POLITÍCA NACIONAL
Universidades federais alertam que Orçamento é menor do que antes da pandemia
POLITÍCA NACIONAL

Os dirigentes de universidades federais afirmaram aos deputados da Comissão de Educação da Câmara nesta segunda-feira (6) que, sem contar a variação da inflação, falta cerca de R$ 1 bilhão no Orçamento de 2022 destas instituições para que elas consigam pelo menos o que foi gasto em 2019, antes da pandemia, num total de R$ 6,2 bilhões.
Na última sexta-feira, o governo anunciou que, por enquanto, o corte nas despesas discricionárias das universidades é de 7,2% para 2022.
Representando o Fórum Nacional dos Pró-Reitores de Planejamento e Administração, Franklin Silva Júnior disse que as matrículas nas universidades federais públicas aumentaram de 769 mil em 2009 para 1,1 milhão em 2019. E mais de 95% das pesquisas são feitas nestas universidades. Mas a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sandra Almeida, explica que os recursos caíram no período:
“Nós estamos maiores, mais inclusivos, melhores, com mais impacto para a sociedade; e com um orçamento que, no caso da UFMG, está de volta a patamares de 2009. Quer dizer, não dá, não tem como nós sustentarmos este tipo de contexto”, disse a reitora.

Bolsas de estudo
Pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação, Stephanie Silva disse que todo ano, a partir do quarto bimestre, é possível reanalisar as receitas e o desbloqueio do restante do orçamento pode ser realizado. Ela ressaltou que o governo conseguiu elevar este ano os recursos para a assistência estudantil e bolsas para indígenas e quilombolas. Mas Stephanie disse que os orçamentos não dependem apenas do Executivo:
“Eu penso que a questão do incremento de recursos é algo que deve ser pensado em conjunto pelo Congresso Nacional, pelos setores econômicos e, de fato, decidir pela prioridade para a Educação”, observou.
O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC) e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse que os cortes incidem sobre despesas que, na prática, não podem ser cortadas, como contas de água e luz e bolsas. E citou também o corte de R$ 3 bilhões no Ministério da Ciência e Tecnologia.

Emendas do relator
O deputado Rogério Correia (PT-MG) criticou a ausência do Ministério da Economia na audiência, embora tenha sido convidado o secretário-executivo, Marcelo dos Guaranys. Ele disse que vai defender um novo convite, agora para o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo Correia, os cortes poderiam ser feitos nas emendas indicadas pelo relator do Orçamento deste ano no Congresso:
“Este ano, repito, são R$ 16,5 bilhões. Então quando se fala em fazer contingenciamento, deveriam em primeiro lugar vir essas emendas. ”
Os estudantes e técnicos das universidades que participaram da audiência disseram que farão mobilizações regionais contra os cortes no dia 9 de junho e, em Brasília, no dia 14.
Reportagem – Sílvia Mugnatto
Edição – Roberto Seabra


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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