MATO GROSSO
Polícia Civil promove sarau com participação de artistas regionais e mulheres que venceram ciclo de violência
MATO GROSSO
Em homenagem ao mês da mulher, a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) de Cuiabá planejou para março o evento “Sarau Cuiabano Mulher”, que contará com a presença de diversos artistas regionais, além de feira com produtos de várias mulheres pequenas empreendedoras que venceram o ciclo de violência.
O evento idealizando com o objetivo de englobar toda a sociedade cuiabana em torno da temática “Ser Mulher” será realizado no dia 11 de março, das 17 às 21 horas, no pátio da Delegacia da Mulher de Cuiabá, localizada na Avenida Carmindo de Campos, nº 2109.
O Sarau Cuiabano Mulher busca reunir no espaço da delegacia, a arte e cultura cuiabana, além de estimular mulheres vítimas de violência que estão tentando reconstruir e dar um novo caminho para suas vidas.
A delegada da DEDM Cuiabá, Jozirlethe Magalhães Criveletto, ressaltou que a ideia é fazer um evento que reúna a arte e a cultura em forma de música, poesia, dança e mais variados tipos de produtos comercializados por mulheres artesãs, pequenas empreendedoras e mulheres indígenas, muitas delas, vencedoras do ciclo de violência ou de outras formas de violência contra a mulher.
“É uma oportunidade para que cada uma dessas mulheres possam expor seus talentos, seu negócio e sua arte. Para o público, uma oportunidade de poder prestigiar e encorajar essas grandes mulheres que precisam do apoio de todos e todas para reescreverem sua história e alavancarem seus empreendimentos”, destacou a delegada.
Para realização do evento, a Delegacia da Mulher de Cuiabá conta com o apoio de vários parceiros na implantação da estrutura para que o Sarau aconteça, além da colaboração de grandes artistas que se apresentarão gratuitamente para promover um evento inesquecível para toda sociedade cuiabana.
Entre os artistas que estarão presentes no evento estão: os cantores regionais Pescuma, Maria Moraes, Bruna Cortes, Josi Crispim, e Daniel de Paula; apresentação de dança do ventre com Natacha Said e Natália Alves; poesia por Célia Mônica, além da apresentação do Grupo Musical da Polícia Militar e Orquestra da FIEMT.
MATO GROSSO
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso
Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.