POLITÍCA NACIONAL
Adiada votação sobre comissão externa da Câmara para acompanhar situação dos yanomamis
POLITÍCA NACIONAL

A Câmara dos Deputados adiou a análise de proposta que cria uma comissão externa para acompanhar a situação dos yanomamis em Roraima. Não há data para a votação. O Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública para enfrentamento da calamidade sanitária naquela área indígena.
Durante os debates em Plenário, deputados defenderam a comissão externa para apuração de possível crime de genocídio. De outro lado, parlamentares aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro reagiram à proposta com argumento de que a situação dos yanomamis tem sido usada para atacar o governo anterior.
A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) disse que há exploração política dos yanomamis. “Vamos parar de dançar em cima do sofrimento do nosso povo, de usar esse sofrimento para fazer palco político”, afirmou. Nesta mesma linha, outros cinco parlamentares do PL, partido de Jair Bolsonaro, também falaram da tribuna.
Já o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) apoiou a criação da comissão externa, criticando quem se opõe à medida e cobrando a identificação dos responsáveis pela situação em Roraima. “É mentira o quadro de desnutrição apresentado publicamente? É mentira a morte das crianças, como amplamente divulgado?”
O deputado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP) mencionou o noticiário sobre iniciativas da gestão Bolsonaro que teriam levado à crise humanitária dos yanomamis e ao eventual crime de genocídio. “Genocídio é o pai de família que não pode se defender por conta das políticas desarmamentistas”, afirmou o deputado Marcos Pollon (PL-MS).
Cinco solicitações
No pedido para a criação da comissão externa da Câmara (REQ 19/23), ao qual foram juntadas solicitações similares de quatro parlamentares, o deputado André Janones (Avante-MG) disse que, entre 2019 e 2022, quase 600 crianças morreram, e no ano passado mais de 70% dos yanomamis contraíram malária.
“É necessário acompanhar de perto a situação, o que levou a ela e quem são os responsáveis, com a garantia de que haverá justiça”, disse Janones. “Segundo o Ministério Público Federal, as terras dos yanomamis foram invadidas por cerca de 20 mil homens que trabalham no garimpo ilegal”, ressaltou o deputado.
Dados do Serviço Geológico Brasileiro, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto Socioambiental mostram que, na Terra Indígena Yanomami, a área ocupada por garimpeiros quadruplicou entre 2020 e 2021.
Além disso, denúncias apontam que a invasão causou a destruição de partes da floresta e a contaminação de rios, dificultando a manutenção de roças, a caça, a pesca e a coleta de frutos – principais fontes de alimentação das comunidades.
Reportagem – Ralph Machado
Edição – Wilson Silveira
Fonte: Câmara dos Deputados Federais


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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