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Relator de proposta que reserva recursos das emendas para catástrofes deve ter texto final nos próximos dias

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O deputado Gilson Daniel (Pode-ES), relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 44/23, que reserva 5% das emendas parlamentares para o uso em catástrofes e emergências naturais, afirmou que pretende montar um texto final para a proposição já nos próximos dias, para apresentar ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). A perspectiva de Daniel é poder pautar o assunto no Plenário da Casa o mais rapidamente possível.

O parlamentar recebeu, nesta quarta-feira (22), sugestões ao texto na primeira audiência da comissão especial que analisa a proposta de emenda à Constituição. Aos especialistas que participaram do debate, Gilson Daniel informou que tem a preocupação de que a proposta seja funcional do ponto de vista orçamentário.

“Queremos que o governo reúna as condições para a execução dessas emendas. A gente também tem a preocupação com a inclusão não só da pronta resposta, mas também da preparação, da prevenção e da mitigação. No momento que acontece o desastre, o governo chega com muita força. Mas a gente não chega com a mesma força na prevenção, na preparação”, observou o relator.

Percentual
Na audiência, o secretário adjunto de Acompanhamento Governamental da Presidência da República, Leandro Couto, sugeriu elevar o percentual previsto na PEC de 5% para até 10%, a partir de recomendações de prefeitos.

Na avaliação do deputado Marcelo Moraes (PL-RS), além do percentual das emendas, é preciso discutir a desburocratização para que os recursos cheguem até o destino.

“Temos que trabalhar a desburocratização, para que não haja trava quando os prefeitos quiserem recurso. O formato deve ser parecido com o da emenda especial, em que chega primeiro o recurso e depois o prefeito presta contas do investimento”, recomendou Moraes.

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Flexibilidade
Flexibilidade no empenhamento foi outra recomendação de Leandro Couto, uma vez que a PEC determina que, se o recurso das emendas não for usado, o valor deverá ser revertido aos mandatos parlamentares no quarto e último ano da legislatura.

“Penso que há algumas saídas para isso. Algo como empenhar num fundo que tratasse de medidas que contribuíssem para prevenção, não somente o enfrentamento da situação de calamidade, mas que desse uma direcionalidade, que fosse um guarda-chuva flexível para que, no quarto ano, o deputado pudesse indicar que, se não houve calamidade e eu tenho R$ 10 milhões, posso fazer uso desse recurso que já está empenhado em algo que me dá algumas possibilidades”, sugeriu.

Ainda na avaliação de Leandro Couto, a destinação de emendas é importante e, no caso do Rio Grande do Sul, que foi fortemente atingido por enchentes, haverá, até o início de junho, a destinação de R$ 1,2 bilhão provenientes de emendas parlamentares para o enfrentamento da calamidade.

Mais prevenção
O diretor de Políticas de Mitigação, Adaptação e Instrumentos de Implementação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança de Clima, Aloísio Lopes de Melo, também recomendou flexibilidade em um contexto de incapacidade de fazer os investimentos necessários para evitar o desastre, em prevenção.

“Essa PEC é fundamental. Ela gera capacidade de mobilizar mais recursos, mas deveria ter flexibilidade suficiente para mobilizar recursos para a fase de prevenção, prevenir que se percam vidas, que se gerem danos a atividades econômicas. Nossa sugestão é pensar como garantir que recursos sejam destinados para a fase de prevenção. A gente não tem mecanismos para atuar preventivamente”, disse.

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PAC
Falando em nome do Ministério das Cidades, o secretário-executivo adjunto da pasta, Antonio Vladimir Lima, destacou que o orçamento deste ano para as ações de prevenção é de R$ 636 milhões.

“A gente vem desenvolvendo importantes ações, inclusive no Programa de Aceleração do Crescimento. A gente recentemente fez uma seleção de R$ 1,6 bilhão com foco em prevenção de encostas e estamos discutindo R$ 4,8 bilhões para ações de drenagem em diversos municípios do Brasil”, detalhou Lima.

Ele disse ainda que a pasta avalia reformular o programa Minha Casa, Minha Vida para, em situações como a das enchentes no Rio Grande do Sul, adquirir habitações para a população, em vez de construir.

Outra ação para 2024 é apoiar planos municipais para gestão de riscos, o que foi visto com bons olhos pelo deputado Gilson Daniel. “Os municípios precisam ser apoiados pelo governo federal. Os municípios pequenos não têm condições financeiras de bancar um plano de redução de risco”, opinou o parlamentar.

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Roberto Seabra

Fonte: Câmara dos Deputados

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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