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Favela dos Sonhos, em São Paulo, recebe projeto Comunidades do Brincar
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A Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos, município da Grande São Paulo, conta desde o último dia 22, com o projeto Comunidades do Brincar, um espaço lúdico voltado a brincadeirs infantis. A ação visa a democratizar o acesso ao brincar em espaços marginalizados do país, entregando, além de alternativas para a diversão das crianças que ali moram, um ambiente saudável, seguro, de vida em sociedade e porta de entrada para o desenvolvimento integral das crianças e da comunidade.
Com financiamento da Fundação Lego, o projeto pretende causar impacto positivo na Favela dos Sonhos, com parceria da organização da sociedade civil Gerando Falcões, a comunidade amazônica do Punã e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS).
O desenvolvimento contou com parceria do coletivo Parque de Bambu, especializado na construção de espaços de brincar com foco em elementos naturais, promovendo, assim, a conexão das crianças com a natureza no momento das brincadeiras. Para se chegar ao espaço ideal, foram realizadas oficinas de escuta com crianças, pais e cuidadores, em parceria com o projeto CoCriança, a fim de criar ambiente lúdico em sintonia com as perspectivas dos moradores.
“O espaço de brincar, chamado Ladeira da Alegria, foi montado na praça central. A escolha do local foi feita com a comunidade. É um espaço que hoje está pavimentado, uma rua que foi cedida pela comunidade. Fizemos rodadas de escuta com as crianças e cuidadores, pais e mães. As crianças pediram balanços, então a gente acrescentou balanços ao projeto. E toda a estrutura do projeto é feita com materiais naturais, que são duráveis e de fácil manutenção, para que a comunidade possa cuidar”, explicou a diretora de campanhas do Movimento Unidos Pelo Brincar na América Latina, Fernanda Morena.
Ela disse que a proposta é levar mais oportunidades para a comunidade e trabalhar com elementos naturais para valorizar, também, a importância de se criar conexões com a natureza desde a infância. “Crianças brincando em seus territórios demonstram que esses lugares são saudáveis. Nesse sentido, acreditamos que a construção de comunidades livres de violência passa também pela formação, atenção e cuidado na infância”, destacou.
Na Favela dos Sonhos, o Comunidades do Brincar fortalece o pilar de primeira infância como determinante para o desenvolvimento dos territórios no Programa Decolagem, iniciativa da Gerando Falcões, com parceria do Movimento Unidos Pelo Brincar e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, parte do projeto Favela 3D, cujo objetivo é reestruturar as comunidades para promover transformação nas periferias, tendo em vista a melhoria da qualidade de vida de seus moradores.
A diretora do movimento lembra que é fundamental brincar na infância. “Sabemos que criança quando brinca, desenvolve habilidades fundamentais para seu crescimento integral. A criança quando brinca, também está aprendendo. Essa é a mensagem final que a gente quer passar com esse projeto – que toda criança, independentemente de onde esteja, tenha acesso ao brincar e a possibilidade de desenvolver e aprender utilizando essa ferramental. O brincar não pode ser um privilégio, tem que ser acessível a todas as crianças do país”, lembrou.
A iniciativa é a continuidade do projeto Favelas do Brincar, que criou, em 2021, espaços dedicados a brincadeiras, atividades lúdicas e ao convívio social nos territórios do Complexo do Alemão, no Rio do Janeiro, em Paraisópolis e Heliópolis, em São Paulo.
Brincar na Amazônia
Com a mesma proposta de levar a importância do brincar para o desenvolvimento integral de crianças e comunidade, o projeto também lança um espaço na comunidade Punã, localizada na reserva de desenvolvimento sustentável (RDS) Mamirauá, município de Uarini, no estado do Amazonas. Em parceria com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), a entrega está prevista para o próximo dia 5 de novembro.
Para a gerente do Programa de Educação para Sustentabilidade (PES) da FAS, Fabiana Cunha, a atividade ajuda as crianças no desenvolvimento de habilidades, socialização e fortalecimento de vínculos com familiares. “Mostramos assim, para todos, como é possível criar espaços de brincadeiras nas comunidades. Com essa ação, queremos chamar a atenção para esse momento tão importante na vida das crianças e que isso seja mais presente no cotidiano das famílias da Amazônia”, observa.
Campanha de mobilização
Ainda este ano, o projeto Comunidades do Brincar lançará campanha de mobilização com o objetivo apoiar o poder público na questão da falta de espaços de brincar em comunidades marginalizadas, usando os recursos públicos de forma eficiente e com a ajuda da população.
“A partir de trocas com as lideranças locais e escutas na comunidade, percebemos que, além de sensibilizar sobre a importância do brincar, também há demanda e oportunidade para fortalecer o pilar da primeira infância”, afirma Morena.
Oo programa inclui também a capacitação de assistentes sociais e lideranças comunitárias da Gerando Falcões, na Favela dos Sonhos, para abordagem da primeira infância e sensibilização de famílias sobre o tema. O objetivo é apoiar a comunidade com conteúdos e materiais, para que possam replicar no dia a dia. Essa etapa seguirá até dezembro.
Movimento Unidos pelo Brincar
O Movimento Unidos pelo Brincar tem a missão de promover a valorização do lazer como um dos pilares do desenvolvimento infantil. Por meio do brincar, crianças desenvolvem diversas habilidades e, por esse motivo, o movimento visa a estimular famílias, cuidadores e o setor público a oferecer mais oportunidades de aprendizagem lúdica para todas as crianças. Com financiamento da Fundação Lego, a iniciativa atua desde 2019 com ações no Brasil, na Colômbia, no México e em Ruanda.
Fundação Amazônia Sustentável
Fundada em 2008 e com sede em Manaus, a FAS é organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que dissemina e implementa conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da região. A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a fundação desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia.
Edição: Graça Adjuto
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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