MATO GROSSO
Pai de relator da CPI homologou compra de remédios sob suspeita
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Um parecer assinado pelo ex-procurador-geral do município, Marcus Antônio de Souza Brito, põe em risco o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Medicamentos. O documento obtido com exclusividade pelo jornal A Gazeta mostra que Marcus homologou a compra de medicamentos, no fim de março de 2020, com suspeitas de superfaturamento. O contrato em questão, firmado com a VP Medicamentos, foi alvo da Operação Overpriced, em outubro de 2020. A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) apurou que a prefeitura realizou a contratação de medicamentos com sobrepreço de 90%.
O relator da CPI foi o filho do ex-procurador, o vereador Marcus Brito Júnior (PV), que não ouviu o pai durante as investigações e não o indiciou, apesar de ter indiciado a procuradora-adjunta, Juliette Caldas Migueis e o próprio prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB). A revelação de que Brito Júnior, filho de Marcus Brito, deixou de investigar o próprio pai foi feita pelo jornal A Gazeta na edição do dia 8 de dezembro.
No dia seguinte à publicação da reportagem, Marcus se pronunciou em sessão na Câmara de Cuiabá. Segundo ele, o pai não foi ouvido na CPI porque não constava que ele tenha participado de qualquer procedimento de aquisição envolvendo as empresas Log Lab e Norge Pharma, que são acusadas pela comissão de terem provocado prejuízo de R$ 26 milhões com medicamentos vencidos.
Durante o desabafo, Marcus Brito afirmou que todo ato da CPI foi colocado em três votos, com os outros membros, Lilo Pinheiro (PDT) e Tenente Coronel Paccola (Cidadania). O vereador mostrou, como prova de sua isenção, um parecer assinado pela procuradora-adjunta, Juliette Migueis, durante um processo de compra da Secretaria Municipal de Saúde.
“Hoje eu estou aqui para externar uma indignação, estou aqui para externar para vocês… As pessoas acham que a gente está brincando, eu fui surpreendido ontem com uma matéria na capa da Gazeta: ‘Brito tira o pai da mira da CPI’. Gente, aqui a gente não está para brincar, é um trabalho sério, o que eu apresentei são fatos, são documentos de 7 meses de pesquisa”, afirmou em desabafo durante a sessão.
Documento mostra participação de Marcus Brito
Quando procurado pela reportagem sobre o assunto, Brito afirmou por meio de nota que a contratação da Norge Pharma não teve participação direta do seu pai. O documento obtido pela reportagem mostra, no entanto, que o então procurador-geral participou ativamente de outras contratações emergenciais de medicamentos suspeitas durante a pandemia. Em tese, a assinatura do pai de Brito Júnior em documentações de contratações com dispensa de licitação de medicamentos, que são exatamente o foco da CPI, deveriam obrigar Marcus Brito a se declarar suspeito de ser o relator da comissão.
O parecer é assinado também por Juliette Migueis e a assinatura de Marcus Brito aparece na homologação do documento. A assinatura do procurador é do dia 31 de março de 2020, mesmo período em que a Norge Pharma foi contratada. O parecer opinou pela legalidade da contratação da empresa VP Medicamentos Eireli por R$ 2,5 milhões.
“Assim sendo, opino pela possibilidade da realização da dispensa de licitação em caráter emergencial para aquisição de medicamento requerida pela Secretaria Municipal de Saúde, pelo prazo de até 180 dias, visto toda justificativa que foi exarada pela secretaria demandante, bem como, ser uma aquisição de grande importância para a administração pública”, diz trecho do parecer.
Em decisão que determinou o bloqueio de R$ 1 milhão da V.P. Medicamentos, a juíza Ana Cristina Mendes afirmou que o estoque de medicamentos adquiridos de outras empresas durariam 12 anos nos estoques da prefeitura. Um dos remédios comprados da VP Medicamentos foi a ivermectina, que não possui comprovação científica sobre sua eficácia no combate a covid-19.
A prefeitura de Cuiabá comprou sem licitação 28 mil compridos de ivermectina alegando ter urgência no material. No entanto, ainda havia estoque e iria receber 122 mil compridos, que seriam suficientes para dois meses, segundo estimativa do Ministério da Saúde durante a pandemia.
Marcus Brito Júnior critica reportagem
Na sessão de quinta-feira (9), Brito Júnior disse que o jornalista que publicou a reportagem anterior ‘não acompanhou’ a CPI. Para o vereador, a reportagem ‘mancha’ a sua atuação. Em discurso em que mostrou edição do jornal, o vereador acusou jornalistas de terem ‘longa ficha criminal’ e disse que queria ‘retratação’ do que foi afirmado.
“Ao ler uma notícia dessas, o cidadão que não acompanhou os 7 meses de CPI ele julga e coloca o relatório em questão, mas eu vou explicar para vocês o que aconteceu nos 7 meses: membros da CPI, presidente Lilo Pinheiro, membro Tenente Coronel Pacola, Lilo jurista, advogado e conhecedor do direito, vereador tenente coronel com 20 anos de investigação e vida pública, vocês acham que em algum momento eu iria tirar o meu pai se ele tivesse envolvido? Eu não me julgaria suspeito? Me respeitem! Respeitem o trabalho dessa casa”, gritou o vereador.
“Os meus votos eu presto conta aqui, estou aqui com um ofício, encaminhado a um procurador-geral, Luiz Antônio Pôssas de Carvalho à época, cumulava as duas pastas, procurador e secretário de Saúde, ao invés de questionar acompanhem o nosso trabalho, venha a essa casa saber o que estava acontecendo, venha acompanhar as oitivas, o nosso trabalho, não questione, não coloque o nosso trabalho em razão de outros vereadores da gestão passada, estou aqui para fazer o meu trabalho, para o que fui designado”, afirmou Brito Júnior.
Outro lado
Apesar do longo desabafo na Câmara, Brito Júnior não quis se manifestar quando a reportagem apresentou documentação de compra de medicamentos sem licitação com assinatura do seu pai.
FONTE/ REPOST: LÁZARO THOR BORGES – FOLHA MAX


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Sebrae/MT promove AI Tour para capacitar líderes e empreendedores em Inteligência Artificial

O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT) e a plataforma StartSe promovem a AI Tour, uma jornada prática de capacitação voltada para líderes e empreendedores interessados em aplicar a Inteligência Artificial (IA) em seus negócios. O evento conta com imersões sobre ferramentas como ChatGPT, Gemini, Leonardo AI e Promptly, abordando fundamentos, boas práticas e aplicações reais para acelerar estratégias e otimizar processos. A Inteligência Artificial é uma das prioridades da instituição.
De acordo com o diretor técnico do Sebrae/MT, André Schelini, a iniciativa realizada entre os dias 28 e 29 de agosto representa uma oportunidade única para que empresários adquiram diferenciais competitivos. “O objetivo é preparar gestores para atuar com inovação, otimizando processos e garantindo maior competitividade e vantagens estratégicas para seus negócios”, destacou. Entre os principais benefícios estão a redução de custos, aumento da produtividade e a automatização de tarefas, liberando gestores para decisões mais estratégicas.
A capacitação permite que os participantes compreendam o impacto da IA na gestão operacional, aprendam a criar agentes autônomos, desenvolvam projetos com o AI Canvas e descubram como proteger modelos de IA. Segundo o gerente de Inovação do Sebrae/MT, Lucas Moreira, a metodologia foi pensada para gerar resultados imediatos. “Será uma imersão prática e de alto impacto, com aplicações que empresários poderão implementar já durante a jornada”, afirma.
Assessoria especializada
Além do AI Tour, o Sebrae/MT mantém outras iniciativas de apoio à transformação digital dos pequenos negócios. Em Cuiabá, a Sala de Inteligência Artificial, instalada na Agência Sebrae Cuiabá, no Goiabeiras Shopping, oferece atendimento especializado, consultorias e acesso a tecnologias aplicáveis ao dia a dia das empresas. A estrutura faz parte da estratégia de inovação do Sebrae, que busca democratizar o acesso às ferramentas digitais e estimular uma cultura de experimentação entre empreendedores.
O Sebrae/MT já capacitou 199 professores e atendeu cerca de 1.600 clientes em ações voltadas ao uso da Inteligência Artificial em diferentes áreas de negócios. Até o momento, foram realizadas 10 palestras sobre IA aplicada ao marketing digital, vendas, atendimento e gestão, que reuniram aproximadamente 1.000 participantes, além de cinco workshops voltados ao aumento de vendas no ambiente digital e à gestão multissetorial, com mais de 100 empreendedores.
A programação segue até novembro, com a oferta de 13 novos workshops multissetoriais que devem envolver cerca de 300 pessoas.
Fenômeno em expansão
Conforme aponta pesquisa do Setor de Inteligência de Dados do Sebrae/MT, 17% dos empreendimentos em Mato Grosso já utilizam alguma solução baseada em IA, principalmente em áreas de impacto rápido e mensurável. O atendimento ao cliente lidera as aplicações, com 85% das empresas usuárias automatizando interações, seguido pela gestão financeira (56%) e pelo marketing com análise de dados (54%). Outras áreas, como controle de qualidade (25%), automação de processos (19%) e desenvolvimento de produtos (15%), também começam a ganhar espaço.
O estudo também identificou as principais barreiras para a popularização da tecnologia. A falta de conhecimento técnico foi apontada por 67% dos empresários, seguida da resistência à mudança (55%), da ausência de dados para treinar sistemas (52%) e dos altos custos (42%). Essas dificuldades são mais frequentes em setores como logística, recursos humanos e qualidade, que, apesar do alto potencial de ganhos, ainda são pouco explorados.
Outro desafio está na qualificação. Apesar de metade dos empresários se declarar otimista com o futuro da IA, apenas 6% afirmam ter uma estratégia definida para adotá-la, e 26% pretendem investir em treinamentos. Para enfrentar esse cenário, o Sebrae/MT tem ampliado sua oferta de capacitações, consultorias e soluções práticas.
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