dois depósitos na conta de uma mulher identificada como Adriana Teixeira Martins. O médico faz, em seguida, duas transferências de R$ 41.520 e R$ 45.480.

Poucos dias depois, em 13 de dezembro do ano passado, Hugo demonstra certa pressa com pagamentos que não haviam caído e volta a cobrar Luiz, segundo o relatório da Deccor. O advogado manda um áudio para o empresário. O conteúdo foi transcrito pela polícia.

“Salve, salve, meu amigo, bom dia. Lembra que a gente falou pra você, esses casos aí são prioridades máximas né cara. Ontem a pessoa pediu pra eu fazer uma situação pra ele aí e eu fiz porque tinha uma reserva, senão não conseguiria fazer. Vamos agilizar isso aí hoje”, destaca.

Luiz também fez três transferências que totalizam R$ 129.849,72. Para a Deccor, “a pessoa” e “el patrón” são o mesmo indivíduo, que não foi identificado ainda nas investigações.

Gestores da prefeitura tinham conhecimento do esquema

A investigação da Deccor também revelou que o procurador-geral do município e a secretária municipal de Saúde, Ivan Schneider e Daniela Galhardo, tinham suposto envolvimento com o esquema.

Durante a deflagração da Operação Cartão-Postal, na manhã desta quinta-feira (19), Ivan e Daniela foram alvos de mandados de busca e apreensão. Ambos não foram exonerados do cargo por decisão judicial ou do prefeito Roberto Dorner (Republicanos). A secretária foi afastada do cargo; já o procurador terá que se abster de analisar documentos relacionados à Saúde do município.

Segundo a delação de Luiz, Ivan fez uma ameaça velada ao empresário, após questioná-lo sobre não ter recebido pagamentos, dos serviços médicos prestados na UPA do município, por parte da IGPP. O caso ocorreu em uma restaurante, de Sinop, no início de fevereiro deste ano. O empresário registrou um boletim de ocorrência sobre o fato.

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Luiz contou na delação que, ao expor a situação, Ivan já tinha conhecimento de que sua empresa não tinha recebido os pagamentos por parte da IGPP. A ameaça, logo em seguida, fez o empresário ter ciência de que o procurador sabia do esquema na Saúde de Sinop.

De acordo com a delação do empresário, o próprio procurador disse a Luiz que teria deixado claro que ele e os advogados decidem “quem fica e quem vai”. Em seguida, Ivan fez a suposta ameaça velada dizendo que “Mato Grosso era muito pequeno e ele deveria pensar muito bem no que iria fazer e qual atitude vai tomar. Era melhor ficar quieto”.

“Em razão desse contexto, o Colaborador [Luiz] afirma que teve “plena certeza de que ele (Ivan) é uma das pessoas que também é sócia, que sabe de tudo que acontece, de como que é feita as divisões, para quem vai ou que não vai, para quem Hugo entrega, para quem Hugo não entrega (referindo-se aos retornos financeiros)”, destaca investigação da Deccor.

Após o encontro, Luiz ligou para a secretária municipal de Saúde de Sinop, Daniela Galhardo, perguntando se a prefeitura pagou a IGPP. O empresário estava preocupado, já que profissionais da saúde estavam sem salário, e ele poderia ser alvo de processos trabalhistas. A ligação chegou ao conhecimento do advogado Jefferson, que ligaram imediatamente para o empresário. Ele foi vítima de novas ameaças.

“Você está pensando que você é quem pra estar ligando pra Daniela? Esse contrato é meu. Quem manda sou eu. Você não trabalha mais comigo. Você está fora e eu vou resolver isso aí. Para de ficar incomodando os outros, para de ficar procurando os outros senão o negócio vai ficar feio pra você”, diz.

Foi após o episódio de ameaças e por considerar que corria perigo é que Luiz procurou a polícia e o Ministério Público para celebrar o acordo de colaboração premiada.

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Sebrae/MT impulsiona pequenos negócios da gastronomia local com “Resenha Cuiabana”

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Com foco no fortalecimento da economia local e na valorização dos sabores regionais, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT) promove a “Resenha Cuiabana”. O evento, que será realizado nos dias 27 e 28 de junho, no Goiabeiras Shopping, em Cuiabá, e contará com hambúrgueres, doces típicos de festa junina, bebidas e pratos tradicionais da culinária local.

A expectativa é de receber cerca de 2 mil pessoas ao longo dos dois dias de programação. De acordo com Lucas Vasconcelos, gestor regional de Alimentos e Bebidas do Sebrae/MT na Baixada Cuiabana, a proposta é criar um ambiente de convivência, troca de experiências e geração de oportunidades para negócios que expressam a identidade da capital e de seu entorno.

“A Resenha Cuiabana foi idealizada para valorizar a identidade regional e proporcionar um entretenimento acolhedor para todas as famílias, destacando o que há de mais autêntico na nossa identidade”, diz Vasconcelos.

Segundo o gestor, a Rota da Cerveja Artesanal será um dos principais destaques da feira. “Com o circuito, os empreendedores poderão alcançar novos perfis de consumidores e fortalecer a cadeia produtiva, atraindo mais turistas para o estado”, complementa.

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Uma das participantes da Resenha Cuiabana é a empresária Thamme Iaworski, proprietária do restaurante D’Marias. Para ela, a feira é uma oportunidade de popularizar sua receita de maria izabel e farofa de banana e aumentar o faturamento.

“Além de ampliar a receita e nos comunicar com um público de todas as idades, vamos oferecer descontos para os clientes que quiserem conhecer nossos produtos”, antecipa.

Ao todo, oito pequenos empreendedores da gastronomia estarão na “vitrine” da exposição: cervejarias Cuiaverá e Xaraes, Rock Burger, Loul Doces, Duda Espetos, D’Marias, Pipocake e Pitadinhas de Amor.

O evento já integra o calendário afetivo do Goiabeiras Shopping, promovendo encontros que celebram as raízes cuiabanas e fortalecem os laços com a nossa cultura.

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