Search
Close this search box.
CUIABÁ

BRASIL

Mais de 100 animais brasileiros são considerados invasores no país

Publicados

BRASIL

Os animais exóticos não são apenas aqueles que vêm de outro país. Alguns deles são brasileiros, mas se tornam um problema em ecossistemas onde não deveriam estar. Segundo o Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, nada menos que 118 invasores são nativos do Brasil, mas, por algum motivo, extrapolaram seus limites de ocorrência natural.

“São espécies que foram trazidas por alguma influência humana, para uma área onde elas não ocorriam naturalmente. E isso independe de fronteiras políticas. Por isso dizemos que a espécie pode ser nativa em algum lugar do Brasil, mas ela é invasora e causa problemas em outro ecossistema onde ela não é nativa”, explica Silvia Ziller, fundadora do instituto, organização não governamental que monitora espécies invasoras no país há quase 20 anos.

É o caso do pirarucu (Arapaima gigas), que teve exemplares retirados da região amazônica, de onde é nativo, pelo aquarismo, aquicultura e pesca desportiva. O peixe gigante e se espalhou por rios e lagos de estados como Bahia, Piauí e São Paulo, de acordo com o banco de dados do Instituto Hórus.

Também há situações como a dos saguis (Callithrix sp.), pequenos primatas criados como animais domésticos. O sagui-de-tufos-pretos (C. penicillata), proveniente do cerrado, e o sagui-de-tufos-brancos (C. jacchus), da caatinga, por exemplo, acabaram inseridos na Mata Atlântica.

Leia Também:  Alarme falso de 'sequestro' em voo fecha Aeroporto de Congonhas e afeta pousos e decolagens

Essas espécies competem com os micos nativos do bioma atlântico e hibridizam com alguns congêneres, como o sagui-da-serra-escuro (C. aurita), ameaçado de extinção. E, para complicar ainda mais, os híbridos gerados por essas interações dos diferentes saguis também são considerados invasores, ocupando nichos de outras espécies e transmitindo doenças para outros animais.

Endêmico de remanescentes da Mata Atlântica do sul da Bahia, o mico-leão-de-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas), da mesma família dos saguis, é uma espécie considerada em perigo de extinção pelo Livro Vermelho da Fauna Brasileira 2018. Já foi extinto de Minas Gerais.

Ainda assim, foi trazido para o Rio de Janeiro e indevidamente solto no Parque Estadual da Serra da Tiririca, onde começou a se espalhar. O risco é que o animal chegue às áreas de ocorrência do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), congênere também ameaçado e com uma população ainda menor que a espécie baiana.

Outro caso curioso é o da tartaruga tigre-d’água brasileira (Trachemys dorbigni), nativa do Rio Grande do Sul. A espécie de quelônio sofreu com a soltura indevida na natureza e consequente invasão de sua congênere norte-americana (Trachemys scripta), atualmente proibida no Brasil. Mas passou de vítima da invasão a animal invasor, ao ser levada como pet para outros estados e também solta de forma indevida nesses locais, onde passou a predar espécies nativas, transmitir doenças e disputar espaço com quelônios locais.

Leia Também:  Goiás lança recadastramento digital para prova de vida

No Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, em Santa Catarina, por exemplo, compete com o cágado-de-barbelas-cinzento (Phrynops hilarii). Um estudo realizado no local de 2019 a 2020, pelo biólogo Lucas de Souza, na época estudante da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mostrou que as capturas de tigre d’água na unidade de conservação foram mais frequentes do que aquelas do cágado, o que pode sinalizar que a espécie invasora passou a predominar no ambiente em detrimento da nativa.

A Agência Brasil tentou ouvir o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre as estratégias para lidar com espécies exóticas invasoras, mas não obteve resposta.

Fonte: EBC GERAL

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

BRASIL

Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

Publicados

em

A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

Leia Também:  Cappeli diz que prisão de Zinho abre possibilidades investigativas

“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

Leia Também:  Morre menina imprensada por carro alegórico no Rio

Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA