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Debatedoras defendem fundo para garantir acesso gratuito a absorventes e aplicação da lei sobre saúde menstrual

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POLITÍCA NACIONAL

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados realizou audiência pública para ouvir entidades, a indústria e o governo federal sobre quais ações precisam ser tomadas para a implementação de fato da Lei 14.214/21, que combate a pobreza menstrual.

A secretária de Articulação Institucional do Ministério das Mulheres, Carmen Faro, afirmou que os investimentos previstos neste primeiro momento são para garantir o acesso a materiais básicos, como absorventes, mas é preciso garantir um debate constante para que outros aspectos, como o ambiental, sejam considerados.

“É um processo longo e um movimento permanente que chegou aqui depois de 521 anos, que agora nós temos que adentrar nele, olhar os novos temas e olhar com uma lupa importante, e não é qualquer coisa. E como este tema vai ser revisado na ONU no próximo ano, isso indica claramente que nós temos que continuar nos movimentando para ir adequando os avanços que tenho certeza que terão, porque nós nos movimentaremos”, observou.

Segundo Carmen Faro o governo está empenhado para garantir a distribuição dos absorventes a partir de outubro.

Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Implementação do "Programa de proteção e promoção da saúde e dignidade menstrual". Representante da Girl Up Brasil e cofundadora da Coalizão pela Dignidade Menstrual, Helena Branco
Helena Branco pediu transparência na aplicação da lei aprovada pelo Congresso

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Transparência
A representante da Coalização pela Dignidade Menstrual, Helena Branco, lembrou que a legislação vigente só foi possível com a participação social, e agora as pessoas que vão ser beneficiadas pelo programa precisam continuar participando para garantir a eficiência do projeto.

“No processo de consolidação dessa política, que seja pensado um mecanismo de transparência que permita à sociedade civil fiscalizar as ações governamentais e que permita também à academia avançar nas pesquisas que a gente tem hoje”, disse.

A representante da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Flávia Castelhano, destacou que, em relação à dignidade menstrual, a isenção de tributos não garante o acesso aos produtos absorventes. Para ela, é preciso criar um fundo para garantir acesso gratuito a absorventes, sejam eles calcinhas absorventes, coletores ou absorventes descartáveis.

“Ao invés de abrir mão da arrecadação, os países, os governos podem destinar parte do valor arrecadado para esse fundo, para que esse fundo possa financiar o programa”, disse.

Educação
A deputada Erika Kokay (PT-DF) lembrou que a dignidade menstrual é um direito humano, e a falta dela faz com que vários brasileiros não possam acessar direitos básicos como educação.

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“Nós estamos falando de um direito fundamental para que nós possamos construir uma sociedade com igualdade de oportunidades. Se há pobreza menstrual, não tem igualdade de oportunidades”, disse.

Segundo dados do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos no Brasil, uma em cada quatro meninas deixa de ir à escola durante a menstruação por não ter acesso a absorventes.

Ameaças à saúde
A representante do setor, Daniela Rios, alertou que, por falta de dinheiro para compra de absorventes, várias pessoas fazem uso de produtos inadequados durante o período menstrual, o que representa uma grave ameaça à saúde.

“Ficamos muito impressionados com o tipo de material que substitui para essas meninas que não têm acesso aos produtos adequados e que geram contaminação e problemas de saúde, às vezes para a vida toda, uma menina que pode perder o útero”, disse.

Pesquisa do Instituto Locomotiva mostra que mais de 13 milhões de pessoas já sofreram algum prejuízo profissional, falta ou atraso por falta de dinheiro para compra desses produtos.

Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Roberto Seabra

Fonte: Câmara dos Deputados

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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