POLITÍCA NACIONAL
Debatedores pedem maior oferta de gás natural e preços mais baixos
POLITÍCA NACIONAL
Debatedores cobraram na terça-feira (7), em evento na Câmara dos Deputados, medidas para ampliar a oferta de gás natural a baixo custo. A ideia é aumentar a competitividade dos setores que usam o gás natural como fonte de energia.
“É um desafio que precisamos resolver no curtíssimo prazo, temos que atacar o preço do gás natural, isso é inevitável”, disse na audiência pública o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos.
Segundo ele, a indústria química absorve hoje cerca de 27% de todo gás natural consumido no Brasil. Mas algumas empresas, inclusive a maior consumidora do produto no estado de São Paulo, já decidiram buscas outras fontes de energia.
“Felizmente ou infelizmente, a indústria química é globalizada, não competimos só aqui dentro, mas também com o que vem da China e dos Estados Unidos, países que consomem o gás natural a 1,5 ou 2 dólares”, explicou André Passos.
Estudos
A produção de gás natural cresce no Brasil, mas praticamente metade dela acaba sendo reinjetada nos poços de petróleo e gás. Os maiores consumidores atualmente são a indústria (31,4%) e a geração de energia elétrica (30,9%)
O diretor do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia (MME), Marcello Weydt, explicou que a infraestrutura local pesa 66% no preço do gás natural no Brasil – o produto em si representa 14%; os impostos, 20%.
“Se a gente zera o preço do gás natural na boca do poço, o produto chega ao consumidor na ordem de 15 dólares”, disse Marcelo Weydt. “É bem complexo e chama muito a atenção o esforço a ser dado nessa infraestrutura”, analisou.
Durante a audiência pública, o governo informou que deverão ser publicados em breve os resultados de um grupo interministerial que analisou o setor de gás natural. As conclusões do trabalho apontam para prioridade nas mudanças.
Novas regras
Segundo o Ministério das Minas e Energia, a nova Lei do Gás, aprovada pelo Congresso Nacional em 2021 e sancionada sem vetos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, favorecerá ainda mais o mercado após toda a regulamentação.
A regulamentação está a cargo da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O ministério colabora nesse trabalho. A expectativa é que as normas venham a seguir princípios testados internacionalmente.
“A ANP é mencionada 90 vezes pela Lei do Gás. Assim, o desafio de entregar essa regulamentação envolve também observar todos os ritos regulatórios previstos na legislação”, afirmou Patrícia Baran, diretora técnica da agência.
A Lei do Gás prevê, por exemplo, que empresas compartilhem a infraestrutura de transporte de gás natural (dutos). No Nordeste, segundo a ANP, a medida já resultou na economia de R$ 2 bilhões para consumidores no biênio 2022-23.
Apesar das mudanças na legislação, uma das queixas dos consumidores de gás natural é que o mercado brasileiro ainda é muito concentrado, com a Petrobras controlando 83%. A estatal mantém, assim, poder sobre a oferta e os preços.
Depreciação
O diretor da Indústria de Insumos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Carlos Durans, avaliou no debate que a futura lei sobre depreciação acelerada afetará positivamente o setor de gás natural.
O texto, apresentado pelo Poder Executivo e aprovado pelo Congresso, aguarda a sanção presidencial. A ideia é estimular a renovação de equipamentos e da infraestrutura produtiva, visando também a redução dos custos das empresas.
“No cenário internacional, dizem que o gás natural é barato em determinado país porque a infraestrutura está depreciada”, disse Marcelo Weydt, do MME. “Quanto a infraestrutura está depreciada no Brasil? Ainda há uma dúvida.”
A diretora-executiva de Gás Natural do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Sylvie D’Apote, avaliou no debate que outras ações do governo também poderão ajudar o setor de gás natural ao anular eventuais falhas de mercado.
“Temos uma lei que se baseia em escolhas econômicas, mas é preciso cuidado para que a medicina não seja pior que a doença”, disse Sylvie D’Apote. Para ela, o governo deve evitar a insegurança jurídica ou prejudicar os investimentos.
Expectativas
A audiência pública sobre os desafios do gás natural no Brasil foi proposta pelo deputado Josenildo (PDT-AP), presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços. O deputado Jorge Goetten (PL-SC), 1º-vice, dirigiu parte dos trabalhos.
Goetten disse esperar que os dois ministérios apontem soluções. “Vamos buscar o que for possível. O ótimo algumas vezes é inimigo do bom; devemos tentar, então, um bom próximo do ótimo”, disse o deputado ao final do debate.
Participaram ainda da audiência pública representantes da Associação Brasileira de Biogás (Abiogás); da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace Energia); da Petrobras; do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade); do Fórum das Associações Empresariais Pró-Desenvolvimento do Mercado de Gás Natural; do Sindicato da Indústria da Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa Brasil); e o ex-deputado Paulo Ganime (RJ).
Reportagem – Ralph Machado
Edição – Roberto Seabra
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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