POLITÍCA NACIONAL
Debatedores criticam descaso do sistema de saúde com pessoas ostomizadas
POLITÍCA NACIONAL

A falta de atendimento especializado e descaso de órgãos de saúde com as pessoas ostomizadas foram criticados em audiência pública nesta terça-feira (29), na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
Pessoas ostomizadas são aquelas que passaram por uma cirurgia para fazer uma abertura de ligação direta entre um órgão interno e o exterior do corpo. A mais comum é a colostomia, em que o paciente recebe uma bolsa para a saída de fezes. Também existem ostomias para saída de urina ou para ajudar na respiração ou na alimentação.
A presidente do Movimento Ostomizados do Brasil, Ana Paula Batista, que é ostomizada, defendeu a reforma de uma portaria do Ministério da Saúde (nº 400/09) que estabelece as diretrizes nacionais de atenção à saúde das pessoas ostomizadas dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Para ela, o atendimento especializado para pessoas ostomizadas está parado no tempo.
“O cenário que nós vivemos é de pessoas com ostomia liberadas para cirurgia de reversão e sendo mutiladas por falta de acolhimento no Sistema Único de Saúde, seja estadual ou municipal. O que nós temos são pessoas com ostomia sem acesso a produtos fundamentais para sua dignidade”, disse.
Banheiros adaptados
Ana Paula falou ainda do constrangimento que pessoas com ostomia sofrem nas ruas, no ambiente de trabalho e também nas instituições de ensino. Por exemplo, com banheiros adaptados, e falta de bolsas coletoras de fezes e urina. Para ela, a dignidade das pessoas ostomizadas não deve ser medida em valor financeiro.
“E tudo isso porque eu digo assim: ‘Eu não sabia que aquela pessoa era ostomizada, eu não sabia que aquela era uma pessoa com deficiência. Nós precisamos mudar isso. Eu não preciso estar com a deficiência exposta para ser respeitada. Não queremos mais ser mutilados, queremos produtos adequados, não podemos mais ser tratados em manada, precisamos ser respeitados”, disse ela.
Segundo a enfermeira estomaterapeuta, representante da Associação Brasileira de Estomaterapia, Maria Angela Boccara, a portaria 400 é um avanço, mas ainda existem falhas que precisam ser solucionadas, como protocolos específicos de atenção à pessoa com estoma e o número insuficiente de modelos de coletores disponibilizados.

Melissa do Amaral, traqueostomizada desde 2011 e fundadora da Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço, pediu a disponibilização de adesivos e filtros para os estomas na traqueia.
“As nossas dificuldades são insetos que entram no buraco que vai direto para o pulmão, é o Covid-19 que matou muitos pacientes nossos porque essa máscara não faz diferença alguma, eu não respiro pelo o nariz, meu nariz não serve mais além de segurar meus óculos. Sabe mulher quando vai fazer esmalte a manicure quer jogar um aerossol para secar, entra direto são micropartículas dentro de um estoma que vai pro pulmão”, explicou.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil são mais de 400 mil pessoas com ostomia, procedimento que auxilia pacientes de câncer, vítimas de acidentes e pessoas com doenças inflamatórias intestinais.

Legislação específica
A deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), uma das requerentes da audiência, disse que fazer com que as pessoas ostomizadas tenham a atenção devida é uma luta intensa. A parlamentar defendeu que o procedimento pode ser considerado eletivo, mas é preciso que ele tenha a classificação de “tempo sensível”, mesma denominação dada para as cirurgias de câncer. E dessa forma diminuir o tempo de espera dos pacientes.
“Duas crianças com 11 anos de idade com uma cirurgia considerada uma cirurgia eletiva, elas não têm prioridade na reconstrução, ou seja, no fechamento do seu ostoma, e na condição de ter a liberdade de andar tranquilamente sem a preocupação de esvaziar bolsa ou algum acidente”, observou.
A deputada lembrou que pessoas ostomizadas são consideradas pessoas com deficiência pela legislação brasileira, mas a única legislação específica para esta condição é uma portaria antiga e que precisa de revisão.
Reportagem – Maria Suzana Pereira
Edição – Roberto Seabra
Fonte: Câmara dos Deputados Federais


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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