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Debatedores defendem criação do sistema unificado de assistência técnica e extensão rural

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Participantes de audiência pública na Comissão de Legislação Participativa defenderam a criação de um sistema unificado de assistência técnica e extensão rural. De acordo com o deputado Joseildo Ramos (PT-BA), já existe uma proposta básica em discussão. Conforme explicou, a ideia é criar um modelo tripartite, em que União, estados e municípios compartilhem gestão e financiamento.

Assim como os demais debatedores, o deputado defendeu a participação popular nas decisões do sistema, da mesma maneira que ocorre com o Sistema Único de Saúde (SUS). Também cobrou mobilização social em favor da aprovação da medida.

“É preciso uma mobilização popular efetiva no encaminhamento dessa matéria, que a população se faça representar, e esse congresso, que tem um recorte mais conservador de todo o período republicano, não fique maculando as leis ambientais – vocês todos estão vendo, a boiada está passando e o dono da boiada está nessa casa”, disse Ramos.

Como funciona
A atividade de assistência técnica e extensão rural tem por objetivo promover a capacitação no campo, principalmente de agricultores familiares. No governo Federal, o órgão encarregado pela área é a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). Os estados contam com empresas de assistência e extensão, chamadas Emater.

Segundo a representante do Instituto Escolhas, Jaqueline da Luz Ferreira, existem hoje no Brasil 3,9 milhões de estabelecimentos de agricultura familiar, setor responsável por 67% do total da mão de obra ocupada no campo. E, de acordo com a presidente da Anater, Loroana Santana, menos de20% desses agricultores têm algum tipo de assistência técnica.

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Diante dessa realidade, os participantes do debate ressaltaram a importância de garantir orçamento para as ações de assistência e extensão rural.

O deputado Zé Silva (Solidariedade-MG) relatou que, atualmente, os estados destinam juntos pouco mais de R$ 3 bilhões às atividade de assistência e extensão rural. Na opinião do deputado, compete agora ao Governo Federal e aos municípios também darem suas contribuições.

“É necessário colocar o recurso como condição da criação de um sistema. Porque os estados colocam um pouco mais de R$ 3 bilhões. O governo federal tem que pensar, no mínimo, em colocar metade disso. Cria-se um sistema onde um dos pilares – a minha expectativa é que seja tripartite – já tem R$ 3 bilhões, então os outros dois pilares precisam colocar, pelo menos, a mesma quantidade de recurso”, apontou.

Financiamento
O deputado Joseildo Ramos defendeu a utilização de recursos dos fundos constitucionais de desenvolvimento, como fundos do Nordeste e do Centro-Oeste, para financiar a assistência rural.

O deputado Zé Silva destacou que há projetos em análise na Câmara com alternativas para destinar recursos à atividade. Um deles destinaria royalties do petróleo e da mineração para o sistema. Segundo disse, somente com essa fonte seria possível garantir cerca de 400 milhões de reais por ano.

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Para o presidente da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária, Luciano Brandão, é preciso lutar por um orçamento ainda maior para a atividade. O ativista ressaltou que o orçamento da União deste ano é de R$ 5,4 trilhões. Ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) foram destinados R$ 5,8 milhões, que, depois dos cortes, resultaram em pouco mais de R$ 200 milhões.

“Quando você faz uma matemática simples, isso representa 0,1% do orçamento da União. E aí a principal política pública requisitada pelos cantões do Brasil é a assistência e a extensão rural para a agricultura familiar. Então, se isso é prioridade da população, do Governo Federal, a gente precisa aumentar esse recurso do MDA. Nós precisamos chegar, pelo menos, a 1% – isso dá R$ 58 bilhões.”

Os participantes da audiência ressaltaram ainda a necessidade de fazer com que a política de assistência e extensão rural leve em consideração, além dos conhecimentos científicos, os saberes tradicionais, além de ter por finalidade garantir a inclusão social, em um modelo de produção que respeite o meio ambiente.

A audiência pública para discutir a execução da política nacional de assistência técnica e extensão rural foi realizada a pedido do deputado João Daniel (PT-SE).

Reportagem – Maria Neves
Edição – Ana Chalub

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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