POLITÍCA NACIONAL
Ibama completa 35 anos com desafios de orçamento e valorização profissional
POLITÍCA NACIONAL
Os 35 anos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram celebrados em sessão solene no Plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (20). Em mensagem escrita, o presidente da Câmara, Arthur Lira, lembrou que o Ibama surgiu de lei (7.735/89) aprovada pelo Congresso em fevereiro de 1989 e oriunda da valorização de temáticas ambientais incorporadas pela Constituição de 1988, promulgada quatro meses antes. Como autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, o novo órgão recebeu a missão de executar as políticas nacionais ligadas a licenciamento ambiental, fiscalização do uso sustentável dos recursos naturais, além de monitoramento e controle da qualidade ambiental. Trinta e cinco anos depois, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, deixou bem claros os atuais desafios da instituição, relacionados principalmente à necessidade de valorização dos servidores e aporte orçamentário.
“É uma instituição que chegou a ter mais de seis mil servidores. Hoje, tem pouco mais de 2,5 mil e perderemos para a aposentadoria, dentro de três anos, cerca de mil servidores. Temos o desafio de repensar o Ibama. Desde o ano passado, estamos na construção de um planejamento estratégico, que não é fácil nem será consensual para que, de fato, possamos atuar na raiz dos problemas ambientais brasileiros. A ministra Marina Silva fez questão de encaminhar na integralidade a proposta dos servidores para o Ministério da Gestão, obviamente sabendo das limitações”, disse.
Ex-deputado federal e ex-coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, Agostinho acrescentou que esse reforço de pessoal e de recursos financeiros é fundamental para o Brasil lidar com realidades contrastantes, como a de possuir a maior biodiversidade de fauna e flora do mundo e, ao mesmo tempo, ser o País que mais derruba e queima florestas e reunir o maior número de espécies ameaçadas de extinção. O elevado uso de substâncias químicas e poluentes é outro desafio, sobretudo em tempos de mudanças climáticas.
Ameaças e perseguições
O presidente da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), Cleberson Zavaski, listou uma série histórica de avanços e ameaças em 35 anos de Ibama.
“O Ibama melhorou processos, protegeu a fauna e a flora, criou projetos de vanguarda, ampliou o número de unidades de conservação quando ainda não existia o ICMBio, ajudou a diminuir o desmatamento, criou sistemas de monitoramento e acompanhamento, instituiu centros de pesquisa e melhorou as concessões e licenças ambientais. Por diversas vezes, os servidores foram ameaçados por invasores, criminosos fortemente armados, grileiros de terra, saqueadores, infratores ambientais, garimpeiros clandestinos”, disse Zavaski.

A associação também denunciou perseguições aos servidores ao longo do governo Bolsonaro e destacou a atual “retomada da governança ambiental, mesmo com restrições logísticas”. Autor do pedido de sessão solene em homenagem ao Ibama, o coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), fez questão de citar resultados da atual gestão, como a redução em mais de 50% nos alertas de desmatamento na Amazônia até o fim de novembro do ano passado e os aumentos de 114% nos autos de infração, de 153% na destruição de equipamentos usados em crime ambiental e de 72% na apreensão de produtos ilegais, como madeira, na comparação com a média dos quatro anos anteriores.
Tatto também destacou os R$ 3 milhões de multas já aplicadas, valor 67% superior à média registrada entre 2019 e 2022.
“É importante frisar que esses números expressivos estão sendo materializados mesmo diante do cenário de caos e terra arrasada encontrado pelo governo Lula. Os órgãos componentes do sistema ambiental foram alvo central do governo anterior”, afirmou. “É importante manifestar apoio ao pleito dos servidores dos órgãos ambientais para a modernização de suas carreiras, incluindo valorização salarial e melhor estruturação do processo de trabalho”.
Nilto Tatto lembrou que o governo federal busca a superação dos problemas de pessoal por meio de concurso nacional unificado, a cargo do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Quanto à valorização salarial, o deputado avalia que Parlamento poderá intermediar a reivindicação dos servidores do Ibama junto à equipe econômica.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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