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POLITÍCA NACIONAL

Prisão de ex-ministro Milton Ribeiro repercute nos discursos de deputados

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Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Debater sobre denúncia de fraude no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE). Ministro de Estado da Educação, Milton Ribeiro
O então ministro Milton Ribeiro em audiência na Câmara dos Deputados

Diversos parlamentares aproveitaram a sessão do Plenário desta quarta-feira (22) para comentar sobre a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por suspeitas de envolvimento em um esquema irregular de liberação de recursos da pasta. O tema dominou os discursos, com mais de 30 menções por deputados.

Ribeiro saiu do MEC após a divulgação, em março, de áudio em que pastores detalhavam um aparente esquema de favorecimento na distribuição de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura também foram presos nesta quarta-feira.

O deputado Célio Moura (PT-TO) afirmou que a prisão de Ribeiro é prova de que há corrupção no governo de Jair Bolsonaro. “São acusados de manipularem o FNDE, de meterem a mão no dinheiro da educação”, disse.

O deputado Pedro Uczai (PT-SC) também denunciou a corrupção na atual gestão. “É corrupção, Bolsonaro, no seu governo! É corrupção na educação, Bolsonaro! É um ministro preso junto com os pastores, fazendo falcatrua, tirando dinheiro das crianças, tirando dinheiro da educação”, afirmou.

“Cara no fogo”
Já o deputado Afonso Florence (PT-BA) ironizou as falas do presidente Bolsonaro que, após a saída de Ribeiro do comando do MEC, em março, disse que “botava a cara no fogo” pelo ex-ministro preso nesta quarta-feira. As declarações voltaram à tona na imprensa após a operação da Polícia Federal que resultou na prisão.

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Florence levou um creme hidratante ao Plenário, segundo ele, em solidariedade a Bolsonaro. “É um creme para a proteção das queimaduras que ele sofrerá”, disse.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) também lembrou a declaração do presidente da República. “Os caras estavam roubando muito dinheiro da educação, na gestão do Milton Ribeiro, esse mesmo ministro da Educação pelo qual o presidente Bolsonaro dizia que botava a cara no fogo. E deve estar com a cara toda queimada”, disse.

Para o deputado Ivan Valente (Psol-SP), Bolsonaro “mente ao dizer que não há corrupção no seu governo”. “Não é o governo que é corrupto só, é o Bolsonaro que é corrupto”, acusou.

Apuração
O deputado João Daniel (PT-SE) cobrou apuração rigorosa das denúncias de corrupção com recursos destinados à educação. “Não é possível fazer educação neste País, cuidar da universidade, do instituto federal, da ciência, da pesquisa com quadrilha no governo”, disse.

Já o deputado Léo de Brito (PT-AC) pediu que Ribeiro faça delação premiada para detalhar o suposto esquema montado na pasta.

A deputada Joênia Wapichana (Rede-RR) afirmou que a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro aponta o descaso no comando da pasta. “Que essas investigações sejam sérias e céleres e que também possam responder à investigação do esquema de liberação de verbas do MEC, em que se encontram denunciados e investigados pastores que estariam no balcão de negócios com recursos públicos. Isso tem que ser seriamente respondido para a sociedade brasileira”, afirmou.

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Bancada evangélica
Já o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), aliado ao governo e integrante da bancada evangélica, afirmou que não poderia criticar a corrupção e estar ao lado daqueles que se corrompem “embora sendo um dos nossos”. “Se é corrupto, corrupto é e merece estar indo às barras da Justiça”, declarou.

Coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) também cobrou a investigação dos fatos. “Nós queremos a investigação, a punição de tudo e de todos. Esse é o nosso desejo porque este governo é diferente do anterior”, disse.

Sem mencionar a prisão de Ribeiro, a deputada governista Alê Silva (Republicanos-MG) lançou acusações contra Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo e atual vice na chapa do ex-presidente Lula. “E por falar em desvio de verbas de merenda, o que nós temos, hoje? Aquele cara que está respondendo por isso até hoje”, afirmou.

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Geórgia Moraes

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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