POLITÍCA NACIONAL
Assassinatos no campo subiram 75% em 2021, denuncia Pastoral da Terra
POLITÍCA NACIONAL

No ano passado, foram registrados 35 assassinatos em conflitos no campo – um aumento de 75% em relação a 2020, quando foram registrados 20 assassinatos. Os dados constam do relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e foram apresentados nesta quarta-feira (18) aos deputados em audiência pública da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia da Câmara.
O representante da Pastoral da Terra, padre Josep Plans, afirmou que, para além dos assassinatos, os quilombolas, indígenas e pequenos produtores rurais ainda são vítimas de humilhação, intimidação e ameaça de morte que, quando chega a acontecer, fica sem investigação ou punição.
“Não foi apurada a morte, não foram identificados os autores nem os mandantes, essa é a regra geral dos assassinatos, são essas pessoas que são impunemente assassinadas”, disse.
Josep Plans disse ainda que existe a violência patrimonial, com casas queimadas e plantações destruídas, como forma de os grileiros expulsarem os moradores de determinada localidade.
Milícias rurais
O representante da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Omar Cruz Lima, destacou que em novembro do ano passado o acampamento São Vinícius foi atacado por pistoleiros, o que resultou em pessoas baleadas, veículos queimados e barracos destruídos, com as famílias que lá viviam tendo que se esconder na mata.
Omar Cruz denunciou a falta da atuação da Delegacia de Conflitos Agrários, que age apoiando os fazendeiros e pistoleiros da região.
“A própria polícia faz parte dessa milícia. Porque não dá para dizer outra coisa, porque no momento em que uma polícia vai fazer uma diligência vai primeiro na casa do fazendeiro para depois ir no local?”.

Críticas ao governo
Já o representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Kleber Karipuna, afirmou que o aumento da violência verificado durante a pandemia é resultado do discurso violento do próprio governo federal, que incentiva o armamento dos fazendeiros para defesa de suas terras.
O representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Diego Vedovatto, afirmou que grande parte dos conflitos são em terras públicas, e não aconteceriam se esses espaços já tivessem sido demarcados para a reforma agrária.
“Esses conflitos vão acabar quando o Estado de fato demarcar os territórios indígenas, demarcar os territórios quilombolas, destinar as terras públicas para a reforma agrária como determina o artigo 188 da Constituição Federal”.
Desigualdade social
O deputado Nilto Tatto (PT-SP) destacou a importância do relatório da Pastoral da Terra, afirmando que os conflitos no campo são a maior expressão da desigualdade social brasileira.
“A importância desse trabalho que a CPT faz é porque nós não temos (esses dados) de forma oficial, por parte do poder público, que deveria ter também um trabalho de sistematização. A importância está porque ali é uma demonstração talvez daquilo que é a representação mais cabal da desigualdade excludente histórica do país, que é a luta pela terra”, observou.
O relatório apontou ainda que em 2021 foram registrados 1.768 conflitos por terra, água ou questões trabalhistas, envolvendo 897 mil pessoas, numa média de cinco conflitos por dia.
O deputado Airton Faleiro (PT-PA) foi quem propôs a realização da audiência. Ele destacou a importância do relatório para mostrar a violência no campo que tira a vida de lideranças indígenas e quilombolas, responsáveis pela preservação das terras há várias gerações.
Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Roberto Seabra


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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