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Debatedores alertam para impactos nocivos das telas na saúde mental de jovens

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Debatedores alertaram nesta quinta-feira (21) para os impactos nocivos da alta exposição às redes sociais na saúde mental de jovens. Segundo eles, a ampla adesão ao ambiente virtual pode endossar um padrão de beleza irreal (livre de estrias, celulites e gordura) com impactos no aumento do sofrimento psíquico.

O assunto foi tratado em audiência pública da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados.

Os jovens dos 16 aos 24 anos têm os menores índices de qualidade de saúde mental quando comparados a outras faixas etárias, segundo levantamento do Instituto Cactus, que atua na prevenção de doenças mentais.

Representante do instituto na audiência, Bruno Ziller defendeu ações de prevenção, como a moderação de conteúdo para jovens e a educação sobre como o mundo virtual pode distorcer a realidade. “A maior parte dos transtornos mentais não são biológicos, mas determinantes sociais. A gente pode então incidir para mitigar alguma condição mental para que ela dure menos ou se agrave menos”, disse.

O uso excessivo de redes sociais pode levar não só a problemas de atenção, sono e sentimento de pertencimento. “É por isso que especialistas defendem estabelecer um limite de tempo de uso para incentivar que o jovem desenvolva atividades fora da tela”, complementou Ziller.

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Sobre iniciativas para mitigar os impactos de ferramentas virtuais, a executiva da Unilever, Thais Hagge, falou de campanha promovida pela empresa na qual influencers passaram um período sem usar filtros em suas publicações, alertando para o fato de que rostos e corpos perfeitos não existem.

“Não é uma questão sobre usar ou não filtro, mas entender os impacto que a distorção de imagem pode gerar na autoestima, principalmente para as meninas mais jovens”, disse.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - O impacto das redes sociais na autoestima e saúde mental de crianças e adolescentes. Vice-Presidente de Beleza e Bem-Estar - Unilever Brasil, Thais Hagge
Thais Hagge: jovens precisam entender impacto dos filtros na distorção da imagem e na falta de autoestima

Hagge apresentou levantamento da Unilever mostrando que 97% dos jovens de 10 a 17 anos entrevistados foram expostos a conteúdos tóxicos de beleza nas mídias sociais. Desses jovens, 74% disseram que foram expostos a conteúdos que incentivam a perda de peso.

A deputada Rosângela Moro (União-SP), que solicitou a audiência, também acredita que a necessidade de exibir uma imagem perfeita pode impactar na saúde psíquica. “Esse padrão de beleza estabelecido pela cultura das redes sociais muitas vezes promove uma imagem que é idealizada e inatingível, e isso pode ter sérios efeitos na saúde mental”, disse.

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Alfabetização emocional
Representante da Secretaria de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Maria Aparecida Cina da Silva destacou a dificuldade de se falar das emoções, um tema que, segundo ela, ainda é considerado tabu no ambiente familiar e escolar.

“É impossível estabelecer qualquer aspecto de saúde, se a gente não fala de um processo de alfabetização emocional”, frisou.

Nessa mesma linha, a psicóloga e pesquisadora da PUC-Rio, Joana de Vilhena Novaes, falou da positividade tóxica presente nas redes sociais, a qual desencadeia sentimento de inadequação nos jovens.

“Precisamos falar sobre dor e sofrimento dos nossos jovens e precisamos falar sobre isso nas escolas, não só no âmbito dos consultórios particulares”, disse. “Ter uma vida instagramável, sem sofrimento, não diminui a ansiedade dos jovens”, completou a psicóloga.

Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Geórgia Moraes

Fonte: Câmara dos Deputados

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MATO GROSSO

Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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