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Agência Brasil explica o que é um produto com Indicação Geográfica
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Alguns produtos, como uma bebida, uma comida ou um item artesanal, têm uma ligação tão forte com os produtores e o local onde são feitos que isso vira reconhecimento internacional. No Brasil, atualmente, são 92 territórios reconhecidos como Indicação Geográfica (IG), selo concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) a uma região que tem reputação por produzir um determinado produto, seja pela tradição e o modo de fazer ou por ambientes naturais que influenciam a qualidade final.
“A Indicação Geográfica é o ativo de propriedade intelectual mais sofisticado que existe. Porque, por si só, permite que o produto tenha um diferencial competitivo, principalmente com relação ao valor premium que pode ser colocado neste produto no mercado. A gente tem uma tendência de elevação, a partir do momento que o produto recebe uma Indicação Geográfica, em torno de 20% a 50%. E, por consequência, um aumento do desenvolvimento local dessas regiões, principalmente por questões que envolvem turismo e melhorias das condições de renda”, explica o diretor de Marca, Desenhos Industriais e Indicações Geográficas no INPI, Felipe Augusto de Oliveira.
Um dos casos mais populares mundialmente de Indicação Geográfica é o da bebida borbulhante produzida na região de Champagne, no Nordeste da França, a partir da fermentação da uva. No Brasil, também há IGs famosas como o Queijo da Serra da Canastra, o café da Serra da Mantiqueira de Minas, o Cacau do Sul da Bahia, entre outros. Oliveira ressalta que a Indicação Geográfica é um direito de propriedade intelectual coletivo e, portanto, não beneficia apenas um indivíduo, mas grupos de produtores. Em vários casos, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) presta apoio técnico a associações e cooperativas que buscam esse reconhecimento.
“É uma maneira para que pequenos produtores possam ter um valor agregado à sua produção e trazer mais desenvolvimento para a região. Na maior parte das vezes, temos uma maioria de pequenos produtores que estão por trás de uma indicação geográfica, que não têm condições de competir em volume de produção com os grandes. Então, uma forma de trazer desenvolvimento para os pequenos negócios e para os demais negócios instalados naquela região, é por meio da diferenciação da Indicação Geográfica”, explica Hulda Giesbrecht, analista de inovação do Sebrae Nacional.
Caminhos da Reportagem
No mês de outubro, o programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, estreia nova temporada em parceria com o Sebrae, sobre os produtos brasileiros com Indicação Geográfica. A série Riquezas da Nossa Terra vai contar histórias de produtos e produtores das cinco regiões do país que têm seu trabalho de qualidade reconhecidos pelo selo, gerando renda para as comunidades e impulsionando a preservação do patrimônio.
Riquezas da terra
“Fazer chocolate nesse ambiente gostoso, essa passarinhada cantando, esse verde exuberante, é isso que dá o sabor do chocolate da gente. O sabor do chocolate é a história da gente, é o que a gente faz, não é artificial”, declara Gerson Marques, proprietário da Fazenda Yrerê, em Ilhéus (BA). O cacau produzido na região é um dos produtos com o selo de indicação geográfica que fazem parte da nova temporada do Caminhos da Reportagem.
As indicações geográficas podem ser de dois tipos: Denominação de Origem (DO) e Indicação de Procedência (IP). A modalidade Denominação de Origem reconhece que a qualidade do produto depende do ambiente e da geografia do local. Assim como o champagne francês, no Brasil contam com o selo: o café da Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais; o mel do Planalto Sul, em Santa Catarina, entre outros.
O professor Flávio Bonren, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), destaca que os cafés especiais formam nichos de mercado, com países e regiões buscando distinções. “Quando determinado país ou região ganha notoriedade internacional, é necessário proteger esse patrimônio”, ressalta o professor que participou do processo de reconhecimento do Café da Mantiqueira como IG.
Já a Indicação de Procedência é a modalidade que reconhece um local que se tornou conhecido por um produto que é tradicionalmente feito na região. É o caso do Cacau do Sul da Bahia, do bordado filé de Alagoas, na região das Lagoas Mundaú-Manguaba e da Cachaça de Paraty.
“Ver o amor que o meu pai tinha pelo produto, pelo modo de fazer, pela qualidade, é que acabou nos encantando”, conta Ângelo Mello, filho de Eduardo Mello, o produtor há mais tempo em atividade em Paraty. A Cachaçaria Coqueiro preserva a receita dos antepassados, que começaram a produzir cachaça em 1803.
A Cachaça de Paraty é a estrela do primeiro episódio da nova temporada do Caminhos da Reportagem, que vai ao ar neste domingo (9), às 22h, na TV Brasil. Para saber como sintonizar e assistir a todos os episódios da série, acesse a página do programa.
Assista na TV Brasil
Edição: Kelly Oliveira
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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