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Pesquisadora vê redução de mensagens de ódio de grupos extremistas

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As investigações contra os grupos que incentivam ataques a escolas e formas semelhantes de violência têm conseguido reduzir a circulação desse tipo de conteúdo na internet. Essa é a avaliação da pesquisadora Michele Prado. Apesar de contas que foram suspensas terem reaparecido, agora, segundo ela, os extremistas têm restringido o acesso aos conteúdos. “Algumas contas foram recriadas por usuários que eu acompanho já há muito tempo. A maioria deles está deixando as contas privadas”, diz.

Michele monitora grupos que promovem e incentivam ataques desde 2020. A pesquisadora faz parte do Monitor Do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP) e é autora dos livros “Tempestade Ideológica – Bolsonarismo: A alt-right e o populismo iliberal no Brasil” e “Red Pill – Radicalização e Extremismo”.

Em plataformas de jogos online, que parte desses grupos usam para comunicação, os próprios extremistas têm retirado os conteúdos do ar de forma a evitar a identificação. “Às vezes o próprio criador do servidor desconfia que tem infiltrados e derruba [o servidor]”, conta a pesquisadora a partir do monitoramento feito nas últimas semanas.

Para Michele, diminuir o acesso a conteúdos que incitam à violência é uma forma de reduzir o risco de ataques. “Quanto mais conteúdo inspiracional circula, mais potenciais imitadores a gente tem. Então, o fato de ter conseguido derrubar esse conteúdo que inspira, atua de forma positiva para a gente tentar diminuir o potencial de novos atentados”, destacou. Ela está trabalhando em um relatório para ajudar a embasar as ações do Ministério da Justiça nesse sentido.

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Uma medida que Michele considera útil para reduzir a circulação desse tipo de conteúdo na rede é a criação de um banco com a identificação digital de conteúdos que já tenham sido apontados como incitadores de violência. “Então, você cria um banco de dados com as impressões digitais e manda para essa plataforma. Ela precisa ter um compromisso para que quando um conteúdo desses subir, ela própria o derrube sem que haja necessidade de denúncia de usuários”, defende.

Comunidades de ódio

Segundo a pesquisadora, essas comunidades reúnem jovens entre 10 e 25 anos de idade, de acordo com o que eles mesmos declaram nesses espaços de discussão. Esses adolescentes se relacionam por afinidade com temas como a misantropia. “Um ódio à humanidade. Ódio ao ser humano. Esse é a principal característica” enfatiza a pesquisadora. Há ainda a misoginia, de ódio a mulheres, e o antissemitismo, de ódio a judeus.

Michele explica que há jovens que estão predispostos ou realmente cometem ataques, como também há outros que se dedicam a criar e disseminar conteúdos para incentivar a radicalização. “Tem pessoas que estão ali só para produzir e disseminar conteúdo inspirador. Os edits [vídeos], que eles chamam, armas, os marcadores estéticos. Tem gente que está só para disseminar conteúdo instrucional, com instruções de como você vai deixar a sua arma mais letal, como você tem que fazer para produzir o maior número de vítimas”, detalha.

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São esses indivíduos que, segundo ela, distribuem o conteúdo ideológico ligado à extrema direita mundial e, muitas vezes, sabem de antemão dos atentados. “Esses que só fazem isso são uma espécie de catalisadores. Às vezes eles sabem com antecedência que o atentado vai acontecer tal dia, qual é a pessoa, o nome do agressor”, explica ela sobre os materiais disseminados como forma de incentivar essas ações violentas.

Essas mensagens também são distribuídas por redes sociais e usam, muitas vezes, uma estética chamada de flashwave, com cores brilhantes e visual que remete a década de 1980. Os conteúdos desse tipo têm sido uma marca da extrema direita em diversas partes do mundo, como entre os apoiadores do ex-presidente norte-americano Donald Trump.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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