POLITÍCA NACIONAL
Governo diz que o Projeto Pró-Águas Urucuia, em Minas Gerais, não inclui barragem
POLITÍCA NACIONAL

O Ministério do Desenvolvimento Regional informou em audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados que não está prevista a construção de barragem no Projeto Pró-Águas Urucuia, em Minas Gerais. Segundo o diretor do Departamento de Recursos Hídricos e de Revitalização de Bacias Hidrográficas do ministério, Wilson Rodrigues de Melo Júnior, está prevista apenas a construção de pequenos diques ou “barraginhas”.
A audiência foi realizada para discutir o impacto ambiental da suposta barragem. Moradores da região receberam a informação de que seriam inundados 55 mil hectares de terras, o que levaria ao despejo de muitas famílias.
O Projeto Pró-Águas Urucuia, apresentado pelo Instituto Espinhaço, abrange 12 municípios e deve ser concluído no prazo de cinco anos, com recursos estimados em R$ 130 milhões. “O mais próximo que nós temos de estruturas voltadas para o que seriam barragens são essas estruturas (“barraginhas”), muito simplificadas, que não têm nenhum impacto nas comunidades ribeirinhas. E têm uma grande vantagem ambiental por reter sedimentos e aumentar a infiltração da água no solo”, assegurou Melo Júnior.
Ele explicou que as “barraginhas” são pequenos diques construídos para conter a água de chuva e evitar que sedimentos, como terra e pedras, cheguem aos rios, prejudicando o fluxo hídrico nos afluentes da bacia do Urucuia, que compreende 10% da bacia do São Francisco.
Ainda sobre o projeto, Melo Júnior informou que a inciativa faz parte do Programa Águas Brasileiras, que é aberto a empresas privadas e está presente em 731 municípios de 22 Estados e no Distrito Federal. Segundo ele, a ideia é recuperar áreas degradadas por meio de plantio e outras tecnologias que vão assegurar que a água se infiltre no solo e, assim, aumente o volume hídrico nos rios superficiais e subterrâneos das regiões atendidas.
Nessa linha, o representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Marcelo da Fonseca, também negou a construção de grandes barragens no Urucuia. “Trata-se apenas de técnicas conservacionistas do solo com as “barraginhas”, além do cercamento de nascentes, trabalhos de educação e conscientização ambiental”, reforçou.
O deputado Padre João (PT-MG), que solicitou a audiência pública, disse estar satisfeito com esses esclarecimentos: “Entendo que já foi esclarecedor, porque, por parte do Ministério de Desenvolvimento Regional, estou entendendo que não tem nenhum projeto de grande barragem, mas sim o plantio de árvores e a recuperação”, reconheceu.
Para a representante da Associação Cristo Reis, Leidiane Evangelista de Souza, se for realizado conforme o apresentado na comissão, o projeto pode ser uma ferramenta de desenvolvimento e conservação ambiental. “Se o projeto for, na essência, como foi colocado aqui, vai ser uma coisa muito plausível, porque é isso que nós, pequenos produtores, já fazemos, que é tentar viver de forma equilibrada com o nosso bem maior que é a natureza”, disse. Ela representou na audiência os pequenos produtores e assentados do entorno do Urucuia.
Barragens clandestinas
O procurador da República Hebert Reis Mesquita, por sua vez, apontou fragilidade na fiscalização de outorgas pela Agência Nacional das Águas (ANA), o que, segundo ele, facilitaria a construção de barragens ilegais por grandes produtores. Citando dados de 2016 fornecidos pela agência, ele disse que, dos 87 pivôs de irrigação construídos na área do Urucuia, apenas 11 foram vistoriados. Entretanto, quando consultada pelo MPF, a agência negou irregularidades.
“Temos uma carência de fiscalização efetiva in loco para apurar essas outorgas – se os limites delas estão sendo respeitados, se os crimes ambientais estão acontecendo. Porque uma coisa é fato: não é possível falar que todos esses pivôs são regulares, enquanto a grande massa da população convive apenas com a lembrança de rios que corriam em suas cidades e seus quintais”, sustentou Mesquita.
Nesse ponto, o representante da Semad, Marcelo da Fonseca, contestou: “Nós temos um grande programa de fiscalização que acompanha as intervenções em recursos hídricos e especificamente nessa região fizemos um trabalho em parceria com a ANA, onde algumas outorgas que estavam inicialmente ou parcialmente implantadas foram revogadas”, disse. Ele enfatizou que a fiscalização foi feita em outorgas de domínio da ANA e do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Geórgia Moraes
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
-
Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
-
Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
-
Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
-
Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
-
Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
-
Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
-
Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
-
Perda de mercado para concorrentes de outros países.
-
Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
-
Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
-
Carnes bovina, suína e de frango
-
Café
-
Suco de laranja
-
Soja e derivados
-
Minério de ferro e aço
-
Aeronaves e peças da Embraer
-
Cosméticos e produtos farmacêuticos
-
Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
-
MATO GROSSO3 dias atrásVila Bela da Santíssima Trindade recebe primeiro evento itinerante de afroturismo de MT
-
MATO GROSSO3 dias atrásAACCMT lança campanha para arrecadar alimentos e presentes para crianças em tratamento contra o câncer
-
MATO GROSSO3 dias atrásGrupo Petrópolis lança o ReCiclo, veículo elétrico que visa ampliar a margem de reciclagem de garrafas de vidro
-
MATO GROSSO2 dias atrásGoverno Federal publica decreto que atende pedido da Acrismat e flexibiliza contratação de veterinários para inspeção em frigoríficos
-
MATO GROSSO2 dias atrásFrederico Tannure Filho é reeleito presidente da Acrismat para o triênio 2026–2028
-
MATO GROSSO1 dia atrásAtletas de Mato Grosso e de Rondônia disputam o cinturão do MT Warriors; confira o card completo
-
MATO GROSSO4 horas atrásLojas Bebel apresenta sua primeira coleção de fabricação própria regional no Cuiabá Fashion Week
-
ARTIGOS4 horas atrásO avanço dos condomínios tipo clube em Cuiabá